Roy Keane precisa ter mais alegria no coração, diz Márvio dos Anjos, sobre críticas de ex-jogador

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As tradicionais danças comemorativas de gols durante os jogos da seleção brasileira têm encontrado críticos ao longo desta Copa do Mundo do Qatar, como o ex-jogador irlandês Roy Keane, que considera as coreografias desrespeitosas. O jornalista Márvio dos Anjos considera que o ex-atleta “precisa ter um pouquinho mais de alegria no coração”, reforçando uma declaração semelhante do ex-jogador americano Alexi Lalas, que criticou a opinião de Keane. Durante um bate papo no programa #MesaDoMeio na Copa, ele comenta que, além do Brasil, Colômbia, África do Sul e até mesmo um jogador da seleção francesa já dançaram em campo, e que a alegria da dança faz parte de nossa cultura. “A gente não dança porque fez gol, a gente faz gol porque dança”, finaliza.

A editora-executiva do Meio Maria Paula Letti lembra que os jogadores brasileiros da Copa são mais jovens, fazendo parte de uma “geração TikTok”, acostumadas com as dancinhas dominando as redes sociais. Para ela, a comemoração coreografada ajuda a gerar conteúdo para os perfis dos atletas, que utilizam o momento para “um corte [com o trecho da dança] para postar em suas redes”. O jornalista e escritor David Butter afirma que um marco da expressão corporal depois de um gol no Brasil foi a comemoração de Pelé, na década de 1950, com um soco no ar diante de uma torcida que o vaiava, tornando o movimento uma de suas maiores marcas. Ele lembra que as coreografias ganharam força na década de 1990, com momentos marcantes, como Bebeto homenageando seu filho com o balanço dos braços, simulando um bebê em seu colo, e a simulação dos jogadores correndo como se estivessem num carrinho, em homenagem a Ayrton Senna.

Para ter mais coreografias na Copa, a seleção brasileira precisará vencer a Croácia nesta sexta-feira pelas quartas de final. David Butter lembra que o Brasil nunca perdeu para a seleção adversária em futebol masculino adulto, e por isso está confiante na classificação. Para ele, o futebol croata é mais parecido com o futsal, com toques rápidos e bola no pé, mas que falta talentos no centro da área, apesar da qualidade técnica da estrela da equipe, o meio-campista Modric. Para o jornalista, a Croácia “é um time que não teve momentos brilhantes nessa Copa”, mas é uma equipe equilibrada, com qualidade e habilidade, podendo surpreender em campo. Para Márvio dos Anjos, “a Croácia gosta muito de bola no pé, mas não é intensa na hora de recuperar a bola”. Ele aposta na capacidade de marcação cerrada brasileira para desestabilizar os croatas e vencer a partida.

Enquanto a rodada que definirá os semifinalistas do Mundial não começa, um tema que teve bastante repercussão no mundo do futebol brasileiro foi o mal estar provocado pelas críticas do ex-jogador e colunista do UOL Walter Casagrande aos jogadores da campanha do pentacampeonato da Copa do Mundo de 2002. Márvio dos Anjos diz que Casão “tem comprado algumas cruzadas que não fazem sentido” e questiona se o excesso de críticas de alguns comentaristas não gera um efeito negativo para quem as fazem. “Será que essa crítica deveria gerar esse debate todo? Será que não vira só uma picuinha?” David Butter afirma que o colunista é “uma voz original na opinião do futebol brasileiro”, mas, quando entra no mérito de assuntos fora das análises esportivas, “a gente, como público, perde”. Maria Paula classifica a discussão provocada por Casagrande como “um corta clima enorme” para a festa brasileira na Copa. Ela avalia que o ex-jogador, por estar na imprensa, recebe muita informação e acaba se posicionando demais, correndo o risco de gerar esse tipo de exposição negativa.

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