A deusa, o agente sênior e o monstrinho

“A fase mais feliz da minha vida é agora, que eu tô serena.” Vinda de Rita Lee, a encarnação da rebeldia e da inquietude, a frase pode soar estranha, mas mostra o quanto a artista, que partiu para outros planos há dois anos, era multifacetada. Por isso o documentário Ritas, de Oswaldo Santana e Karen Harley, tem seu título no plural. O destaque, claro, é a longa e última entrevista concedida, pela cantora, mas o longa oferece ainda muitas imagens de arquivo e shows. Imperdível.
Não existe mais aposentadoria por tempo de serviço, mas 30 anos é muito tempo para enfrentar explosões, lutas e malabarismos. Por isso Tom Cruise se despede do agente Ethan Hunt em Missão Impossível – O Acerto Final. Amarrando os sete filmes anteriores da franquia, a parte 8 traz Hunt tendo de salvar o mundo (Não! Sério?) de uma organização que tomou conta dos arsenais nucleares do planeta. Como era de se esperar, as cenas de perigo, que Cruise costuma fazer pessoalmente, são a cada filme mais rebuscadas.
Há que se louvar o esforço da Disney pelo meio ambiente. O que o estúdio mais tem feito nos últimos anos é reciclar seus sucesso, e a bola da vez Lilo & Stitch, que ganha uma versão semilive action – atores de verdade vivendo os humanos e contracenando com alienígenas de CGI. A história é a mesma, um monstrinho espacial criado em laboratório foge para a Terra – mais precisamente para o Havaí – e é “adotado” por uma menina, com que vai aprender o significado de amor, família e, assim o espera a Disney, lucro.
Dirigido por Mehdi M. Barsaoui, A Mulher Que Nunca Existiu fala de identidade, medo e preconceito. Aya, uma jovem infeliz de um vilarejo no Sul da Tunísia, é dada como morta em um acidente de trânsito e aproveita a oportunidade para criar uma nova identidade e recomeçar sua vida na capital, Tunis. Até que testemunha um incidente envolvendo policiais em uma boate. Agora terá de lutar para manter sua nova vida – e até sua vida propriamente dita.
Um recomeço em outro lugar também é o tema de A História de Souleymane, de Boris Lojkine. O personagem título é um jovem de origem africana que trabalha como entregador de comida em Paris e batalha para legalizar sua situação na França. Para isso, porém, terá de decorar “sua história”, ao mesmo tempo em que encara os preconceitos, as dificuldades e os ricos inerentes aos imigrantes ilegais.
No interior do Rio Grande do Sul, cinco jovens estão aterrorizados pela ideia de crescer e se subordinar às rígidas regras da sociedade local. Parte de um grupo de teatro, eles encenam uma peça do universo mágico de Murilo Rubião, até começaram a manifestar no mundo real os poderes de seus personagens no palco e se tornarem (ainda mais) estranhos para seus vizinhos e familiares. Esta é a história de Os Dragões, de Gustavo Spolidoro.
E para finalizar, há o documentário A Mulher Sem Chão, de Débora Mcdowell, que retrata Auritha, uma mulher indígena do povo tabajara. Dez anos atrás ela deixou seu Ceará natal em busca de liberdade em São Paulo, e agora reflete sobre sua invisibilidade e a perda de sua cultura.
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