Em dia de manifestações, políticos buscam rota de fuga
16 de março de 2017
Em dia de manifestações, políticos buscam rota de fuga
Os protestos convocados por sindicatos contra as reformas da Previdência e trabalhista ocuparam as ruas de pelo menos 20 capitais brasileiras. O maior ocorreu em São Paulo, onde seis quarteirões da avenida Paulista foram ocupados. Lá, no início da noite, Lula discursou. “Não vamos ficar de braços cruzados, aceitando que presidente golpista e Congresso corrupto retirem os nossos direitos.” No Rio, a avenida Presidente Vargas chegou a ser interditada no final do dia, mas a manifestação foi pequena. Em Brasília, cruzes foram cravadas no gramado em frente ao Congresso e a sede do Ministério da Fazenda foi atacada com pedras.
De Pablo Ortellado, professor de Políticas Públicas da USP: “Parecia que no governo Temer teríamos mobilizações maiores, já que se anunciava uma coincidência de objetivos com uma parte do campo antipetista insatisfeito com as tentativas de governistas de barrarem a Lava Jato e, em paralelo, as votações da PEC do Teto ameaçando os serviços públicos de saúde e educação que eram defendidos tanto pelo público vermelho, como pelo público verde-amarelo. Mas parece que as divisões morais e identitárias falaram mais alto impedindo que o antipetismo se aliasse com gente que via como corrupta e a esquerda se aliasse com gente que via como elite privilegiada e insensível.”
Míriam Leitão: os institutos antirreforma provam com números falsos que não há problema na Previdência. O governo se comunica mal. E, enquanto isso, o que realmente mobiliza parlamentares é a busca por um plano de fuga da Lava Jato. (Globo)
O Jornal Nacional levantou mais nomes listados por Rodrigo Janot em seus pedidos de abertura de inquérito perante o Supremo. Há pelo menos cinco governadores: Pezão (Rio), Fernando Pimentel (Minas), Renan Filho (Alagoas), Tião Viana (Acre) e Beto Richa (Paraná). Quatro senadores: Lindbergh Farias (PT-RJ), Jorge Viana (PT-AC), Marta Suplicy (PMDB-SP) e Lídice da Mata (PSB-BA). O G1 tem a lista completa dos nomes que já vieram à tona.
Michel Temer e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, do Senado, Eunício Oliveira, e do TSE, Gilmar Mendes, se reuniram, ontem, para debater a reforma política. Cresce apoio ao modelo em que o Estado financia as campanhas eleitorais e os deputados se elegem por lista fechada. Ou seja, o eleitor vota no partido e as cadeiras são distribuídas de acordo com o percentual de cada legenda. Quem escolhe os parlamentares que as ocuparão são os partidos. (Estadão)
Enquanto isso… O ministro Herman Benjamin dá sinais de que está próximo de levar ao voto, no TSE, o processo que pode cassar a chapa Dilma-Temer, destituindo o presidente. (Estadão)
A Moody’s alterou a perspectiva da nota do Brasil de negativa para estável. O país continua sendo classificado como investimento de risco. (Globo)
O Fed, banco central americano, aumentou em 0,25% a taxa básica de juros do país, fixando o valor no intervalo entre 0,75% e 1%. Anunciou também que projeta mais duas altas ao longo do ano. O impacto no Brasil, porém, foi de queda do dólar, que fechou em R$ 3,12. Havia expectativa de uma alta mais forte. (Globo)
Um juiz americano suspendeu a nova ordem de Trump proibindo a entrada de cidadãos de seis países nos EUA.
A extrema-direita perdeu, na Holanda. O partido do premiê Mark Rutte conseguiu uma performance bem superior à do líder radical Geert Wilders. (Globo)
Cultura
Biografia em livro não pode, mas, em filme, Roberto Carlos autoriza. Aos 75 anos, o cantor vem recebendo em seu apartamento, na Urca, o diretor Breno Silveira, que quer levar às telas sua trajetória, da infância até a saída do programa Jovem Guarda, em 1968. O rei vai narrar o filme. Não confirmou, porém, se vai liberar os temas delicados, como o acidente que o fez perder a perna — um dos motivos de sua luta para proibir a biografia em livro, escrita por Paulo Cesar de Araújo. (Estadão)
Obra-prima de Oscar Niemeyer, o Palácio do Itamaraty completou 50 anos. Raul Juste Lores conta, na Folha, a história do edifício sede da diplomacia brasileira. Maior que os palácios do Planalto, da Alvorada, do Jaburu e que o prédio do Supremo Tribunal Federal, o Itamaraty foi talvez a obra de Brasília construída com mais cautela e planejamento.
