Tron novamente, agora na contramão

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Em 1982 ninguém andava com um computador no bolso ou mesmo tinha um em casa, jogos eletrônicos eram coisa de nerd e a computação gráfica ainda engatinhava. Foi nesse cenário que a Disney lançou seu revolucionário Tron: Uma Odisseia Eletrônica (disponível na Disney+), onde um programador (Jeff Bridges) era acidentalmente “digitalizado”, transportado para dentro de um computador e forçado a lutar pela própria vida. Embora tenha dado lucro, não foi tudo o que o estúdio esperava e só se tornou objeto de culto quando caiu no mercado de vídeo, rendendo uma continuação controvertida em 2010. Agora a Disney retorna a esse universo com Tron: Ares, mas fazendo o caminho inverso: guerreiros do mundo digital e seus apetrechos são trazidos para o mundo real a fim de serem usados como armas. Ares (Jared Leto), o melhor deles, começa a questionar sua missão e seu papel naquela realidade de criaturas orgânicas.
Casa de Dinamite parece o nome de um filme de ação/correria ou mesmo de uma comédia, mas é o mais recente trabalho da diretora Kathryn Bigelow, vencedora do Oscar em 2010 com Guerra ao Terror. O longa, um angustiante thriller político/militar, se passa a maior parte do tempo na sala de monitoramento do Pentágono, onde a equipe detecta um míssil atravessando o Pacífico em direção aos Estados Unidos. Não se sabe com certeza quem o disparou ou se é uma arma nuclear, mas ele vai atingir seu alvo em 20 minutos. A partir daí desenrola-se a tensão, seja na tentativa de interceptá-lo, seja na resposta ao ataque, com a perspectiva de a retaliação resultar na extinção da raça humana.
Igualmente tenso, porém em nível mais pessoal, é Depois da Caçada, de Luca Guadagnino. Julia Roberts vive Alma, uma conceituada professora universitária que vê seu mundo virar quando uma aluna prodígio acusa de agressão sexual um jovem e popular professor, pupilo da mestra, que nega tudo. Entre condenar sumariamente o colega e desacreditar a aparente vítima, Alma precisa ainda evitar que um segredo sombrio de seu passado venha à tona e destrua sua carreira.
Após arrastar multidões para os cinemas da Coreia do Sul, chega por aqui o terror Ruídos, filme de estreia de Kim Soo-jin. Deficiente auditiva, a jovem Ju-young mora com a irmã mais nova, até que esta desaparece dentro do próprio apartamento. A partir dali, a protagonista começa a ser assombrada por sons estranhos e, supostamente, uma presença invisível, além da figura ameaçadora de um vizinho. Mas será que os ruídos do título são reais ou resultado de imaginação de Ju-young, combinada com sua percepção auditiva diferente?
Depois de tanta tensão, bem que merecemos umas risadas. Aí entra Ingrid Guimarães estrelando Perrengue Fashion, comédia de Flavia Lacerda. Louca para se firmar como influenciadora de moda, Paula (Ingrid) vê sua grande chance ao ser convidada para participar de uma campanha de Dia das Mães acompanhada do filho. O problema é que o rapaz, que deveria estar estudando na Europa, mudou-se para uma comunidade alternativa na Amazônia e não quer qualquer relação com o mundo da mãe, visto por ele como mera futilidade e consumismo. Paula vai se despencar para a floresta com seu arquiclichê assistente gay e, bem, vocês imaginam a confusão.
Dizem que no amor e na guerra vale tudo. Esse é o pensamento que move o adolescente Érik em O Último Episódio, de Maurilio Martins. Aos 13 anos, o garoto vive o drama de ser um cara comum e se apaixonar pela menina mais popular da turma, até descobrir que ela é fã do desenho animado A Caverna do Dragão — mas quem não é? Para impressioná-la, ele diz ter uma cópia em VHS do último episódio da série… que jamais foi produzido. O plano dá certo e ela fica encantada, mas agora Érik (aliás, nome de um dos personagens do desenho) terá que arranjar o tal episódio inexistente.
Longa de estreia de Wellington Sari, Bia Mais Um acompanha um momento delicado para a personagem-título, vivida por Gabrielle Pizzato. A jovem conhece Jean, e a atração entre ambos é instantânea, mas há um segredo que ela não vai conseguir manter por muito tempo: uma gravidez indesejada. Como Bia vai explicar a Jean o “mais um” e como ele irá reagir?
Na categoria fofura para adultos e crianças brilha o anime Totto-Chan: A Menina na Janela, dirigido por Shinnosuke Yakuwa, baseado na autobiografia homônima da atriz Tetsuko Kuroyanagi, de 92 anos, uma das figuras mais queridas do Japão. Totto (“chan” uma forma infantil e carinhosa de dizer o formal “san” japonês) é uma menina de sete anos, hiperativa e de espírito livre, o que a faz ser expulsa de escolas tradicionais. Matriculada em uma instituição pouco convencional, ela faz amizade com Yasuaki, um menino com poliomielite, oferecendo a ele a oportunidade de uma infância feliz, a despeito da doença. A delicadeza da direção e do roteiro passa também pelo tratamento dado ao momento histórico da trama, o início da década de 1940, quando o Japão entraria na Segunda Guerra Mundial.
Bem mais comercial e bem menos sensível, temos A Casa Mágica da Gabby: O Filme, longa baseado na série da Netflix estrelada por Laila Lockhart Crane. Gabby está viajando com a avó Gigi (Gloria Estefan — sim, a rainha do pop latino nos anos 1980 virou vovó de filme infantil) quando perde sua casa de brinquedos mágica com todos os gatinhos. O objeto agora está em poder da vilã Vera (Kristen Wiig, que também já viveu melhores dias), e a jovem terá de recuperá-la. Ótima pedida para as crianças, especialmente se outra pessoa as levar para assistir.
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