Cármen Lúcia não esperou: homologou ontem mesmo, pela manhã, o pacote de delações premiadas de executivos da Odebrecht. Ela usou apenas de uma cautela. Manteve-as todas sob sigilo. É possível que amanhã o Brasil saiba que ministro do Supremo assumirá a relatoria da Lava Jato, em substituição a Teori Zavascki. Cármen ainda não se decidiu pelo critério do sorteio e negocia com os outros ministros. As delações já têm valor legal, mas será o novo relator quem decidirá torná-las públicas de imediato ou não. A Procuradoria Geral da República pediu oficialmente a quebra do sigilo. (Folha)
Delatar não foi decisão fácil e rachou Emilio e Marcelo Odebrecht, pai e filho. Emilio queria fazer a delação desde o início, Marcelo resistiu. Depois, o filho sentiu-se feito de bode expiatório – é quem pagará o preço maior.
Na delação está o mapa de como funcionava o financiamento eleitoral da elite política brasileira. Pelo que já se sabe, ao menos 54 políticos de 12 partidos foram citados. Estão na lista o presidente Michel Temer, Renan Calheiros e Rodrigo Maia, o ex-presidente Lula, além dos homens fortes do Planalto, Eliseu Padilha e Moreira Franco. Eduardo Cunha tampouco escapou, assim como Gilberto Kassab. A empreiteira pagava propinas em ao menos 12 países. O Globo tem os detalhes do que já é conhecido.
A defesa do empresário Eike Batista pede que ele fique preso na Superintendência da PF. Mas, por enquanto, já com a cabeça raspada, ele passou sua primeira noite de detenção em Bangu 9. A unidade tem 547 vagas mas 657 internos, a maioria policiais envolvidos com milícias. (Globo)
Sentou-se ao lado de Eike Batista, na classe executiva do voo 973 da American Airlines, o repórter Henrique Gomes Batista, do Globo. Ele conta como foi a noite.
Quem é Marcelo Bretas, o juiz que mandou Cabral e Eike para Bangu.
E o Brasil começa a retomar o funcionamento. Amanhã, o Senado escolherá seu novo presidente. E, na quinta-feira, será a vez da Câmara. Devem ser eleitos Eunício de Oliveira e Rodrigo Maia. Renan Calheiros, pelo acordo, deverá ser líder do PMDB. Na Câmara, o PT deve se aliar àqueles que chama de golpistas. João Bosco Rabello descreve os acordos em curso.
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