Falta de reunião com Zelenski ofusca participação de Lula no G7
Primeiro líder dos países convidados para a cúpula do G7 em Hiroshima a ser recebido pelo premier japonês, Fumio Kishida. Uma promessa de empréstimo subsidiado de R$ 1 bilhão. Reuniões bilaterais com 11 autoridades internacionais. Tudo isso acabou sendo ofuscado pelo fato de Lula não ter se encontrado com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski. O europeu chegou de surpresa à cúpula, pediu uma reunião bilateral, mas, por “incompatibilidade de agendas”, não foi possível. Lula explicou que sua equipe marcou um horário, mas Zelenski não compareceu. “O Zelenski é maior de idade, ele sabe o que faz”, brincou. “Eu não tenho problema nenhum de visitar a Ucrânia e viajar à Rússia.” Analistas, no entanto, apontam que o encontro pode não ter ocorrido porque o G7 não seria o fórum adequado. E uma afirmação de Lula em coletiva de imprensa ajuda a confirmar esse entendimento, para além do desencontro do cerimonial: “Aqui no G7 nós viemos para discutir economia e discutir a questão do clima. O espaço para discutir a guerra não é no G7 e nem no G20, mas na ONU, dentro do Conselho de Segurança”. Durante a sessão de trabalho “Rumo a um mundo pacífico, estável e próspero”, com a participação de Zelenski, Lula condenou a violação da integridade territorial da Ucrânia e repudiou o “uso da força como meio de resolver disputas”. Disse também que a Rússia deve explicações, mas na ONU, indicando que o G7 não seria o fórum ideal para esse debate, como reforçou depois. Mas chamou a atenção o fato de, nesse painel, diferentes líderes internacionais cumprimentarem o ucraniano, enquanto o presidente brasileiro permanecia sentado. Lula minimizou a não realização do encontro, dizendo que ambos ouviram o discurso um do outro sobre o conflito entre a Ucrânia e a Rússia. Já o ucraniano, ao ser questionado se ficou decepcionado, disse, ironicamente, que achava que Lula é quem deve ter ficado desapontado. (g1 e Globo)
Oliver Stuenkel: “A hesitação de Lula depois do pedido do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, de uma reunião bilateral causou a impressão de que Lula está emparedado e indeciso sobre como agir para melhor preservar sua narrativa de neutralidade.” (Estadão)
Fernanda Magnotta: “Defender, de forma seletiva, princípios como respeito a integridade territorial, relativizar consensos construídos no campo multilateral e fechar os olhos para graves violações de direitos humanos definitivamente não contribuirá para que sejamos levados a sério nas grandes mesas que endereçam as questões globais.” (UOL)
O Congresso se mobiliza, a partir de amanhã, para finalizar a votação de oito medidas provisórias (MPs) que caducam em 1º de junho. Seis delas foram editadas por Lula, mas só três já têm suas comissões mistas formadas. O relatório da MP do Bolsa Família já foi aprovado pela comissão, mas tem de ser votado no plenário da Câmara e do Senado. A apresentação do relatório final e a votação do parecer sobre a reorganização da Esplanada dos Ministérios devem ocorrer na quinta-feira. A votação em plenário só pode acontecer depois disso. Já a comissão da MP que recria o programa Minha Casa, Minha Vida deve terminar em 14 de junho. Frente a esse cenário, os governistas tentam outros caminhos, como incluir os principais trechos como emendas em projetos de lei mais avançados no Congresso. Desde o início do ano os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), divergem sobre o rito de tramitação das MPs. (Metrópoles)
Já a reforma tributária deve ser pautada ainda no primeiro semestre. “Depois da votação do arcabouço, nós teremos junho e julho para terminarmos essas discussões e conseguirmos pautar no plenário da Câmara, ainda antes do recesso do fim de julho”, disse Lira. (Metrópoles)
