Juízes, corrupção e compadrio

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7 de novembro de 2016

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Juízes, corrupção e compadrio

A cidade baiana de Porto Seguro recebeu, durante o fim de semana, juízes de todo o país para o 6º Encontro Nacional de Juízes Estaduais. Nenhum tema esteve mais presente do que a corrupção. O mesmo se deu nas páginas dos jornais. Na edição de domingo, o Estadão publicou uma longa entrevista com o juiz responsável pela Lava Jato, Sérgio Moro. E, a Folha, com o juiz Herman Benjamin, relator no TSE do processo que pode cassar a chapa Dilma-Temer.
 
“Sou um homem de Justiça e, sem qualquer demérito, não sou um homem da política”, disse Moro em sua primeira entrevista à imprensa. Afirmou que não há chance de se candidatar a qualquer cargo. Para ele, o que mais lhe chamou a atenção na Lava Jato foi como a prática de corrupção se naturalizou. Gente que recebia propina no Mensalão continuou recebendo após condenada. Mesmo com a Lava Jato adiantada, o esquema continuou funcionando.
 
Destaque parecido é feito por Benjamin. “Vocês conhecem a expressão da Hannah Arendt, se referindo a outro contexto, a ‘banalidade do mal’? Aqui era a ‘normalidade da corrupção’.” O caso em suas mãos é o maior da história do TSE, já que pode encerrar de forma antecipada um mandato presidencial.
 
Em Porto Seguro, Moro se encontrou no palco para uma conversa com o juiz da Suprema Corte Italiana Gherardo Colombo. Ouviu do colega que, durante a Operação Mãos Limpas, o povo esteve com a Justiça até o momento em que pequenos casos de corrupção, por parte de funcionários públicos da classe média, começaram a aparecer, informa o Valor. Aí virou-se contra.
 
O evento seria encerrado pela presidente do Supremo, Cármen Lúcia. Ela decidiu não ir após O Globo publicar que, entre os patrocinadores do Encontro, estavam empresas com problemas na Justiça. Seu colega Ricardo Lewandowski, foi. E defendeu, novamente, que os juízes merecem um aumento.

Curtas

Enquanto isso, ali mesmo na Bahia, juiz de primeira instância condenou um repórter a seis meses de prisão. Crime: difamação de um empresário. O jornalista tornou público que o MPF o investigava por crimes ambientais.

Sérgio Moro já distribuiu sentença em 22 casos da Lava Jato. Demora, em média, um ano e seis meses. No Supremo, casos envolvendo autoridades demoram até 18 anos. (Folha)

Eduardo Cunha pode levar “mais uns cinco setores da economia para dentro da Lava Jato”. É com medo das delações dele e de Antonio Palocci que empresários pressionam o Congresso a aprovar a anistia do Caixa Dois e ampliar as possibilidades de acordos de leniência. Ameaçam com “quebradeira generalizada”. Incluem bancos, mineradoras, telefônicas, aviação e portos. (Folha)

77% das Prefeituras estão no vermelho. O rombo chega a R$ 69 milhões. A situação vai se agravar com o 13º do funcionalismo. Os estados estão correndo atrás da União. (Globo)

Os quatro vereadores eleitos pelo Novo terão no máximo seis assessores. (No Rio, vereadores têm direito a 20 e, em São Paulo, a 17.) (Folha)

Aguardem tarifas de energia ‘economicamente irracionais’. É o recado do professor Adilson de Oliveira, da UFRJ, na coluna de Elio Gaspari. (Folha)

Governo pode editar medida provisória para intervir na Oi. (Folha)

Para ler com calma: em seu Facebook, Cesar Benjamin faz um sobrevoo pelo Brasil. Enxerga os evangélicos das periferias como o mais importante movimento social do país das últimas décadas. E considera que a esquerda perdeu contato com eles.

Os estados decisivos nos EUA (3 de 3)

As eleições americanas de terça-feira serão definidas em nove dos 50 estados. São os swing states. Na quinta e sexta-feira, analisamos os principais. Há dois últimos, que surpreendem. Arizona e Georgia. São tradicionais estados republicanos e as chances de mudarem, nesta eleição, são muito pequenas. Nas contas de Nate Silver, Trump tem 72% de chances de vencer no primeiro e 83%, no segundo. Mas, tocados pelas mesmas mudanças demográficas do resto do país, aumento de eleitores latinos e jovens, começam a deixar de ser certos. Podem surpreender nas próximas eleições.

