Segundo os organizadores, 200 mil pessoas foram ontem à avenida Paulista. Segundo a PM, 15 mil. No Rio de Janeiro, onde a passeata pareceu mais cheia, não foram divulgados números. Apesar de menor porte, as manifestações se repetiram em todas as capitais do país, incluindo o Distrito Federal. Os dois principais organizadores, Movimento Brasil Livre e Vem Pra Rua, evitaram o slogan Fora, Temer para se concentrar nos presidentes das duas Casas legislativas, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL). Renan foi o alvo principal.
As redes sociais também centraram fogo em Renan, segundo o Poder 360.
Não à toa, o Planalto avalia que Renan Calheiros é o novo Eduardo Cunha.
Josias de Souza revela o jogo: Temer equilibra-se num paradoxo. Promete consertar a economia. Mas busca a responsabilidade fiscal com o velho método de sempre: o fisiologi$mo. Preservou e até ampliou os espaços que a clientela da Lava Jato ocupava sob Lula e Dilma. Temer mantém a cabeça nas reformas e os pés na lama. Seus operadores alegam que, se o presidente não jogar esse jogo, não governa. E o asfalto responde: 1) o Brasil é outro. 2) A Lava Jato pode carbonizar Temer.
Para ler com calma: o historiador José Murilo de Carvalho considera possível um cenário em que Temer não consiga completar o mandato. Para ele, as 10 Medidas, que considera exageradas em alguns pontos, devem ser melhoradas. Mas não é este o objetivo do Congresso, ele continua, preocupado em retaliar contra a Lava Jato. “O MP está prestando um grande serviço à República”, disse em longa entrevista ao Estadão. “Mas tem-se deixado imbuir de um espírito cruzadista que pode prejudicar sua eficácia.”
Renan planejava votar projeto contra Abuso de Autoridade amanhã. Mas a pauta pode cair. (Estadão)
No Twitter: Eu recomendo alfafa, muita alfafa. In natura ou como chá. É própria para muares e equinos, acalma e é indicada para passeatas nonsense. Do senador Roberto Requião (PMDB-PR), referindo-se a quem protestou a favor da Lava Jato.
A Reforma da Previdência está pronta e chega ao Congresso amanhã. Pela proposta do governo, aposentadoria, só a partir dos 65 anos. Benefícios e pensões por morte não serão mais reajustados pelo salário mínimo. E trabalhadores rurais terão de contribuir. (Globo)
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, está sendo pressionado por todos os lados. Renan e Rodrigo Maia estão entre os que com mais ênfase se põem por sua substituição. Mas a pressão inclui tucanos como Aécio Neves (MG), Tasso Jereissati (CE) e José Aníbal (SP). Por enquanto, o presidente Michel Temer resiste. Ele vai anunciar, esta semana, um pacote de dez medidas microeconômicas para aquecer o mercado. (Globo)
Há outro debate interno agitando o Palácio. O principal alvo das críticas é Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central. Ele mantém altos os juros para trazer a inflação de volta à meta de 4,5% ainda em 2017. Mas a política também esfria a economia, ampliando a recessão. No Planalto, há quem sugira que Goldfajn está aumentando a crise.
E a semana está só começando.
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