A Operação Lava Jato completa hoje três anos. Ao todo, já levou a 746 buscas e apreensões, 153 acordos de delação premiada e 56 acusações criminais em primeira instância contra um total de 260 pessoas. Destas, 130 já foram condenadas em 26 sentenças a penas que, somadas, passam de 1,3 mil anos. O levantamento é do procurador Deltan Dallagnol para a coluna Painel, da Folha. Acusados e condenados já se comprometeram a devolver mais de R$ 10 bilhões que reconheceram ter desviado dos cofres públicos. “Seu maior mérito”, diz Dallagnol, “foi ter feito um retrato de uma corrupção que tem raízes profundas em nossa história e tentáculos que abraçam uma multidão de órgãos públicos.” Outro mérito é ter deixado clara a natureza da caixa dois. O Globo destrinchou ao menos quatro tipos distintos. O mais prosaico é a doação legal de campanha que o candidato decide não declarar. Há também a doação declarada que tem, subentendida, a prestação de um favor pelo político. Por vezes, os dois se juntam, a doação não é declarada e vem atrelada à prestação de serviços. Por fim, no quarto tipo, o dinheiro doado e não registrado serve não à campanha e sim ao enriquecimento pessoal do candidato. Agora que os julgamentos disparados pela operação se aproximam do núcleo do poder político, no STF, o Congresso reage com, por exemplo, o projeto de uma reforma política. “A discussão sobre reforma eleitoral não devia ser feita nesta legislatura”, afirma também no Globo de hoje o cientista político Jairo Nicolau. “Um bom momento para mexer é depois que as apurações forem realizadas, que tiver um controle de como isso eventualmente contaminou o processo de eleição de deputados, saber quantos estão envolvidos.”
A lista de Janot deve passar por todos os trâmites no Supremo até o fim do dia de hoje. Chega às mãos do ministro Edson Fachin na segunda-feira. Ele deve ser rápido. (Estadão)
O senador Randolfe Rodrigues já tem o número de assinaturas suficientes para colocar em votação a PEC do fim do foro privilegiado. (Globo)
Enquanto isso… É missão do senador Romero Jucá, líder do governo na Casa, a produção de quatro projetos para, em suas palavras, “que nós tenhamos menos penalidades, mais transparência e menos burocracia na relação dos partidos com o TSE”. Devem ser apresentados na semana que vem com votação em urgência. (Estadão)
E… José Serra quer tirar da Constituição o conjunto de regras que regulamenta eleições. Facilitaria mudanças futuras. (Estadão)
Pela primeira vez após 22 meses, contratou-se mais gente com carteira assinada do que se demitiu, no Brasil de fevereiro. Ainda assim, só no acumulado do ano, há um déficit de 5.475 vagas formais.
Quatro aeroportos foram privatizados, ontem, em leilão. O grupo alemão Fraport arrematou os de Fortaleza e Porto Alegre; a suíça Zurich levou o de Florianópolis e, o de Salvador, ficará nas mãos da francesa Vinci. A Infraero, diferentemente das privatizações anteriores, não entrou de sócia. O governo arrecadará R$ 3,72 bilhões com ágio de 23% sobre o esperado inicialmente. (Globo)
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