Em represália à cassação do deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), políticos de oposição querem tirar do papel a CPI do abuso de autoridade, pedida em novembro do ano passado pelo deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS). O requerimento fala especificamente em investigar atos do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF). Deltan participou na tarde de ontem de uma manifestação em Curitiba organizada pelo MBL, que reuniu algumas centenas de pessoas em frente à sede local do MPF. Ele disse que lutará “até o fim” para reaver o mandato, cassado por tentativa de burlar a Lei da Ficha Limpa. (Estadão)
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) está internada em uma UTI de Brasília com covid-19. Ela foi diagnosticada já no hospital DF Star, onde se internou devido a um “mal-estar súbito” de causa não identificada. Ela deve ser transferida nos próximos dias para São Paulo, embora um comunicado do hospital diga que a deputada está assintomática há cinco dias. Zambelli, que diz não ter se vacinado por “recomendação médica”, acredita ter contraído o vírus na Coreia do Sul. Durante a pandemia, ela teve publicações marcadas pelo Twitter como enganosas por defenderem tratamento com cloroquina, remédio sem eficiência contra covid-19. (Poder360)
Não tem almoço grátis
Spacca
Viver
“Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas.” Foi assim que Vinícius Júnior se manifestou ontem, após milhares de torcedores, desta vez, do Valencia, chamarem o brasileiro de "macaco", quando ele estava na lateral do campo, aos 15 minutos do segundo tempo. Vini discutiu com os torcedores e acabou sendo expulso, após receber um mata-leão. O Valencia, que ganhou a partida em casa por 1 a 0, condenou o episódio, mas disse que foi um fato isolado. O presidente da La Liga, Javier Tebas, não gostou das críticas de Vini e disse que ele deveria se informar. Mas o jogador não se calou e rebateu o posicionamento do dirigente: “Omitir-se só faz com que você se iguale a racistas. Não sou seu amigo para conversar sobre racismo. Quero ações e punições. Hashtag não me comove”, afirmou o brasileiro. Já Carlo Ancelotti, técnico do Real, que minimizou outras situações de racismo, saiu em defesa do jogador. “Nunca me aconteceu. Assim não. É inaceitável. A La Liga tem um problema que não é Vinicius, ele é a vítima. O que fazer? Não se pode jogar futebol assim.” O Ministério da Igualdade Racial informou que vai notificar as autoridades espanholas e La Liga sobre o caso. (UOL)
Sob o argumento de que só pode divulgar dados de seus usuários com ordem judicial, o Telegram não tem colaborado de forma eficaz com a Polícia Civil de São Paulo, respondendo genericamente a investigações sobre o comércio de pornografia infantil na plataforma. Em 2023, a Delegacia de Combate à Pedofilia, do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa recebeu 129 denúncias desse tipo de venda em grupos do Telegram. No ano passado, houve 339 denúncias, totalizando 468 casos. A empresa se defendeu dizendo que “processa todas as solicitações das autoridades policiais no Brasil e as cumpre dentro dos limites da lei, de sua política de privacidade e das limitações técnicas da plataforma”. (Metrópoles)
Pois é... O Telegram ficará sem representação legal no Brasil, já que o escritório Campos Thomaz & Meirelles Advogados Associados deixará de prestar serviços como procurador do app de mensagens. (Poder360)
Nada de selfie na Fontana de Trevi ontem. As águas de um dos principais cartões postais de Roma foram escurecidas por manifestantes da organização ambiental Last Generation, que queriam alertar sobre as recentes inundações na Itália, que mataram ao menos 14 pessoas e desalojaram 36 mil. Eles lançaram na fonte um líquido à base de carvão e, em seguida, foram contidos pela polícia. (Estadão)
Já o Etna, um dos vulcões mais ativos do mundo, entrou em erupção e expeliu fumaça e cinzas ontem, fechando o aeroporto de Catania, no Sul da Itália. Várias cidades sicilianas foram cobertas pelas cinzas. (CNN Brasil)
Cultura
