Merkel sai; moderados de esquerda e direita disputam Alemanha

A Alemanha amanhece nesta segunda-feira com apenas uma certeza. Os 16 anos de domínio da chanceler Angela Merkel sobre a política nacional, continental e mundial chegam ao fim com as eleições de domingo. O que vem pela frente ninguém é capaz de dizer. Os resultados preliminares mostram uma vitória estreita do Partido Social-Democrata (SPD, em alemão) com 25,8% dos votos, contra 24,1% da União Democrata Cristã (CDU), partido de Merkel.

A questão é que a grande fragmentação no Parlamento não permite antever quem será capaz de formar uma coalizão estável. Os Verdes e os Partido Liberal Democrata, que ficaram em terceiro e quarto lugares respectivamente, já avisaram que estão abertos a negociações com os dois grupos primeiro colocados. (Globo)

Independentemente de quem consiga formar uma coalizão, o próximo chanceler alemão tende a primar pela estabilidade que marca há décadas a política germânica. O social-democrata Olaf Scholz, de 63 anos, apontado como vitorioso com uma margem apertada, é tido como um moderado, com um estilo pessoal muito próximo da sobriedade de Merkel. “Sou candidato a primeiro-ministro, não a animador de circo”, costuma dizer. Já Armin Laschet, líder da CDU, aposta na continuidade. (Folha)

Por mais que o novo chanceler se esforce, vai penar para sair da sombra de Merkel, a conservadora que cresceu na Alemanha Oriental comunista e se formou em Química Quântica, mas largou a profissão por algo ainda mais complexo, a política. Não é possível imaginar o início do século 21 sem ela. (g1)

Dorrit Harazim: “Qual foi a última vez em que líderes do mundo inteiro sentiram uma espécie de orfandade diante do afastamento de um de seus pares do cenário global? Não vale citar o sul-africano Nelson Mandela, pois ele já estava fora do poder quando sua morte foi pranteada simultaneamente em 24 fusos horários. A conservadora Angela Merkel é essa estadista. Na Alemanha de hoje, há várias crianças de 5 ou 6 anos de sobrenomes árabes com nomes de batismo que vão de Angie a Merkel, Angela Merkel por inteiro ou apenas Angela. Uma refugiada camaronesa que deu ao filho nascido na Alemanha o nome de Cristo Merkel explica: a chanceler fora a salvadora daquelas vidas.” (Globo)

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O presidente Jair Bolsonaro já tem um resultado positivo para marcar seus mil dias de governo, completados hoje. Quer dizer, um resultado negativo, o seu teste de covid-19 após uma onda de contágio na comitiva que o acompanhou a Nova York, incluindo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o filho Zero Três, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). (CNN Brasil)

Entre as estratégias de Bolsonaro para marcar seus mil dias no governo está uma extensa agenda de viagens pelo Brasil inaugurando obras e mobilizando sua base. Seu objetivo é recuperar a popularidade em queda e se colocar melhor na campanha para a reeleição no ano que vem. (Folha)

Bolsonaro chega aos mil dias no Planalto com um impressionante histórico de três crises por mês, em média. Desde a posse, por exemplo, um ministro deixou o governo a cada 52 dias. Sem contar participação em atos antidemocráticos, conflitos com líderes mundiais de relevo.  Confira o mapa das crises, tem para todos os gostos. (Globo)

Confira o que o presidente cumpriu e não cumpriu ao longo do período, em especial na área econômica. (Poder360)

Ok, não faz parte das comemorações oficiais, mas Anistia Internacional apontou 32 violações de direitos humanos no país ao longo dos mil dias de governo, seja por má gestão ou omissão. A lista inclui gestão da pandemia, os ataques à imprensa, as ameaças ao Estado de Direito e violações de direitos de povos indígenas e comunidades tradicionais. (Estadão)

