Com Doria fora, Aécio trabalha para implodir 3ª via

O anúncio pelo ex-governador paulista João Doria de que abriu mão da candidatura ao Planalto pode ter facilitado o acordo entre PSDB, MDB e Cidadania para uma chapa única. Mas não o garante. Como narra a Coluna do Estadão, os tucanos trabalham agora para conter mais um movimento liderado pelo deputado Aécio Neves (MG). Ele tenta forçar o lançamento de candidato próprio da sigla, possivelmente o ex-governador gaúcho Eduardo Leite. A cúpula prefere cumprir o acordo já feito de apoiar a senadora Simone Tebet (MDB-MS). Para evitar que o movimento ganhe força, a Executiva tucana cancelou a reunião marcada para hoje, onde seria discutido o apoio a Tebet. MDB e Cidadania mantiveram seus encontros nesta terça, mas o PSDB só vai discutir a candidatura única no dia 2 de junho. (Estadão)

Muito emocionado, Doria comunicou a desistência após se reunir com o presidente do PSDB, Bruno Araújo, um dos principais entusiastas do apoio a Tebet. Em seu discurso (íntegra), o ex-governador não escondeu a mágoa, dizendo que se retirava da disputa “com o coração ferido, mas com a alma leve”. Ele repassou a própria trajetória como empresário e lembrou que venceu as prévias tucanas e as eleições para prefeito de São Paulo em 2016 e governador em 2018. Doria enfatizou sua vitória nas prévias do partido no ano passado, mas reconheceu a falta de apoio da direção. “Entendo que não sou a escolha da cúpula do PSDB. Aceito esta realidade de cabeça erguida.” Ele teria comunicado sua decisão a pessoas próximas no domingo, dizendo que deve se dedicar no momento à atividade empresarial. (g1)

A gota d’água para que Doria desistisse foi, conta Lauro Jardim, o aviso de que o partido não repassaria mais recursos para sua pré-campanha. Segundo Bela Megale, o recado foi dado por uma pessoa de confiança dele, o ex-presidente da Câmara e secretário do governo paulista, Rodrigo Maia, acompanhado do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia. (Globo)

Em nota, Tebet afirmou que o ex-governador “jamais foi um adversário”. (g1)

Jair Bolsonaro e seus apoiadores reagiram com deboche ao gesto de Doria. No Twitter, o presidente disse que abria mão da disputa pelo “cinturão dos pesos médios no UFC”. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou torcer para que ele continuasse candidato, pois “politicamente afundaria o PSDB”. (Poder360)

Vera Magalhães: “O PSDB saiu menor que seu agora ex-pré-candidato desse episódio dos mais lamentáveis da política nacional recente — e olha que a concorrência é extensa. O PSDB foi mais ativo que Jair Bolsonaro na campanha de destruição da imagem do próprio candidato, levando a antiga tendência ao tucanocídio ao estado da arte.” (Globo)

Meio em vídeo. A saída de João Doria da corrida presidencial deveria ser lamentada, é uma derrota para a democracia. Não por ele, que não tinha qualquer chance. Mas porque um dos poucos partidos que tinha uma visão de país a oferecer está morrendo. Até petistas deveriam lamentar. Confira no Ponto de Partida. (YouTube)

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Então... Aproveitando-se do dia de confusão, Bolsonaro agiu. Após 40 dias no cargo, José Mauro Coelho foi demitido da presidência da Petrobras. O anúncio foi feito na noite desta segunda-feira pelo Ministério de Minas e Energia. Para substituí-lo, o governo indicou Caio Mário Paes de Andrade, atual secretário especial do ministro da Economia, Paulo Guedes. A indicação agora precisa ser aprovada pelo Conselho de Administração da Petrobras. “O Governo consigna ao Presidente José Mauro os agradecimentos pelos resultados alcançados em sua gestão, frente à Petrobras. O Brasil vive atualmente um momento desafiador, decorrente dos efeitos da extrema volatilidade dos hidrocarbonetos nos mercados internacionais”, diz a nota divulgada pela pasta. José Mauro Ferreira Coelho é o terceiro presidente da Petrobras a ser demitido pelo governo Bolsonaro, que vem pressionando a estatal para conter o aumento progressivo nos preços dos combustíveis. (g1)

