Prezadas leitoras, caros leitores —

No site do Meio há um manifesto de fundação, uma declaração de princípios editoriais intitulado ‘No que acreditamos’. Foi publicado em 2016, quando nascemos. ‘O Meio pertence ao século 21. E, no século 21, a gente chama de família arranjos de todo tipo’, diz um dos trechos. No mês em que se celebra o orgulho LGBTQIA+ e no fim de semana da maior parada desse orgulho no mundo, vamos aprofundar a discussão proposta pela 26ª edição do evento: a representatividade política. Depois de décadas de luta pelo direito à existência, a comunidade LGBTQIA+ reivindica agora a presença na tomada de decisões.

A Edição de Sábado relembra ainda a história de Peter Blake, velejador, o maior herói esportivo da Nova Zelândia, que morreu assassinado na Amazônia em 2001. E bate um papo com a rapper MC Soffia, que atinge a maioridade e segue ativista pela prerrogativa de crianças pretas sonharem.

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Corpos atribuídos a Bruno e Dom chegam a Brasília para perícia

Os restos mortais encontrados na Amazônia foram levados ontem pela polícia, de avião, para Brasília, onde passarão por perícia no Instituto Nacional de Criminalística. A expectativa é de que sejam identificados como os corpos do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips. Ontem, os especialistas concluíram que o sangue encontrado no barco do assassino confesso Amarildo da Costa Oliveira não era de Phillips. Além de Amarildo e de seu irmão Oseney, também preso, a polícia investiga outras três pessoas por participação no crime. Uma delas é o possível mandante. (Metrópoles)

Após ter dito que o jornalista inglês era “malvisto” na região do crime e que ele e o indigenista se meteram em “uma aventura”, o presidente Jair Bolsonaro usou um tuíte da Funai para manifestar pesar. “Nossos sentimentos aos familiares e que Deus conforte o coração de todos!”, respondeu. Segundo Bela Megale, até integrantes do governo, tanto militares quanto políticos, têm criticado a postura de Bolsonaro no caso. (Globo)

Classificando o assassinato como um “ato brutal de violência”, o Escritório de Direitos Humanos da ONU cobrou do governo brasileiro investigações “imparciais, transparentes e minuciosas” e “reparação às famílias das vítimas”. Em nota, a porta-voz da entidade, Ravina Shamdasani, pediu também proteção “aos defensores dos direitos humanos e aos povos indígenas” e o fortalecimento de órgãos como a Funai e o Ibama para coibir atividades ilegais nas Terras Indígenas. (BBC Brasil)

A ONU não está sozinha. Entidades ambientalistas e de direitos humanos do Brasil e do exterior criticaram o governo brasileiro pela ausência de fiscalização e controle na região do Vale do Javari (AM), onde o crime aconteceu. A diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck, afirmou que o Brasil é um dos países que “mais mata ambientalistas e defensores dos direitos humanos” e que isso seria uma consequência das políticas governamentais. (Poder360)

Meio em vídeo. A responsabilidade pelas mortes de Dom Phillips e Bruno Pereira é de Jair Bolsonaro. Parece exagero? Não é. O presidente chama de aventureiro quem tenta garantir a lei enquanto incentiva garimpeiro, madeireiro, miliciano, policial assassino. Isso aí é método. E o método está funcionando. Confira a análise de Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)

Mais Meio em vídeo. Por que as mortes de Dom Phillips e Bruno Pereira têm mais atenção da imprensa do que as milhares de vidas perdidas todos os dias de forma violenta? Sim, existe uma razão para que ganhem destaque: elas mostram para o mundo o caráter do governo Bolsonaro. A opinião é de Mariliz Pereira Jorge, e você confere completa na coluna De Tédio a Gente Não Morre, no ar nesta sexta, às 11h15. (YouTube)

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) só deve escolher o vice em sua chapa para tentar a reeleição em julho, mês em que acontecem as convenções partidárias, na avaliação de auxiliares do Planalto. Na quarta-feira, ele afirmou que tanto o ex-ministro da defesa Walter Braga Netto quanto a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina estavam “cotadíssimos” para integrar sua chapa. (Poder360)

