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As evangélicas pelo direito ao aborto

Na última segunda-feira (21), a Corte Constitucional da Colômbia decretou a descriminalização do aborto, caso seja feito até a 24ª semana de gestação. Até então, o procedimento só era legal em casos de estupro, se a saúde da mãe estivesse em risco ou quando o feto apresentasse uma má-formação que comprometesse sua sobrevivência. Exatamente como na lei brasileira. A partir de agora, as mulheres poderão decidir se querem prosseguir com a gravidez, ou não. Caso escolham interromper, não serão punidas.

O país tornou-se então o quinto da América Latina a flexibilizar o acesso ao aborto. É a “Maré Verde”, movimento de feministas que lutam pelo direito ao aborto legal e seguro. O procedimento já é legalizado na Argentina, Uruguai, Cuba, Guiana e no México, onde é permitido até a 12ª semana, em algumas regiões. É uma decisão histórica em um país de maioria católica.

Talvez soe estranho num país em que o cristianismo é tão forte. Até 80% dos colombianos se declaram católicos mas lá, como cá, há um movimento de mulheres religiosas que se juntaram às feministas — são as Católicas pelo Direito de Decidir. No Brasil, porém, as muitas igrejas evangélicas são tão importantes quanto a Católica. Mas elas não estão de fora. O Meio conversou com Camila Mantovani, de 27 anos, Diretora de campanhas e uma das fundadoras da FEPLA. A Frente Evangélica pela Legalização do Aborto.

Como a FEPLA surgiu?

O movimento teve início durante o processo de protocolar a ADPF 442, no STF. Algumas mulheres evangélicas, que estavam em diferentes coletivos feministas, se depararam com as argumentações fundamentalistas contra a arguição. A partir desse momento, sentimos a necessidade de criar um espaço de mulheres evangélicas para acolhimento de outras mulheres evangélicas, em situação de abortamento. E também para contrapor a narrativa fundamentalista sobre a questão.

Como foi o seu processo de se entender a favor da descriminalização do aborto enquanto cristã?

Eu já fazia parte de uma igreja progressista que foi uma das signatárias, como amicus curiae, da ADPF favorável à descriminalização. Tive a sorte de ter a minha comunidade de fé apoiando.

Qual o papel da Igreja na descriminalização do aborto?

O cristianismo no Brasil mobiliza muita gente. A Igreja precisa decidir de que lado está. O lado dos conservadores, legalistas que não se importam com a vida, ou do lado daquelas e daqueles que querem garantir vida em abundância, para que nenhuma mulher morra por conta de um abortamento inseguro.

Você acha que após a Colômbia o Brasil dá um passo a mais nessa direção?

O Brasil de Bolsonaro não vai dar nenhum passo à frente com esse debate. Mas, com toda certeza, cada país latino que consegue garantir esse direito tão básico à vida e à dignidade das mulheres, representa um sopro a mais de esperança na luta dos tantos movimentos que resistem aqui.

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