Lira dispara conversas pela reeleição na presidência da Câmara em 2023

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De Brasília

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Após obter a maior votação para deputado federal em Alagoas, com 219.452 votos, o presidente da Câmara, Artur Lira (PP-AL), desembarcou em Brasília já tentando estruturar sua recondução ao cargo de presidente da Casa. Sem sessão prevista nesta semana, o líder do Centrão faz da residência oficial, às margens do Lago Paranoá, o seu bunker. Lá, ele tenta estruturar as bases para a votação que ocorrerá em 2 de fevereiro de 2023, com os novos deputados eleitos.

A estratégia de Lira é, principalmente, liderar uma aglutinação das forças conservadoras que ascenderam na Câmara nesta eleição, incorporando os novos parlamentares ao bloco de direita do qual é o principal expoente. E faz isso prometendo robustez ao Centrão e protagonismo aos novos deputados, ávidos por destaque.

Lira se dedica a conversas que poderão resultar na fusão do próprio partido, o PP, com o União Brasil. A fusão depende que o União Brasil tope sair na defesa de Lira para o comando da Câmara em 2023.

Outra estratégia do presidente da Câmara é tentar formar um bloco parlamentar, um super-bloco, envolvendo partidos da atual base governista, incluindo o PL, legenda de Jair Bolsonaro, que acaba de eleger a maior bancada da Câmara, com 99 parlamentares. Lira também quer incluir na conversa para a formação desse bloco o PSD, de Gilberto Kassab (SP), legenda que fez 42 deputados.

O atual presidente da Câmara se dedica a estimular a saída de parlamentares de legendas que não conseguiram cumprir a cláusula de desempenho e estarão impedidas de ter acesso aos fundos constitucionais. Ainda não há um levantamento oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre quais legendas estariam nessa condição, mas um estudo realizado pelo PROS já indica que pelo menos 12 delas não conseguiram desempenho suficiente para atender a cláusula constitucional. Nesse rol e na mira de Lira estão o Patriota, com 4 deputados; o PSC, com 6; o PTB, com 1 deputado; o Novo, com 3, entre outros.

O próprio PROS estaria nessa condição, de acordo com o estudo, além de legendas que estão coligadas com o PT, em torno da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como o Solidariedade, que fez somente 4 deputados e o Agir, que não elegeu nenhum parlamentar. Como esses partidos não cumpriram a cláusula, os deputados eleitos podem, pela lei, migrar para partidos maiores sem perder seus mandatos.

Lira já colocou para o UB sua condição de ser o nome para comandar a Câmara na reunião que teve, na sexta-feira (30/9), ainda em Alagoas, com o vice-presidente do União Brasil, Antônio Rueda, encontro no qual eles discutiram a possível fusão. “A formação dos partidos já está posta”, disse Lira em entrevista à Band News na manhã desta terça (4/10).

O interesse maior na fusão é de Lira e do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI). A discussão retoma a proposta já iniciada no ano passado, quando o PP ainda integrava o diálogo para se fundir com o DEM e o PSL. Na conversa inicial, o União Brasil seria formado pelas três legendas. A presidência ficaria com Luciano Bivar, ex-comandante do PSL, a vice-presidência, com ACM Neto, ex-presidente do DEM e Ciro Nogueira seria o secretário-geral. O PP saiu das discussões e PSL e DEM formaram o novo partido que lançou Soraya Thronicke à Presidência da República. O PP optou por integrar a coligação de Bolsonaro.

Caso o UB aceite a fusão, o partido resultante teria, pelo menos, 106 deputados, mais que a bancada do PL. Ou seja, seria o maior partido a tomar posse no próximo ano e já nasceria com um percentual igualmente forte do fundo eleitoral e partidário, visto que, vale para o cálculo dos fundos constitucionais, a bancada que assume no dia 1º de fevereiro. Caso as legendas se fundam após essa data, o fundo partidário é somado.

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