Religião e política nas telonas

Poucos fenômenos sociais tiveram um impacto tão grande sobre a política brasileira quanto a expansão dos evangélicos, em particular dos neopentecostais, na última década. Esse é o tema da estreia em destaque nesta semana, o documentário Apocalipse nos Trópicos, de Petra Costa (que concorreu ao Oscar com Democracia em Vertigem) e Alessandra Orofino. A dupla visita passado e presente para traçar um panorama do envolvimento crescente desse grupo religioso — ou dos líderes de grandes denominações — na política e os desdobramentos para o restante da sociedade. O longa estará em cartaz apenas no Rio e em São Paulo antes de chegar no dia 14 à Netflix, uma estratégia para qualificá-lo em prêmios internacionais.
Já se vão 32 anos desde que Steven Spielberg assombrou as plateias misturando efeitos digitais inovadores e robôs para criar dinossauros “reais” em Jurassic Park – O Parque dos Dinossauros. Após seis longas, séries animadas, jogos etc. etc., a magia já se desfez. Monstros de CGI viraram rotina, mas isso não impede que a franquia siga em frente. Scarlett Johansson comanda o elenco de Jurassic World: Recomeço, que como o nome diz, abre uma nova frente na série. O clima do planeta extinguiu quase todos os dinos soltos do filme anterior quando se descobriu que no DNA deles poderia estar a chave para um avanço médico sem precedentes. Uma equipe de cientistas e mercenários vai até uma das antigas áreas de pesquisa da empresa responsável pelo parque para conseguir as amostras, mas, claro, coisas vão dar errado. Como é obrigatório nesse tipo de franquia, tudo é mais exagerado na versão anterior, com uma ressalva: a perseguição aquática do tiranossauro, um dos melhores momentos do livro original de Michael Crichton.
Qual a fronteira entre a preocupação genuína com o bem-estar de uma pessoa com deficiência e o capacitismo? Essa é a questão levantada pelo drama Pedaço de Mim, de Anne-Sophie Bailly. Laure Calamy vive Mona, mãe de Joël, um homem de 30 anos com déficit de aprendizado. A vida dela entra em parafuso quando o filho se apaixona por uma jovem na mesma condição e a moça fica grávida, forçando Mona a repensar suas prioridades e sua própria visão em relação à deficiência.
Hot Milk, escrito e dirigido por Rebecca Lenkiewicz, também lida com amor e deficiência, mas no sentido inverso. Sofia (Emma Mackey, de Sex Education) viaja com a mãe, Rose (Fiona Shaw, a tia malvada de Harry Potter), para a cidade costeira espanhola de Almeria atrás de um curandeiro. Rose tem uma doença misteriosa que a mantém presa numa cadeira de rodas. Na praia, Sofia conhece a enigmática Ingrid e inicia um relacionamento que vai abalar o controle exercido por sua mãe por meio da doença, a ponto de a jovem questionar se a enfermidade é real — a pessoa de fazia o Harry dormir debaixo da escada é capaz de tudo.
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