A nomeação de Andrade pode parar na Justiça. Ele não tem, segundo os acionistas minoritários, a experiência mínima no setor exigida pela Lei da Estatais. (Folha)

O ministro do TSE Alexandre Moraes voltou atrás e autorizou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a destituir seu vice, Marcelo Ramos (PSD-AM), e convocar uma nova eleição para o cargo. O argumento é que Ramos, opositor do presidente Jair Bolsonaro, foi eleito para o cargo quando era do PL, perdendo a vaga ao mudar de partido. Pelo mesmo motivo, Lira destituiu a segunda e a terceira secretárias da Mesa, Marília Arraes (Solidariedade-PE) e Rose Modesto (UB-MS), que deixaram o PT e o PSDB, respectivamente. (Poder360)

Mas nem tudo é boa notícia para Lira. Seu arqui-inimigo, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), anunciou que vai se licenciar do Senado para cair de corpo e alma na eleição alagoana e derrotar os candidatos apoiados pelo deputado, conta Guilherme Amado. (Metrópoles)

Para ler mantendo a calma. Com apoio do vice-presidente Hamilton Mourão, um documento elaborado por institutos conservadores ligados aos militares projeta o domínio do bolsonarismo (e da Forças Armadas) na política até 2035. Como revela Marcelo Godoy, o documento defende ainda o fim da gratuidade do SUS e das universidades públicas para a classe média a partir de 2025. (Estadão)

Prêmio Nacional do Seguro

Prêmio Nacional do Seguro

Em todo o mundo as pessoas estão vivendo mais, mas o nível de renda não cresceu no mesmo ritmo do aumento da expectativa de vida ou do desenvolvimento científico. A penetração de seguro de vida no Brasil ainda está longe da média de países desenvolvidos, com destaque para a condição econômica da população e questões sociais, como a baixa preocupação com o futuro da família ou ausência de planejamento financeiro. Mais de 150 milhões de pessoas no país não possuem seguro de vida, embora o Brasil seja o oitavo país com o maior potencial para o mercado segurador entre as 96 nações pesquisadas no Índice Global de Seguros Potenciais (GIP). Como o mercado pode tornar o produto atrativo para essa nova gama de consumidores? Esse é o tema da reportagem vencedora do Prêmio Nacional de Jornalismo em Seguros (2020/2021), escrita pela jornalista Kelly Lubiato, da Revista Apólice. (Revista Apólice)

Restam poucos dias para se inscrever no Prêmio Nacional de Jornalismo em Seguros, a maior premiação de jornalismo do país. São R$ 120 mil aos vencedores em diversas categorias de mídia e do setor. Participe até 31 de maio no site premiodejornalismo.ens.edu.br.

Viver

Dois brasileiros entraram na nova lista de cem pessoas mais influentes do mundo, divulgada pela revista americana Time: a ativista Sônia Guajajara, coordenadora-executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, e o pesquisador Tulio de Oliveira, responsável por sequenciar a variante ômicron do coronavírus na África do Sul. Nascida na Terra Indígena Araribóia, no Maranhão, filha de pais analfabetos, Sônia se formou em Letras e Enfermagem e sempre militou na defesa dos povos indígenas e do meio-ambiente. No ano passado foi intimada a depor na Polícia Federal devido a críticas ao governo. Já Oliveira é diretor do Centro para Respostas e Inovação em Epidemias (CERI) na África do Sul, onde vive desde 1997. Por conta do trabalho contra a covid-19, ele já havia sido escolhido pela revista Nature um dos dez cientistas mais influentes do mundo no ano passado. (g1)

Confira a íntegra da nova lista da Time, que inclui ainda a atriz Zendaya, o CEO da Apple, Tim Cook, e os presidentes do Chile, dos EUA, da Rússia e da Ucrânia. (Time)

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Autoridades sanitárias de todo o mundo estão em alerta devido ao aparecimento de casos de varíola de macaco, uma doença viral endêmica em animais na África Central, mas raramente vista em seres humanos fora do continente. Ontem, o conselheiro da Organização Mundial da Saúde (OMS) David Heymann disse que o surto atual teria se originado em duas raves que reuniram milhares de turistas, uma nas Ilhas Canárias, arquipélago espanhol na costa africana, e outra na Bélgica. Segundo o médico, a doença está sendo transmitida por contato sexual, o que explica sua dispersão em dezenas de países e a velocidade de contágio. Na África, a contaminação humana normalmente se dá pelo contato com roedores e primatas doentes. (AP News)

Panelinha no Meio. A chegada do frio reabre uma das mais divisivas polêmicas do Brasil: sopa é jantar? É sim! Mais importante, é uma oportunidade de reaproveitar alimentos e evitar o desperdício, como nesta tradicionalíssima sopa de feijão com macarrão. Como o feijão já está cozido e refogado, o preparo é muito rápido. Depois é só curtir o quentinho.