Falando em arquitetura, o MAM do Rio recebe mostra sobre Antonio Gaudí. Estão lá 46 maquetes, entre elas, as da Sagrada Família e da Casa Milà. A proposta é desvendar o processo de criação do arquiteto catalão. (Globo)
Donald Trump comprou mais uma briga com um artista. Agora é a vez do rapper Snoop Dogg, que, em clipe recém-lançado, “atira” no presidente, caracterizado de palhaço. Trump, é claro, usou o Twitter para reclamar.
A propósito: A New York Magazine fez um histórico das confusões de Trump, via Twitter, com celebridades.
Coco, nova animação da Pixar, é “uma carta de amor ao México”, como define seu diretor. O filme já tem trailer.
Viver
Bom sinal para os defensores da legalização do aborto no Brasil. A ação sobre o tema, que chegou ao STF no início deste mês, terá como relatora a ministra Rosa Weber. A julgar por suas decisões anteriores, segundo a BBC Brasil, a tendência é que ela seja favorável ao direito das mulheres de interromper a gravidez. Não se sabe, porém, quanto tempo vai durar o julgamento.
Falando em direitos da mulher… Fernanda Mena escreve, na Folha, sobre a reforma da Previdência no que tange à idade de aposentadoria para homens e mulheres. Na proposta do governo, ambos os gêneros se aposentariam com a mesma idade (65 anos), algo que não necessariamente significa, como avalia a jornalista, igualdade no mundo do trabalho.
O estado do Rio confirmou a primeira morte por febre amarela. A vítima morava em Casimiro de Abreu, num bairro pobre onde são frequentes as queixas por infestação de mosquitos. O cenário é preocupante: já são 36 casos suspeitos da doença. O governo anunciou que vai intensificar a estratégia de vacinação nos próximos dias. (Globo)
O vazamento de fotos fez mais duas vítimas: Emma Watson, de A Bela e A Fera, e Amanda Seyfried, de Mamma Mia!. Da primeira, vazaram imagens de provas de roupas. Da segunda, nudes. Ambas já prometem processar os culpados. Há precedentes em Hollywood para que vençam. O hacker que vazou fotos de Scarlett Johansson nua, por exemplo, foi condenado a dez anos de prisão. Ainda assim, reitera-se que, no mundo digital, este tipo de privacidade acabou.
O Terceiro Reich foi movido a drogas: metanfetamina, speed, morfina, oxicodona, entre outras. O próprio Hitler era viciado, passou os últimos dias injetando drogas na veia. O escritor alemão Norman Ohler fazia pesquisas para uma ficção quando se deparou com documentos sobre o assunto. Decidiu escrever um livro, Blitzed: Drugs in the Third Reich, recém-lançado na Europa. “Historiadores são muito quadrados. Ninguém se atreveu a reescrever a história de uma maneira tão louca”, diz.
Milagres acontecem — ao menos no futebol. Uma pesquisa divulgada pela Economist mostra que o Barcelona tinha 0,1% de chances de virar o jogo e fazer o placar necessário para derrotar o Paris Saint-Germain, na partida que terminou com um incrível 6 a 1.
Cotidiano Digital
O Senado aprovou ontem a proibição dos limites para a internet banda larga fixa no país. O projeto, uma proposta de emenda ao Marco Civil da Internet, segue agora para a Câmara. (Estadão)
A exposição sobre Steve Jobs chega ao Rio no próximo dia 28. Vai ficar no Píer Mauá, no Prédio do Touring. Viaja em seguida a São Paulo. Para os fãs, será possível ver 30 produtos criados por Jobs desde os anos 1980, além do Apple 1, fabricado em 1976 e que na verdade é criação do outro Steve, o Woz, adquirido num leilão por mais de US$ 210 mil.
Por que a Microsoft comprou o LinkedIn? A primeira, em crise, pagou mais de US$ 26 bilhões pela segunda, que tem 400 milhões usuários. O movimento visa, é claro, dinheiro, mas também busca mudar a reputação da Microsoft no Vale do Silício.