Quase 100 mortos em 9 dias
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9 de janeiro de 2017
Quase 100 mortos em 9 dias
99 homens morreram assassinados, muitos brutalmente, nas cadeias brasileiras, em 2017. Três corpos foram encontrados em estado avançado de decomposição próximos ao Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus – em se confirmando que eram presos, o número vai a 102. Nenhum indício há de que as rebeliões vão parar. Em Roraima, um juiz mandou soltar 160 detentos que estavam em regime semiaberto para prisão domiciliar para evitar riscos. O ano não tem dez dias ainda. E o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, mandou convocar reunião de emergência com os secretários estaduais de segurança. Para daqui a nove dias. (Globo)
O aumento da população carcerária no Brasil tem causa: ela cresce, principalmente, por tráfico de entorpecentes. Em 2005, 31 mil homens cumpriam pena pelo crime. Em 2015, quase 140 mil. Nenhum outro delito registrou aumento deste porte. E, muitas vezes, a diferença entre usuário e traficante tem muito pouco de clara.
O Brasil tem a quarta população carcerária do mundo. Nos EUA, China e Índia, que encabeçam a lista, os números estão em queda. Aqui, em alta. (Folha)
O Planalto está negociando cargos para seduzir deputados por apoio a Rodrigo Maia, que concorre à reeleição como presidente da Câmara. (Estadão)
Um alfaiate ajustou o uniforme de gari do prefeito paulistano João Doria. (Globo)
Apenas 20% dos empregos perdidos no mundo ocorreram por causa da globalização. Roberto Azevêdo, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, foi entrevistado pelo Globo.
Exilado durante a ditadura portuguesa, Mário Soares retornou a Lisboa três dias após a Revolução dos Cravos, que reinstaurou a democracia. Era um democrata. Fundador do Partido Socialista, tornou-se o primeiro-ministro português em 1976. Ocupou o cargo duas vezes, a segunda nos anos 1980. E, durante dez anos, até 1996, presidiu o país. Não apenas Soares simbolizava a democracia em seu renascimento como ele foi o mais influente político luso do último quarto do século 20. Morreu sábado, aos 92 anos.
Para ler com calma: Miguel Esteves Cardoso, colunista do diário Público, tenta explicar Mário Soares.
Ouça: Grândola Vila Morena, de Zeca Afonso, a música que disparou a Revolução dos Cravos, no YouTube ou no Spotify.
Também o Irã perdeu um de seus nomes políticos mais importantes, o ex-presidente Ali Akbar Rafsanjani. Braço direito do aitatolá Khomeini durante a Revolução Islâmica de 1979, político corrupto e muito poderoso, era também o principal nome da ala moderada do regime. Sua morte, aos 82 anos, deixa preocupação entre os reformistas.
Cultura
No cinema, o maior vencedor do Globo de Ouro foi La La Land: Cantando estações, com sete prêmios (de melhor comédia ou musical, melhor direitor, melhor roteiro, entre outros). Na categoria de televisão, The Crown (Netflix) confirmou o favoritismo e bateu Game of Thrones (HBO).
Entre os discursos da premiação, uma espécie de aquecimento para o Oscar, o destaque foi para Meryl Streep, homenageada da noite. Ela fez críticas a Donald Trump, mas sem citar o nome do novo presidente, e arrancou lágrimas da plateia. (Folha)
Charles Cosac assume seu primeiro emprego na vida: é o novo diretor da Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo. Tem inegável experiência com livros – sua editora, a Cosac Naify, fechou as portas em 2015, depois de 18 anos. (Folha)
O SBT voltou a exibir Chaves logo no início deste 2017 e viu crescer em 70% a (minguada) audiência do canal no horário. Canais pagos já disputam o sitcom mexicano. O preço de um episódio: entre US$ 2.000 e US$ 3.000. (Folha)
A morte do escritor argentino Ricardo Piglia, aos 75 anos, foi lembrada pelo Suplemento Pernambuco, em dois artigos. No primeiro, o autor é celebrado como leitor. No segundo, há trechos dos diários do escritor, ainda não publicados no Brasil.
Bright Lights, documentário sobre a relação de Debbie Reynolds e Carrie Fisher, mãe e filha, ambas atrizes hollywoodianas, estreia hoje, às 22h na HBO. Debbie morreu no final de 2016, um dia depois da morte da filha. (Folha)
Viver
Meu Menino Vadio, livro do jornalista Luiz Fernando Vianna, chega às livrarias neste mês, pela Intrínseca. A Folha de domingo adiantou trecho do emocionante relato do autor sobre sua relação com o filho, diagnosticado com autismo: “Talvez, pressionado pela escassez de dinheiro e não sendo Henrique mais uma criança, eu tenha deixado a resignação vencer grande parte da valentia que posso já ter tido. Não é o caminho a se escolher. Certos estão os pais que não deixam o fogo nos olhos se apagar”.
Por 12 mil dólares, um coiote promete levar brasileiros aos Estados Unidos. O repórter da Folha, Fabiano Maisonnave, foi até Nassau, nas Bahamas, onde quatro coiotes prestam o serviço. Frente a frente com um deles, o jornalista teve meia hora para decidir se aceitaria fazer a viagem no imundo porão de um barco pesqueiro. Segundo dados de 2016, 12 brasileiros que usaram a rota estão desaparecidos.
A Califórnia vai pagar pela mudança de sexo de um detento. Aos 57 anos, condenada por assassinato, sequestro e roubo, Shiloh Heavenly Quine é a primeira prisioneira a ter a cirurgia paga. Deve migrar para um presídio feminino tão logo se recupere da mudança. O caso abre precedente para que outros detentos também possam solicitar a cirurgia. A decisão é inédita.
O papa Francisco convidou mães a amamentarem durante a missa. (Estadão)
Cotidiano Digital
Para ler com calma: um balanço da CES, a principal feira de tecnologia do mundo. Em baixa, realidade virtual. Em alta, a casa inteligente. E a empresa que saiu na frente foi a Amazon. Um especial do Meio.
Os dez anos do iPhone: em 9 de janeiro de 2007, a Apple anunciava o primeiro modelo e apostava aumentar os negócios em US$ 1 bilhão. Dez anos depois, as vendas do aparelho renderam US$ 28 bilhões num único trimestre. (Folha)