Cultura

Imagina-se que 165 milhões de álbuns vendidos ao longo de oito anos garantam a uma artista algum nível de autonomia, certo? Errado. A cantora americana Halsey (Spotify) reclamou neste fim de semana que sua gravadora, a Capitol, não permite que ela lance uma nova canção, “a menos que eles possam inventar um momento viral no TikTok”. Por ironia, Halsey usou a plataforma de vídeos curtos, e seu protesto viralizou. “Tudo é marketing. E eles estão basicamente fazendo isso com todos os artistas hoje em dia. Eu só quero lançar música, cara. E eu mereço mais. Estou cansada”, desabafou. (g1)

Halsey não está sozinha. Nomes consagrados do pop atual, como Florence Welch (Spotify), Charli XCX (Spotify) e Ed Sheeran (Spotify), já fizeram postagens com diferentes graus de enfado sobre a obsessão das gravadoras por vídeos curtos virais. (Folha)

Mas talvez a Geração Z não mereça mais do que dancinhas no TikTok mesmo. Uma pesquisa no Reino Unido revelou que uma em cada três pessoas nascidas entre a segunda metade dos anos 1990 e o ano de 2010 não conhece os Beatles (Spotify). Aretha Franklin (Spotify), um dos maiores nomes do soul de todos os tempos, é ignorada por 60% dos entrevistados, perdendo de pouco para o U2 (Spotify), que ainda está em atividade. (Globo)

Estreia nesta sexta-feira, na Netflix, a quarta temporada da série Stranger Things, uma das grandes apostas da plataforma para espantar os recentes resultados desanimadores. Para botar água na boca dos fãs, saiu ontem um novo trailer, indo ainda mais fundo na ação e no terror. A quarta — e talvez última — temporada será lançada em duas etapas. Nesta sexta saem sete dos nove episódios; no dia 1º de julho saem os dois últimos, sendo que o final terá a duração de um longa-metragem parrudo, duas horas e meia. (UOL)

Cotidiano Digital

O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, está sendo processado pela procuradoria de Washington D.C., nos EUA, por conta de seu envolvimento no escândalo de dados de usuários do Facebook pela consultoria Cambridge Analytica. Os dados teriam sido usados para apoiar a campanha presidencial de Donald Trump em 2016. A ação alega que Zuckerberg teve papel importante em decisões internas no Facebook que permitiriam à consultoria coletar dados pessoais de eleitores americanos sem seu consentimento. Com isso, a Cambridge conseguiu informações por meio de um teste de personalidade, que acessava detalhes não só os perfis de quem respondia às perguntas, mas também os de seus amigos. É segunda vez que a procuradoria tenta transformar o CEO da Meta em réu no caso. (The Guardian)

Um grupo de funcionários da produtora de videogames Activision Blizzard votou nesta segunda-feira pela sindicalização, criando o segundo sindicato formal na indústria de jogos dos Estados Unidos. Foram 19 votos a favor e 3 contra. A eleição ocorreu entre os profissionais do departamento de qualidade da Raven Software, subsidiária da Activision e sediada no estado de Wisconsin. A vitória do Game Workers Alliance marca um passo importante para a indústria de videogames e para os profissionais da gigante de jogos da Califórnia, que tem sido alvo de investigações trabalhistas por parte da Justiça dos EUA. (The Verge)

E o Ministério da Justiça e Segurança Pública suspendeu nesta segunda-feira a venda do carregador portátil da TecToy. A empresa está proibida de comercializar a bateria de celular Powerbank XCharge sem homologação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), órgão regulador pela qual já foi multada. A marca tem até cinco dias para prestar esclarecimentos. (Estadão)

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