‘Monstros’ à vontade nos cinemas

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Hoje é dia de monstros estreando a torto e a direito nos cinemas, mas o mais importante deles o é no bom sentido. Maurício de Souza: O Filme, de Pedro Vasconcelos e Rafael Salgado conta a história do monstro sagrado do quadrinho brasileiro. O filme mostra a vida de Maurício e sua paixão pelo desenho desde a infância, as dificuldades em viver da própria arte e a forma como buscou inspiração nas filhas para criar Mônica e Magali e dali abrir as portas de um universo que encanta o público de todo o mundo há gerações. E para dar ainda mais autenticidade, Maurício é interpretado por Mauro Sousa, um de seus dez filhos — e a gente achando que ele só era prolífico com personagens.
Falando de monstros propriamente ditos, estreia também hoje a versão de Guillermo Del Toro para Frankenstein, a imortal história criada por Mary Wollstonecraft Shelley em 1818. Del Toro transformou o monstro da Lagoa Negra em história de amor no premiado A Forma da Água, de 2017, mas desta vez foi mais fiel à tragédia de Victor Frankenstein (Oscar Isaac), um médico que, buscando livrar a Humanidade da morte, produziu uma criatura que viria a destruir tudo o que ele amava. Mia Goth, figura onipresente nas produções de terror, faz a desventurada Elizabeth, noiva do doutor.
Oscilando entre a comédia e o terror, o longa sueco-romeno-polonês A Meia-Irmã Feia, de Emilie Blichfeldt, reimagina a história Cinderela pela ótica de Elvira, uma dar irmãs, digamos, menos graciosas da Gata Borralheira. Obcecada pela beleza e disposta a fisgar o príncipe a literalmente qualquer custo, ela não vai medir sacrifícios, especialmente físicos. Vamos lembrar que a história se passa no século 19, quando as técnicas de harmonização facial ainda não estavam exatamente desenvolvidas.
E temos ainda sustos à brasileira em dose dupla. Primeiro com #SalveRosa, de Susanna Lira, mais voltado para o suspense. Klara Castanho é a Rosa do título, uma influenciadora adolescente cujo enorme sucesso nas redes garante a vida de sonhos de sua mãe, Dora, interpretada por Karine Teles. Cada detalhe da vida da menina é controlado para garantir o máximo de exposição e lucro, até que ela sofre um desmaio na escola e faz exames em um hospital. O resultado vai revelar um segredo guardado a sete chaves por Dora, algo que pode botar Rosa em risco.
E em seguida, Recife Assombrado 2 – A Maldição de Branca Dias, dirigido por Adriano Portela. Um grupo de jovens investigadores de casos paranormais (não, eles não têm um cachorro falante) é contratado para localizar um tesouro ligado à lendária Branca Dias. A personagem histórica foi uma cristã-nova portuguesa do século 16 que migrou para o Brasil colonial e foi perseguida pela Inquisição sob a acusação de manter práticas do judaísmo. No filme, ela aparece como uma figura fantasmagórica em torno da qual existe um culto atento à busca dos jovens — e ciente de que a líder dos investigadores, vivida por Vitória Strada, é a chave para encontrar o tesouro.
Deixando os monstros de lado (mas vamos voltar a eles logo), é hora de filmes para a família. Em Pai do Ano, Michael Keaton vive um coroa, sócio de uma galeria de arte, casado com uma pintora muito mais jovem e não exatamente ajuizada. Um belo dia, a esposa avisa que está se internando numa clínica de reabilitação e que cabe a ele cuidar do casal de filhos pequenos. O problema é que paternidade nunca foi seu forte, o que é trazido à tona quando resolve pedir ajuda à filha adulta do primeiro casamento (Mila Kunis). Entre cobranças e situações engraçadas, ele vai reavaliar sua vida e se reconectar com a prole.
Um tiquinho menos fofo é Se Não Fosse Você, onde Allison Williams (de Corra!) e Mckenna Grace interpretam Morgan e Clara, mãe e filha. A pequena diferença de idade entre as atrizes é proposital, já que Morgan foi mãe aos 18 anos e quer evitar a todo custo que a filha vá pelo mesmo caminho. Uma tragédia, porém, vai jogar a vida das duas de pernas para o ar: o marido e a irmã de Morgan morrem em um acidente de carro, e tudo indica que os dois tinham um caso. Abalada pela dor, pela decepção e pelo ressentimento, ela vai ter de lidar com o luto da filha sem lhe contar a verdade.
E voltamos ao monstros, agora em animação. Frankie e os Monstros mistura elementos de uma tonelada de outros desenhos de terror infantil e sua inspiração óbvia é Frankenstein. Um cientista maluco gosta de produzir criaturas a partir de pedaços de outras, mas dá pouca atenção ao pequeno Stitch, sua primeira obra e a única que parece vagamente humana. O pobrezinho cuida de manter o castelo arrumado e a existência dos “irmãos” em segredo, até que um circo de horrores chega à aldeia vizinha. Será que Stitch vai ter sua chance de virar um astro?
Já Chainsaw Man – O filme: O Arco da Reze é, para variar, um longa japonês baseado em uma série de anime baseada numa coleção de mangás. A trama se passa em um mundo onde demônios nascem de medos humanos. Denji, o protagonista, tem um demônio de estimação que se assemelha a uma serra elétrica, e os dois acabam se fundindo. Se você acompanha o mangá, não precisa de explicação; se não acompanha, nem adianta tentar entender.
Confira a programação completa nos cinemas da sua cidade. (AdoroCinema)