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Morre Sebastião Salgado, maior fotógrafo da história brasileira

Morreu em Paris, aos 81 anos, Sebastião Salgado, o maior fotógrafo da história brasileira e um dos maiores do mundo. Salgado foi vítima de uma leucemia grave, causada por uma espécie rara de malária que ele contraiu na Indonésia, em 2010. Deixa sua companheira de vida, Lélia Salgado, os filhos, Rodrigo e Juliano, e dois netos. (Estadão)

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O anúncio da morte de Sebastião Salgado foi feito por meio das redes sociais, em uma nota publicada pelo Instituto Terra, que ele mantinha com sua mulher, Lélia Salgado. O instituto se dedicava à defesa do meio ambiente, uma das principais causas de Salgado nas últimas décadas. Ao lado de Lélia, Sebastião Salgado recuperou uma área completamente devastada na fazenda de sua família, no interior de Minas Gerais.

Nascido na cidade de Aimorés (MG) em 1944, ele já vinha apresentando fragilidade na saúde havia algum tempo. Há um mês, ele afirmou que um novo tratamento contra a leucemia estava lhe dando mais energia. Neste sábado, Sebastião Salgado participaria da abertura de uma exposição de vitrais desenhados por seu filho Rodrigo, portador da síndrome de Down, na cidade francesa de Reims. (Folha)

Nenhum fotógrafo brasileiro recebeu tanto reconhecimento mundial quanto Salgado. Integrante da icônica agência Magnum, criada pelos não menos icônicos fotógrafos Cartier-Bresson e Robert Capa, as fotos de Salgado foram publicadas pelos maiores jornais do mundo. Em 2024, uma de suas imagens clássicas de Serra Pelada foi eleita pelo The New York Times como uma das 25 fotografias que definem a era moderna. (New York Times)

Salgado também teve seu trabalho reconhecido com diferentes premiações e honrarias ao redor do mundo. Suas fotos foram vencedoras dos maiores prêmios da fotografia, como o World Press Photo, o Eugene Smith Award de Fotografia Humanitária e o Prêmio Príncipe de Astúrias de Artes. Também foi eleito membro honorário da Academia Americana de Artes e Ciências dos Estados Unidos e integrante da Academia de Belas Artes da França. (CNN Brasil)

Seu último grande trabalho foi uma imersão profunda na Amazônia brasileira, que ele retratou em grandes fotografias em preto e branco, exibidas em mostras grandiosas ao redor do mundo. O trabalho rendeu seu último livro, Amazônia, um sucesso de crítica e de vendas. Ele tinha planos de fazer uma grande exposição com essas fotografias na COP30, que acontece neste ano em Belém. (Metrópoles)

Parte desse processo na Amazônia foi retratado no documentário O Sal da Terra, dirigido por seu filho Juliano Salgado e pelo cineasta alemão Wim Wenders. O filme foi indicado ao Oscar de Melhor Documentário em 2015, mas perdeu a estatueta para Citizenfour, documentário sobre Edward Snowden, dirigido por Laura Poitras. (Estadão)

Poucas horas após o anúncio da morte de Salgado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nota lamentando a perda do fotógrafo. Lula se disse profundamente triste com a notícia e afirmou que Salgado foi um dos maiores fotógrafos do mundo. “Salgado não usava apenas seus olhos e sua máquina para retratar as pessoas: usava também a plenitude de sua alma e de seu coração.” (CNN Brasil)

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, também lamentou o falecimento de Sebastião Salgado. “Com imensa tristeza, recebo a notícia da partida de Sebastião Salgado. Sua lente capturou a alma do mundo, com olhar humano, poético e profundamente transformador”, escreveu a ministra.

A jornalista Miriam Leitão relembrou das viagens que fez com Salgado à Amazônia. “Eu Sabia que era um privilégio único colocar o pé na estrada com Sebastião Salgado, mas o que levarei para sempre na memória foi o deslumbramento de perceber que ele era doce, cuidadoso, delicado no trabalho. Ele fotografava cantando baixinho uma velha canção” (O Globo)

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