Em 2016, os britânicos votaram para tirar o Reino Unido do mercado comum europeu. Os americanos elegeram para presidente um homem cujo discurso econômico é, fundamentalmente, protecionista. E 2017 abre com o presidente chinês Xi Jinping, líder principal do Partido Comunista local, fazendo uma vigorosa defesa do livre mercado e da globalização no Fórum Econômico Mundial, em Davos. O mundo se pôs, oficialmente, de cabeça para baixo.
“Os problemas que afetam o mundo não foram causados pela globalização”, disse Xi. “A China manterá suas portas abertas e esperamos que outros países se mantenham abertos a investidores chineses.” O presidente citou Abraham Lincoln, defendendo que maior abertura comercial gera “desenvolvimento do povo, pelo povo, para o povo”. Foi o discurso mais aguardado e de maior impacto do dia.
O presidente chinês ainda defendeu a necessidade de atenção ao problema do Aquecimento Global.
Em uma de suas últimas decisões como presidente, Barack Obama perdoou Chelsea Manning, presa há sete anos por ter vazado segredos militares americanos para o Wikileaks. Ela cumpria uma pena de 35, a maior já dada por um vazamento nos EUA. Está numa prisão do Exército, Fort Leavenworth, e em meio ao tratamento de mudança de sexo, que lhe é garantido por lei mas com a qual as Forças Armadas não têm nenhuma experiência. Manning será solta em 17 de maio. O tempo extra lhe permitirá encontrar uma casa na qual possa se acomodar.
A decisão tem impacto direto sobre Julian Assange, o fundador do Wikileaks, em autoexílio na embaixada equatoriana de Londres desde 2012. Ele prometera concordar com a extradição para julgamento nos EUA caso Chelsea fosse libertada. A promessa foi confirmada por um tweet oficial do Wikileaks no último dia 12. E Assange é o responsável direto pelos vazamentos iniciais de emails da campanha de Hillary Clinton, que a inteligência americana atribui aos russos. Acaso cumpra sua promessa, Assange receberá um julgamento público, nos EUA, durante o governo Donald Trump, que nega favorecimento russo.
A Força Aérea Nigeriana bombardeou um campo de refugiados, deixando 52 mortos e 200 feridos. Confundiu-o com um campo do grupo terrorista Boko Haram.
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