Além de planejar a internacionalização de disparos em massa, o “gabinete do ódio” vem diversificando as redes sociais em que atua para escapar da fiscalização do TSE e do STF. Com redes tradicionais como o Facebook, o Whatsapp e outras fechando o cerco a discurso de ódio e notícias falsas, a base organizada de apoio a Jair Bolsonaro está migrando, por exemplo, para o Telegram, baseado na Rússia, que exerce pouco ou nenhum controle sobre a qualidade do conteúdo e não limita o envio simultâneo de mensagens. Só o clã Bolsonaro já conta com um milhão de inscritos em seus grupos no aplicativo. O Tik Tok, para publicação de vídeos curtos, é outra ferramenta explorada pelo grupo. (Estadão)

Aliás... Alunos e professores das escolas da zona rural de Santa Filomena, no interior do Piauí, já têm acesso à internet de banda larga, mas com um detalhe. Todas as vezes que usam o sistema, precisam assistir a 30 segundos de propaganda do governo. Segundo o Ministério das Comunicações, o objetivo é fornecer alternativas às ‘notícias contra o presidente’. (Estadão)

Os ministros do STF não estão nada satisfeitos com a demora do Senado em confirmar um nome, qualquer um, para a vaga deixada pela aposentadoria de Marco Aurélio Mello. O número par de ministros faz com que julgamentos terminem empatados, os processos que estavam no gabinete do ex-decano estão parados, e as novas ações que chegam são divididas entre um número menor de integrantes. (Globo)

Painel: “Mais de 70 dias após Jair Bolsonaro indicar André Mendonça para a vaga aberta no STF, Davi Alcolumbre (DEM-AP) segue deixando em dúvida aliados e colegas sobre o que pretende fazer sobre o tema. Alcolumbre continua pedindo votos contra Mendonça e permanece dizendo que a indicação será derrotada. Outras pessoas dizem, porém, que o parlamentar informou que marcaria para o início de outubro a sabatina na CCJ do Senado.” (Folha)

Lauro Jardim: “Alcolumbre tem mostrado a vários senadores um dossiê contra Mendonça. Nele, constam detalhes de uma antiga reunião deste com o hoje desaparecido Deltan Dallagnol, na qual o ainda chefe da AGU teria sido prometido apoiar postulados que eram bandeiras da Força-Tarefa da Lava-Jato.” (Globo)

Tabata Amaral: “Fico triste por ver que pessoas que se apresentam como feministas e que dizem lutar contra o machismo e a violência de gênero se calaram (sobre agressões em redes sociais) completamente, seja porque não gostam de mim seja porque gostam do Zé de Abreu. Isso é muita hipocrisia. O machismo na política é extremamente presente, é diário, é suprapartidário.” (Veja)

Viver

Passa de 86,6 milhões o número de brasileiros que já tomaram duas doses ou dose única, no caso da Janssen, da vacina contra covid-19. Segundo as secretarias estaduais de saúde, 86.692.704 pessoas estão com a imunização completa, o que corresponde a 40,64% da população. Ok, a margem de segurança é de 70%, mas já é alguma coisa. (G1)

O problema é que essa cobertura vacinal não é uniforme no país. Enquanto o Mato Grosso do Sul bate 54,5% de sua população completamente vacinada, seguido de São Paulo (52,7%), Roraima patina em 15,6%. (Metrópoles.)

O Brasil registrou neste domingo 238 mortes por covid-19, lembrando que os fins de semana são marcados por subnotificação. A média móvel de óbitos em sete dias foi de 528, com tendência de estabilidade em relação ao período anterior. Desde o início da pandemia 594.484 pessoas perderam a vida no país. (UOL)

As cinzas do vulcão que entrou em erupção em La Palma, nas Ilhas Canárias, chegaram à Europa. O Cumbre Vieja explodiu no domingo retrasado, obrigando a evacuação de moradores e turistas do balneário espanhol no Norte da África. Centenas de imóveis e instalações turísticas foram destruídas pela lava, mas não há registro de vítimas. Imagens de satélite mostram que a nuvem de cinzas já chegou à Espanha e à França, mas, apesar da alta concentração de gases tóxicos, ela não representa risco, já que vento a levou para as camadas superiores da atmosfera. (Globo)