Apesar da fala do presidente, bolsonaristas acham que o burburinho em torno de Tereza Cristina é um “ato desesperado” de caciques do Centrão, diz a Coluna do Estadão. Embora reconheçam o apelo dela no eleitorado feminino, normalmente hostil ao presidente, esses apoiadores lembram do temor de Bolsonaro de que um “vice político” conspire para derrubá-lo. (Estadão)

Por via das dúvidas, Braga Netto recebeu um conselho: se mexer. Entusiastas de sua candidatura querem que ele faça viagens pelo país e participe de eventos que lhe aumentem a visibilidade e dialogue com setores ligados à educação e ao meio ambiente, também pouco receptivos ao bolsonarismo, para mostrar que pode agregar à campanha. (Globo)

O bloqueio de bens do contador João Muniz Leite, que trabalhou para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e é acusado de lavar dinheiro para a facção criminosa PCC, foi amplamente explorado nas redes sociais pelos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo a Polícia Civil paulista, Leite montou um esquema usando loterias para legitimar dinheiro de Anselmo Santa Fausta, o Cara Preta, suposto chefe do PCC, assassinado no ano passado. De acordo com os investigadores, nenhum político aparece no inquérito envolvendo a facção, mas o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos) usou o Twitter para lembrar a relação de Leite com Lula, assim como fez o empresário Luciano Hang. “Já imaginou se fosse o contador do Bolsonaro?”, tuitou o dono da Havan. A assessoria de Lula disse que o ex-presidente “não tem qualquer relação com o caso citado”. (Folha)

A imagem do Brasil lá fora

Tony de Marco

Mapa-Brasil

Cultura

Chico Buarque completa 78 anos no domingo, mas nós é que ganhamos presentes. O mais importante na lista é Que Tal Um Samba? (Spotify), sua primeira canção inédita em cinco anos. O outro foi o anúncio de uma nova turnê com o mesmo nome e participação de Mônica Salmaso. Estão previstos shows em 11 capitais, começando por João Pessoa (PB), nos dias 6 e 7 de setembro. Rio e São Paulo só terão a chance de vê-lo no ano que vem, mas os ingressos já estarão à venda no próximo dia 22. (Veja Rio)

Mauro Ferreira: “Sim, trata-se de um samba com categoria, um samba legal, como o próprio Chico Buarque propõe em versos da letra de Que Tal Um Samba?. A batida está mais para a calma mencionada na letra do que para a euforia do refrão do antecessor Apesar de Você. É no conjunto da obra que o samba vai enredando o ouvinte na cadência que fica um pouco mais manemolente na passagem instrumental que evidencia o toque do bandolim de Hamilton de Holanda.” (g1)

A cultura brasileira perdeu na noite de quarta-feira, aos 80 anos, a atriz e roteirista Maria Lúcia Dahl. Ela sofria da doença de Alzheimer e estava internada em um hospital particular no Rio devido a complicações renais. Em cinco décadas de carreira, Dahl se tornou uma musa do cinema nacional, atuando tanto em filmes clássicos como Menino do Engenho (1965), de Walter Lima Jr., e Macunaíma (1969), de Joaquim Pedro de Andrade, quanto numa ampla variedade de pornochanchadas. Também participou de dezenas de novelas e escreveu para teatro e TV. (Globo)

E os fãs de quadrinhos estão de luto pela morte do desenhista americano Tim Sale, aos 66 anos. Artista frequente da DC, teve uma longa parceria com o roteirista Jeph Loeb em títulos como Batman: O Longo Dia das Bruxas, Batman: Vitória Sombria e Superman For All Seasons. Em 1999, ganhou o Prêmio Eisner, o mais importante da indústria, como Melhor Artista. (Omelete)

Segue nos tribunais a batalha em torno dos cachês polpudos pagos por municípios a artistas populares. Ontem, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, proibiu o município amazonense de Urucurituba de realizar, ao custo de R$ 700 mil, shows da dupla sertaneja Bruno & Marrone e do grupo de pagode Sorriso Maroto, que aconteceriam amanhã. Em seu despacho, Martins ressaltou a desproporção entre os cachês e as condições do município, onde somente 23% da população têm tratamento de esgoto. A Festa do Cacau, na qual aconteceriam os shows, custaria cerca de R$ 2 milhões, mais de 40% do gasto de Urucurituba com saúde no ano passado. (CNN Brasil)

