Tanto em Brasília quanto nas páginas dos jornais, a personagem do ano até o momento é a presidente do STF, Cármen Lúcia. No domingo, a ministra foi o destaque do decano jornalista Elio Gaspari (Globo e Folha), da colunista Eliane Cantanhêde (Estadão) e de matéria na Folha.
Gaspari a põe numa lista de prováveis candidatos à Presidência. “Havia um vazio em Brasília e ele foi ocupado pela ministra Cármen Lúcia”, afirma.
Cantanhêde, numa leitura menos política, observa a ministra assumindo a presidência do Supremo num momento em que a importância do Judiciário aumenta.
Os repórteres Gustavo Uribe e Letícia Casado fazem, como os colunistas, a lista das crises em que ela se meteu: a negociação da dívida do Rio e a crise nos presídios são as mais recentes. Em ambos os casos, foi Cármen Lúcia que encaminhou soluções, driblando os políticos. E isso desperta ciúmes no Planalto.
O número de homicídios aumentou 125% entre 2005 e 2014. O percentual de presos por homicídio, porém, caiu de 11% para 10%. O Brasil passou a prender, e muito, por tráfico de drogas. De acordo com pesquisa de 2012 do Núcleo de Estudos da Violência da USP, em 62% dos casos de flagrante por tráfico em São Paulo, a pessoa era presa com menos de 100g de droga. E 80,6% destes detidos eram réus primários. No Rio, os números são semelhantes. De acordo com o Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, dentre os acusados de tráfico em 2013, 80,6% dos réus eram primários e não portavam arma de fogo no flagrante. Reportagem de Fernanda Mena e Leandro Machado. (Folha)
Mas… O Espírito Santo conseguiu resolver, com boas políticas, sua crise carcerária. O Estado oferece tudo aos presos, de forma que não recebem nada de visitantes. (Globo)
26 homens morreram em rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, próxima a Natal (RN), no sábado. Novamente, inúmeras decapitações. O conflito liderado pelo PCC foi contra o Sindicato do Crime, grupo local. (Estadão)
Aliás… O governo de São Paulo ajudou a exportar o PCC para além do estado. A conclusão é do MP-SP. A transferência dos líderes da facção para além das fronteiras ajudou no recrutamento. Em outubro de 2014, o PCC tinha 26% de seus 10 mil aliados fora de São Paulo; hoje, são 21,5 mil homens, 64% de fora. (Folha)
O ex-ministro Geddel Vieira Lima está sendo investigado pela Polícia Federal num esquema de fraudes na Caixa Econômica. Um lobista se referia a Geddel como “boca de jacaré esperando um carneirinho”. Segundo Lucio Funaro, ele constantemente cobrava propinas. (Estadão)
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