Todas as pesquisas erraram. Todas as projeções, idem. Todos os analistas.
Já passava das 5h essa manhã, horário de Brasília, quando Hillary Clinton ligou para Donald Trump no ritual de reconhecer o resultado. Em seu discurso de vitória, o futuro presidente adotou um tom conciliador.
A derrota do Partido Democrata é completa. É um brutal fracasso de Hillary. Mesmo contra um candidato rejeitado por parte de seu próprio partido, ela não conseguiu levar. Mesmo com o apoio de um presidente popular. Hillary não chegou. Não bastasse, as duas Casas do Congresso ficaram nas mãos republicanas.
Ainda assim, a vitória é de Donald Trump. Não do Partido Republicano.
Os ex-presidentes Bush, pai e filho, não foram às urnas. O último candidato do partido, Mitt Romney, fez campanha contra Trump. O presidente da Câmara, Paul Ryan, deixou claro mais de uma vez que tem profundas diferenças políticas com o presidente eleito. O Partido Republicano que passou os últimos anos idolatrando o governo de Ronald Reagan, que representava livre comércio por um lado, e um certo conservadorismo no comportamento por outro, não é representado por Donald Trump.
Uma das promessas do novo presidente é que se encontrará com Vladimir Putin, o presidente russo, antes mesmo de tomar posse. Promete agir contra inúmeros acordos comerciais. Restringir o acesso de imigrantes, principalmente latinos e muçulmanos. Em relação a mulheres, age de forma cafajeste.
Trump promete deportar milhões de pessoas. E construir um muro na extensa fronteira do México. E questionar a OTAN.
Dois pontos certamente pesaram muito nesta eleição. O primeiro é a rejeição pessoal a Hillary. “Não confiável” é uma das reações mais comuns a seu nome. Quando o FBI comunicou que reabriria investigações contra ela a uma semana do pleito, rompendo com a praxe, só reativou um sentimento presente e constante. O segundo é uma aversão à globalização que se dá por dois focos. Um pela abertura das fronteiras comerciais. Outra pelo multiculturalismo que vem das fronteiras abertas para pessoas.
Duas teorias predominam para explicar a surpreendente vitória de Donald Trump. Alguns de seus eleitores não tiveram coragem de assumir perante as pesquisas que votariam no empresário. A outra é que os responsáveis pelas pesquisas calcularam errado o perfil dos eleitores que iriam às urnas. Sem saber que cortes demográficos contar com que peso, avaliaram errado. Em alguns dias de análise, será possível entender onde houve erro.
Durante a madrugada, o índice Dow Jones caiu mais de 800 pontos no mercado de futuros. No Onze de Setembro, caiu 684 pontos.
A lápide de Susan B. Anthony, a primeira sufragista americana, foi coberta de adesivos ‘Eu Votei’, ontem.
A maconha foi totalmente legalizada na Califórnia, Massachusetts e Nevada. Foi permitida para uso medicinal no Arkansas, Flórida e Dakota do Norte.
|