Na transição, Flávio Dino é voz isolada contra separação de Justiça e Segurança Pública

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De Brasília

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O senador Flávio Dino (PSB-MA) é um dos cotados para assumir o Ministério da Justiça no futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas tem colocado uma condição: ele não concorda com o desmembramento da pasta, que hoje também tem a função de cuidar da Segurança Pública.

Dino é voz isolada no grupo de transição anunciado nesta quarta-feira (16/11) pelo presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB-SP), em Brasília. Os demais integrantes do grupo de trabalho, entre eles o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), os advogados Marco Aurelio de Carvalho, Sheila Carvalho, do grupo Prerrogativas, além do advogado de Lula, Cristiano Zanin, defendem a separação e a ênfase para cada área.

Outra integrante do grupo, a pesquisadora Jacqueline Sinhoretto, da UnB, chegou a trabalhar na elaboração de um plano pluripartidário, ao lado de Paulo Teixeira, na Câmara, no âmbito da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. O plano aponta para a necessidade de combate à violência policial, diminuição do número de homicídios e um assunto ainda tratado como tabu por corporações: a integração das polícias. O assunto é tão espinhoso que hoje, ao anunciar os membros do grupo, Alckmin chegou a avisar que um representante de cada corporação policial terá lugar na equipe de transição.

Outro fator que concorre contra Dino é o fato de que o PSB já avisou que não considera a indicação do maranhense como quinhão do partido por ter integrado a campanha de Lula. “Dino é cota de Lula, não do PSB”, disse um dos membros do partido ao Meio.

Lula sinalizou durante a campanha a intenção de separar as duas áreas e a palavra final sobre o impasse será dada por ele.

Confira os membros do grupo de trabalho sobre Justiça e Segurança Pública anunciado nesta quarta:

Justiça e Segurança Pública

Andrei Passos Rodrigues: delegado da Polícia Federal

Camila Nunes: doutora em sociologia pela USP, professora adjunta da Universidade Federal do ABC (UFABC) e pesquisadora colaboradora do Núcleo de Estudos da Violência da USP.

Carol Proner: doutora em direitos humanos, professora de direito internacional da UFRJ.

Cristiano Zanin: advogado com especialização em direito processual civil.

Flávio Dino: ex-juiz, ex-governador do Maranhão e senador eleito pelo estado.

Gabriel Sampaio: advogado, foi secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça durante o governo Dilma Rousseff.

Jaqueline Sinhoretto: doutora em sociologia pela USP, professora da UFSCar, onde lidera o grupo de estudos sobre Violência e Administração de Conflitos.

Márcio Elias Rosa: procurador de Justiça aposentado, ex-secretário da Justiça de São Paulo e ex-presidente da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente.

Marco Aurélio Carvalho: advogado especializado em direito público.

Marivaldo Pereira: Advogado. ex-secretário executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública no governo Dilma Rousseff.

Marta Machado: professora da Fundação Getúlio Vargas.

Omar Aziz: engenheiro civil e senador pelo Amazonas.

Paulo Teixeira: advogado e deputado federal por São Paulo.

Pierpaolo Bottini: professor de direito penal da USP, foi secretário da Reforma do Judiciário durante o primeiro mandato do presidente Lula.

Sheila Carvalho: advogada internacional de direitos humanos, professora e ativista.

Tamires Gomes Sampaio: advogada, mestra em direito político e econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, pesquisadora na área de segurança pública, política criminal e racismo estrutural. Foi secretária adjunta de Segurança Cidadã em Diadema (SP).

Wadih Damous: advogado, ex-presidente da Seccional Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), ex-deputado federal pelo PT-RJ.

Todas as polícias e as guardas municipais serão chamadas a participar.

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