Cultura

São 73 anos de alta octanagem. Que se dane a briga com o câncer de pulmão. Rita Lee lança hoje seu single Change, primeira inédita desde 2012, e é tema de uma exposição no MIS paulista. Mas quem acha que “a mais completa tradução” de São Paulo virou peça de museu está muito enganado. Rita segue ativa e criativa, e mais ácida do que nunca: “A garotada — até hoje — se identifica com ‘Ovelha Negra’, diz o quanto a música os representa. Então, eu me sinto uma padroeira das ovelhas negras.” E segue antenada com a situação do país: “É assustador ver gente no comando com mente tão ultrapassada. Era para a gente estar nos Jetsons e estamos voltando para os Flintstones. O Brasil parece ter um carma estranho...” (Globo)

E lembrando que Rita não fez sua longa jornada musical sozinha, o livro Mutantes - A Hora e a Vez - Memórias Fotográficas, de Leila Lisboa, retrata em 200 fotos a mais importante banda psicodélica brasileira, na qual Rita começou sua carreira. (Terra)

Então... Já que estamos aqui, Mutantes em Ando Meio Desligado ao vivo. (YouTube)

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Em 2020 a Broadway parou, mas este ano os teatros voltaram a abrir, mesmo que com restrições sanitárias mais rígidas. E em mais uma indicação de retomada da normalidade foi realizada ontem a festa de entrega do Tony, o mais importante prêmio do teatro americano, que havia sido cancelada no ano passado, incluindo os espetáculos da temporada de 2019. Moulin Rouge! The Musical foi o grande vencedor, levando dez estatuetas incluindo Melhor Musical. The Inheritance foi a Melhor Peça sem ninguém cantando, e A Soldier’s Play foi a melhor remontagem. (Estadão)

Uma lenda do cartum e das publicações de humor brasileira, Otacílio Costa d'Assunção Barros, o Ota, de 67 anos, foi encontrado morto em seu apartamento na Tijuca, Zona Norte do Rio, na última sexta-feira. Para quem não está ligando o nome à risada, Ota foi, ao longo de 34 anos, editor da versão brasileira da revista americana Mad, que abriu caminho para uma infinidade de outras publicações satíricas. Era ao mesmo tempo um grande cartunista e editor e uma enciclopédia do quadrinho brasileiro e mundial. Na quarta-feira, após almoçar num restaurante da vizinhança, reclamou de um mal-estar, mas voltou para casa sozinho. Desde aquele dia parentes e amigos perderam contato com ele e acionaram os bombeiros, que arrombaram o apartamento e o encontraram morto (Globo)

Cotidiano Digital

Acabou a festa. O Banco Central da China anunciou na última sexta-feira que todas as transações de criptomoedas são consideradas ilegais no país. Atualmente, a China é um dos maiores mercados de moedas digitais do mundo e vem implementando uma série de ofensivas contra o que o Estado considera como investimento especulativo e volátil e lavagem de dinheiro. A negociação de criptomoedas foi oficialmente proibida no país desde 2019. No entanto, ela continuou a ser feita online por meio de transações no exterior. Segundo o Banco Popular da China, todas as transações relacionadas às moedas digitais são agora consideradas atividades financeiras ilícitas. (BBC Brasil)

Meio em vídeo. Entrar numa livraria, analisar as capas, ler a orelha do livro... todas essas atividades antes de adquirir um livro parecem se tornar menos recorrentes com a alta adesão aos ebooks. O Kindle é um desses aparelhos que permite mais praticidade e maior armazenamento de textos em um único dispositivo. Pedro Doria e Cora Rónai questionam se os ebooks vão acabar com os livros físicos e quais os poderes das novas tecnologias. (YouTube)

E o formato digital NFT de um dos memes mais famosos do mundo, o vídeo da menina Chloe Clem, foi vendido por US$ 73.900 (cerca de R$ 394 mil). O leilão começou com lances de 5 ethereum, mas em pouco tempo a imagem foi arrematada por 25 ethereum. (Olha Digital)

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