O diretor do FBI enviou nova carta aos congressistas americanos. Agora, diz que não tem qualquer motivo para abrir processo contra Hillary.

Donald Trump foi retirado às pressas do palco pelo Serviço Secreto durante um comício, em Nevada, no sábado. (Vídeo.) Alguém gritou arma na plateia. Era alarme falso.

Está apertado. Mas Hillary é favorita. As eleições dos EUA ocorrem amanhã.

Cotidiano Digital

O Google começa sua ofensiva, no Brasil, em prol da tecnologia AMP. É uma maneira de fazer com que as páginas dos sites de notícias abram muito rápido no celular. É, também, o principal concorrente do Instant Articles do Facebook, que produz o mesmo efeito. Nos aparelhos móveis, leitores não têm paciência para o tempo de carregamento. Clicam logo o botão voltar. Richard Gingras, executivo da empresa que já há vários anos faz a relação com grupos jornalísticos, argumenta que há um perigo no Facebook. Por ser uma plataforma fechada, seus executivos podem determinar o que será ou não publicado. Na internet aberta, este risco não existe. (Estadão)

Apenas 15% dos alunos matriculados em cursos ligados a computação são mulheres, no Brasil. Há algumas iniciativas para mudar o quadro. (Estadão)

Game Changers é o nome da série em quatro episódios sobre o universo dos videogames no Brasil. É patrocinada pela Vivo e está no site da empresa.

A Samsung não dá sorte. O recall, agora, é de três milhões de máquinas de lavar. Elas explodem.

Viver

A Maratona de Nova York, que ocorreu no domingo, é uma costura de sons. Em vários pontos, bandas de música de todo tipo tocam. No trecho da ponte de Queensboro, que leva a Manhattan, não há fãs ou música, só corredores, e ali não é raro que gritem palavras de incentivo uns aos outros. Com a predominância de celulares, apps de corrida e fones de ouvido, porém, a experiência do correr está mudando. Ao invés do estado zen e do foco absoluto, uma certa distração entre podcasts e playlists se impõe. Selfies começam a ficar comuns nas maratonas. E há quem não goste. Na New Yorker, Mary Pilon escreve sobre o debate. A tecnologia trouxe mais corredores para as ruas. Mas uma mágica do exercício está se perdendo.

Em tempo: Mary Keitany (34 anos), do Quênia, e Ghirmay Ghebreslassie (20), da Eritréia, foram os vencedores. Na prova de cadeira de rodas, a americana Tatyana McFadden (27) levou.

Tinder é tão 2015. O app de paquera do momento é o Happn. São Paulo já é a cidade com mais inscritos no sistema francês.

Porém… o governo federal iniciou uma campanha contra uma epidemia de sífilis que pegou o Brasil. Entre 2014 e 15, aumentou em 33% o número de casos. As principais vítimas têm entre 15 e 19 anos. Não usam camisinha.

11 foram presos em 8 estados por fraudes contra o Enem.

Sensação da China Fashion Week: Wang Deshun, o ator e modelo, em várias fotos. Tem 80 anos.

O Palmeiras venceu o Internacional por 1 a 0. O Santos bateu a Ponte Preta por 2 a 1. O Flamengo ficou no 0 a 0 contra o Botafogo. A tabela do Brasileirão mudou, com o Santos assumindo a segunda posição e o rubro-negro escorregando para terceiro. A equipe paulistana tem 91% de chances de se sagrar campeã. Os santistas, 7% e, os cariocas, 2%.

Cultura

Somente hoje: ingressos para 41 filmes brasileiros diferentes por R$ 3 nas salas da rede Cinemark.

A Amazon.com.br já representa 5% da venda de livros físicos no país. (Globo)

Novo disco de Nando Reis, Jardim-Pomar chega às lojas na quinta-feira e, na sexta, às plataformas digitais. (Globo)

Para fissurados: e se as metanfetaminas de Breaking Bad forem responsáveis pelos zumbis de Walking Dead? (Vídeo com legendas em inglês.)

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