Genial/Quaest: Lula lidera com Flávio em segundo
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O Centrão e os demais partidários de uma candidatura de direita não bolsonarista para as eleições presidenciais de 2026 tiveram uma má notícia dupla na pesquisa Genial/Quaest (íntegra) divulgada no início da tarde desta terça-feira. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece liderando em todas as simulações, enquanto o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), ungido candidato pelo pai, surge em segundo lugar em todos os cenários de primeiro turno e tem uma performance ligeiramente melhor que a dos demais postulantes de direita no segundo. Além disso, o senador é o único nome, além de Lula e de Jair Bolsonaro, que está inelegível, a aparecer na pesquisa espontânea de intenção de votos — o presidente é mencionado por 20% dos entrevistados, Flávio e o pai têm 5% cada e 65% estão indecisos.
Para as simulações estimuladas de primeiro turno, o percentual de Lula varia entre 41% e 34%, dependendo dos demais concorrentes. Já Flávio Bolsonaro varia entre 27% e 21%. Ele supera os governadores Ratinho Júnior (PSD-PR), com 11% a 13%; Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), com 10%; Romeu Zema (Novo-MG), com 4 a 6%; e Ronaldo Caiado (União-GO), com 2% a 4%, e o ex-governador Ciro Gomes (PSDB-CE), com 8%. No segundo turno, Lula venceria Flávio por 46% a 36%, com 3% de indecisos e 15% de nulos e brancos. Contra Tarcísio, teria 45% a 35%, com 4% e 16% de indecisos e nulos — a mesma diferença em relação a Ratinho. Contra Caiado, 44% a 33%; e contra Zema, 45% a 33%.
Flávio Bolsonaro ultrapassa Lula na rejeição, 60% não votariam nele sob hipótese alguma, contra 54% do presidente, mas o senador é desconhecido para 12% do eleitorado, enquanto apenas 2% dizem não conhecer Lula. A única boa notícia para os governadores de direita e o grau de desconhecimento, o que lhes dá alguma margem para crescer. Ratinho é rejeitado por 39% e desconhecido para 36%; com Tarcísio, os números são 47% e 28%; Zema é desconhecido por 51% e rejeitado por 35%; e Caiado tem 50% de desconhecimento e 40% de rejeição.
Aprovação do governo tem ligeira melhora
Além da fragmentação da direita, a Genial/Quaest trouxe alguns alentos para o governo. A desaprovação do governo, que vinha caindo desde maio, mas tivera uma ligeira alta de um ponto em novembro para 50%, voltou ao patamar de outubro, com 49%. A aprovação teve o movimento inverso, subindo de 47% para 48%. Ambas as variações estão dentro da margem de erro de dois pontos percentuais. A aprovação do governo teve a maior alta, de 81% para 87%, entre a esquerda não lulista; já a desaprovação subiu mais, de 83% para 92%, entre os entrevistados que se declaram bolsonaristas.
A única região do Brasil que teve um movimento diferente da tendência nacional foi o Nordeste, justamente um reduto lulista. Lá a aprovação do governo caiu de 59% para 57%, e a desaprovação avançou de 38% para 40% — ambos os casos no limite da margem de erro. A religião dos entrevistados teve um peso forte na avaliação do governo, além da margem. Entre os católicos, a aprovação foi de 50% para 54% e a reprovação de 47% para 44%. Já entre os evangélicos, grupo onde o bolsonarismo é mais resiliente, a reprovação saltou de 58% para 64% e a aprovação caiu de 38% para 33%.
Boa expectativa na economia
Na percepção do cenário econômico, embora os números globais ainda sejam ruins para o governo, houve uma melhora sensível. Os que percebem piora na economia caíram de 43% para 38%; os que veem melhora subiram de 24% para 28%; e os que não veem mudança recuaram ligeiramente, de 32% para 31%. A expectativa é de que a economia melhore para 44% (42% em novembro), piore para 33% (35%) e fique igual para 19% (21% no mês passado).
No campo político, o recuo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na imposição de tarifas sobre produtos brasileiros foi um trunfo para Lula, já que 43% acharam que a ação do governo brasileiro foi importante para a decisão. A importância foi relativa para 28% e nenhuma para 23%.