Viver

A quarta dose da vacina contra a covid-19 será ampliada para pessoas a partir dos 40 anos. A medida foi discutida ontem em reunião do Plano Nacional de Imunização (PNI) e será anunciada pelo Ministério da Saúde na segunda-feira da semana que vem. A segunda dose de reforço já estava liberada para pessoas acima dos 50 desde o dia 4. Para recebê-la, é necessário ter tomado a terceira dose há pelo menos quatro meses. (Folha)

Pois é… Até agosto deste ano, 28 milhões de doses da vacina contra covid produzidas pela Pfizer e AstraZeneca perderão a validade nos estoques do Ministério da Saúde, segundo levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU). Os imunizantes custaram R$ 1,21 bilhão aos cofres públicos. Até o próximo mês 11,7 milhões de doses estarão vencidas. O ministro do TCU Vital do Rêgo determinou que a pasta tome as medidas necessárias para que os imunizantes não sejam desperdiçados. (g1)

Enquanto isso… O Ministério da Saúde confirmou, ontem, o sexto caso da varíola dos macacos em território nacional. O paciente é de Indaiatuba, no interior paulista, e passou pela Europa. Ele está em isolamento domiciliar e seu quadro é estável. Este é o quarto caso em São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro têm registros de um caso cada. O ministério ainda avalia outros 13 casos suspeitos. No mundo já passa dos 1,5 mil infectados em países onde a doença não é endêmica. (Poder360)

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França e Espanha passam por ondas de calor no pré-verão europeu, com temperaturas que podem chegar a 40°C, agravadas pela crise climática. Na França, o esquema de zonas vermelhas de vigilância foi acionado pela quarta vez desde 2003, quando 15 mil pessoas morreram por causa da onda de calor. Já os espanhóis passam pelo quarto episódio de temperaturas elevadas nos últimos dez meses, com termômetros passando dos 40°C na primeira onda de calor do país nos últimos 40 anos. Para piorar, três incêndios já destruíram 1,6 mil hectares de floresta espanhola desde a última quarta. (Folha)

Estudo publicado pela Nature, uma das revistas científicas mais prestigiadas do mundo, afirma ter descoberto a origem da peste bubônica, também conhecida por peste negra, por causar gangrena em partes do corpo, que ficam enegrecidas. A cepa fonte da bactéria causadora da doença foi encontrada no Quirguistão, na Ásia Central, e teria surgido em 1338, segundo Maria Spyrou, uma das principais pesquisadoras do estudo. A equipe, que envolve de arqueólogos a epidemiologistas, analisou amostras de DNA em restos mortais em um cemitério que teve um número desproporcional de mortes entre os anos de 1338 e 1339, identificados em evidências arqueológicas no século 18. Estima-se que a doença tenha matado cerca de 25 milhões de pessoas no século 14. (g1)

Cotidiano Digital

Elon Musk teve uma reunião virtual nesta quinta-feira com funcionários do Twitter, e revelou seus planos caso a aquisição de US$ 44 bilhões se concretize. Em uma sessão de perguntas e respostas que durou cerca de 1 hora com 8 mil funcionários, o homem mais rico do mundo tocou em tópicos variados, como planos de crescimento, demissões, aplicativos chineses, anonimato e até sobre a existência de formas de vida alienígenas e como o Twitter poderia ajudar “a civilização e a consciência”. Musk indicou ter grandes ambições, como expandir o número de usuários da rede social para 1 bilhão. (The New York Times)

E a empresa holandesa Lightyear vai fabricar o primeiro carro do mundo movido a energia solar. O Lightyear 0 terá painéis no teto, capô e porta-malas para captar luz e carregar a bateria elétrica enquanto dirige ou permanece estacionado. O veículo poderá rodar cerca de 624 quilômetros sem parar para carregar e ter um alcance adicional de até 70 quilômetros por dia a partir dos painéis solares. O primeiro modelo deve ser entregue na Europa em novembro. (CNN)

Meio em vídeo. A era digital, da internet e redes sociais, trouxe para o jornalismo uma pressão com relação ao imediatismo. A notícia precisa ser dada primeiro, antes que qualquer lugar, mas isso acarreta problemas e desafios. Os últimos casos de barbárie no Brasil nos fazem questionar os limites da profissão, como publicar a notícia e o que publicar. Veja o que Pedro Doria e Cora Rónai têm a dizer. (YouTube)

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