Lula separa oito ministérios para tentar ampliar base no Congresso

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De Brasília

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Na intenção de ampliar sua base na Congresso, avançando sobre o Centrão comandado pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) separou pelo menos oito ministérios para partidos que não integraram sua aliança. Mesmo assim, diante da guerra já instalada, isso está longe de ser suficiente para atingir a amplitude de apoio que se pretende no Legislativo.

As discussões com o MDB, PP, União Brasil e PSD envolvem pastas que já existem e outras que serão desmembradas e recriadas. Estão no radar as pastas de Minas e Energia, Integração Nacional, Cidades, Infraestrutura, Agricultura, Desenvolvimento Social, Transportes e Turismo.

Diante dessa disputa, o PT já dá como perdida a pasta do Desenvolvimento Social, que administra o programa Bolsa Família. No partido de Lula, integrantes já se conformam com a ideia de que o maior programa social do governo ficará nas mãos de Simone Tebet (MDB-MT).

Ter Simone Tebet à frente da pasta, no entanto, não resolve o impasse com o MDB. Membros da legenda já avisaram a Lula que, caso o partido tenha os dois ministérios que espera no próximo governo, a indicada para o cargo não seria a senadora e, sim, dois outros nomes, um do Senado e outro da Câmara. Simone, que se engajou na campanha petista no segundo turno, no entendimento dos emedebistas, teria de fazer parte da “cota de Lula”.

São alvo da cobiça do MDB a pasta de Minas e Energia, que seria comandada pelo filho do senador Renan Calheiros (AL), Renan Filho. O outro nome que o MDB pretende indicar é o do senador Eduardo Braga (AM), para a segunda pasta pretendida pelo partido, que cobiça a Integração Nacional ou Infraestrutura, pastas também visadas pelo União Brasil e o PSD. Até o momento, entre os nomes cogitados para esses ministérios, a depender das negociações com Lula, estão Alexandre Silveira (PSD-MG) para Infraestrutura e Elmar Nascimento (UB-BA) para Transportes. Para o Turismo, o nome cotado é o de Pedro Paulo (PSD-RJ).

Em meio às negociações para a aprovação da PEC da Transição na Câmara e às voltas com a possibilidade de o orçamento secreto ser considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Lira, por sua vez, pediu a Lula Ministério da Saúde, mas não deve levar. Interlocutores do presidente eleito afirmam que a pasta já está definida e que deverá ser comandada pela socióloga Nísia Trindade, atual presidente da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro.

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