Nove minutos de ovação em pé. Essa foi a reação da plateia em Cannes a Killers of the Flower Moon (trailer), nova obra prima de Martin Scorsese, exibida pela primeira vez no festival. Estrelado por Leonardo DiCaprio, Robert De Niro e Lily Gladstone, o longa é baseado numa história real: os assassinatos de indígenas do povo osage nos anos 1920, quando suas terras, ricas em petróleo, passaram a ser alvo da cobiça dos brancos. DiCaprio e Gladstone vivem um casal inter-racial no centro da trama. (Rolling Stone)
O Foo Fighters anunciou ontem Josh Freese como novo baterista da banda, substituindo Taylor Hawkins, que morreu no ano passado. Músico de estúdio renomado, Freese já tocou com artistas como Guns N’Roses e Paramore, além de ter participado com o Foo Fighters de um show em homenagem a Hawkins. (Omelete)
Nas décadas de 1970 e 80, um grupo de autores redefiniu a literatura do Reino Unido e, por tabela, do mundo. Neste fim de semana, um dos mais destacado entre eles, Martin Amis, morreu de câncer no esôfago, aos 73 anos. Filho de Kingsley Amis, outro gigante da literatura inglesa, Martin publicou seu primeiro livro, o premiado The Rachel Papers, em 1973, sendo reconhecido por público e crítica como um grande contador de histórias, embora dissesse que linguagem era mais importante. “Tramas só interessam em livros de suspense”, afirmava. Amis era casado com a premiada escritora americana Isabel Fonseca. (Guardian)
Para ler com calma. Só faz crescer a polêmica sobre a alteração de obras literárias clássicas para retirada de termos considerados ofensivos. Não há consenso entre escritores (ou seus descendentes), editores, críticos e acadêmicos. Cleo Monteiro Lobato, bisneta do criador do Sítio do Pica-Pau Amarelo, defende as mudanças. “Os livros ficaram congelados no tempo, mas a gente evoluiu”, avalia. Já a escritora Eliana Alves Cruz discorda. “As obras de Lobato revelam quem ele era. Se a gente começa a maquiá-las, ele vira outro escritor”, afirma. (Folha)
Cotidiano Digital
A SpaceX lançou ontem em direção à Estação Espacial Internacional (ISS) quatro tripulantes — incluindo três pagantes — na segunda missão comercial da startup Axiom Space. Esta também é a primeira a levar astronautas da Arábia Saudita para a ISS. Os tripulantes decolaram a bordo da espaçonave Crew Dragon, no foguete Falcon 9. A partida ocorreu às 18h37, no horário de Brasília, a partir do Kennedy Space Center da Nasa, na Flórida, nos Estados Unidos. Nomeada de Axiom Mission 2 (Ax-2), a missão é um passo fundamental em direção à Axiom Station, primeira estação espacial comercial do mundo e sucessora da ISS. Durante oito dias, os astronautas trabalharão em pesquisas e projetos científicos e biomédicos. (CNN Brasil)
E o Instagram passou por instabilidade por cerca de 90 minutos na noite de ontem. O Downdetector, plataforma que reúne relatos de instabilidade em sites e aplicativos, registrou quase 10 mil reclamações no Brasil por volta das 19h30. Às 20h41, a rede social voltou a funcionar normalmente. Além do Brasil, países como Estados Unidos, Canadá, México, Chile, Argentina e Nova Zelândia também foram afetados. (g1)
A Apple seguiu os passos da Samsung e decidiu proibir o uso do ChatGPT por parte dos funcionários. O motivo é a preocupação com vazamentos de dados confidenciais da empresa. Além da ferramenta de inteligência artificial (IA) da OpenAI, a gigante de tecnologia também instruiu que os funcionários não utilizem o Copilot, programa que automatiza a escrita de códigos de software da Microsoft. Enquanto isso, a Apple tem desenvolvido sua própria tecnologia com uso de IA, segundo documentos obtidos pelo The Wall Street Journal. Na semana passada, a empresa dona do ChatGPT anunciou uma versão gratuita do chatbot em aplicativo para produtos da Apple, o iPhone e iPad. O lançamento será feito primeiramente nos EUA e deve chegar em outros países nas próximas semanas. (The Wall Street Journal e Estadão)