Numa surpreendente entrevista dominical a três, os presidentes da República, do Senado e da Câmara anunciaram juntos um pacto contra a Anistia ao Caixa Dois. Vestindo paletó sem gravata, anunciaram que farão o possível para evitar que tramite no Congresso. Acaso seja aprovada, será vetada no Planalto. (Vídeo.)
Rodrigo Maia prometeu que, se algum deputado apresentar emenda pedindo algum tipo de anistia, ela não será tratada em regime de urgência e a votação será nominal. Os parlamentares terão de deixar claro como votam.
Michel Temer teve momentos de tensa sinceridade. Sobre a demora para sair a demissão de Geddel Vieira Lima, por exemplo: “Isso levou alguns dias e, é claro, ganhou uma demissão extraordinária porque colocou, se me permite a expressão, no meu colo, não é?” A outra repórter, falou: “sou obrigado a concordar com a senhora que realmente a demora não foi útil.” O presidente tratou, também, da lista Odebrecht. “Olha, dizer quer não haveria preocupação, eu estaria sendo ingênuo, não é? Claro que, quando se fala que vai alcançar 150 pessoas da classe política, há uma preocupação de natureza institucional.”
Renan Calheiros deixou quieto e não mencionou outro ponto fundamental, na entrevista. Quer votar a lei contra o abuso de autoridade, que permitirá que investigados processem juízes e procuradores, no dia 6 de dezembro. É o Plano B contra a Lava Jato. (Estadão)
Os principais momentos da coletiva, no G1, em vídeo.
Marcelo Calero, o ex-ministro da Cultura, deu longa entrevista à repórter Renata Lo Prete. Ele é o pivô da crise que levou à demissão de Geddel. Um compacto foi exibido no Fantástico e, a versão longa, na GloboNews. Disse que as gravações que fez foram via telefone. Que a conversa que gravou com Temer foi a do pedido de demissão, protocolar, em que fez questão de não forçar o presidente a se incriminar.
Aliás… a campanha de Dilma pagou o salário de assessores pessoais de Temer. Reforça o argumento de que as contas não podem ser separadas no julgamento da chapa, no TSE. (Folha)
A renda dos brasileiros encolheu 5,4% em 2015. A queda foi maior entre os 10% mais pobres. (Estadão)
Para ler com calma: o economista Eduardo Giannetti, em entrevista, faz um diagnóstico do Brasil criado pela Constituição de 1988. Muitas obrigações foram transferidas para estados e municípios, mas o governo federal não encolheu pela perda de atribuições. Além disso, Brasília manteve o controle do dinheiro. É o dilema do país em sua opinião: ou centraliza na União, ou descentraliza de fato. (Globo)
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