Foi ao ar na segunda-feira à noite a entrevista de Michel Temer ao Roda Viva. Desde que assumiu a presidência, jamais havia se exposto por tanto tempo, com câmera ligada, a um grupo de jornalistas assim experientes. O vídeo está online, na íntegra. Os principais pontos:
Para o presidente, uma eventual prisão de Lula causaria instabilidade no país, com movimentos sociais nas ruas.
Ele acredita que o TSE deve avaliar as contas da chapa que o elegeu junto a Dilma em separado. Mas, se a decisão for por sua saída, afirma que obedecerá.
Defende que, na eleição, o PMDB garantiu a vitória em de 23 a 24 dos estados e que, sem o partido, Dilma não teria voltado ao Planalto.
Confirma ter conversado com Marcelo Odebrecht sobre a doação de R$ 10 milhões que, ele diz, foi dirigida ao PMDB. Segundo o presidente, o dinheiro está na prestação de contas do partido.
Defende a nomeação de Romero Jucá para liderança do governo no Senado. Feito ministro, ele deixou o governo após o vazamento de suas conversas com Sérgio Machado, em que parecia operar contra a Lava Jato. O presidente afirma que está se fazendo condenação prévia do senador, que considera um articulador extraordinário.
Temer, que já foi presidencialista, diz que considera o Parlamentarismo ideal para o Brasil. E sugere um referendo após a Reforma Política.
Opinou que, numa Reforma, a previdência do setor público e a do resto dos brasileiros deve ser unificada.
Dois dos jornalistas presentes na entrevista prepararam resumos: Ricardo Noblat, do Globo, e o apresentador Augusto Nunes, da Veja.
Noblat, aliás, escreveu também uma análise pessoal da impressão que lhe causou o presidente: um homem sem carisma e acuado. Josias de Souza, por sua vez, o viu como “refém da banda podre”. E, no Estadão, Vera Magalhães o percebeu andando pelo fio da navalha.
A PF pediu a quebra dos sigilos bancário e fiscal do presidente do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz. Pretende confirmar a delação do empreiteiro Ricardo Pessoa, que lhe teria pago R$ 1 milhão.
Os caciques da Câmara se mostram dispostos a enfrentar o desgaste de anistiar o Caixa Dois passado e inventaram uma nova: revogar delações premiadas acaso vazem na imprensa. “Está todo mundo cheio do ativismo do MP”, declarou um. (Folha)
Parecer jurídico da Câmara veta reeleição à presidência de Rodrigo Maia. O deputado tem, no entanto, pareceres de 2008 que lhe garantem o direito. A briga pode parar na Justiça. (Globo)
Os parlamentares brasileiros são os mais bem pagos da América Latina.
Carlos Andreazza escreve o que muita gente pensa sobre o presidente do Senado. (Globo)
O MP investiga repasses de R$ 89 milhões na obra de duplicação da Marginal Tietê, num convênio entre estado e prefeitura de São Paulo. Governavam na época José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (PSD). (Estadão)
Para quem volta do feriado: releia a análise da transformação do emprego, no Brasil, publicada pelo Meio, na segunda. E confira na conta. Bate hoje o sexto lote da restituição do IR.
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