Sem Netanyahu, Trump assina acordo de paz para Gaza

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Foi um dia histórico para israelenses e palestinos. Após mais de dois anos de uma guerra sem paralelos na história recente, enfim Israel e Hamas iniciaram as medidas concretas para cessar as hostilidades e encerrar de forma definitiva o conflito que deixou quase 70 mil mortos, sendo 1,2 mil deles israelenses. Na manhã desta segunda-feira, o Hamas libertou os 20 reféns que ainda estavam vivos em seu poder e iniciou o translado de parte dos 28 israelenses que morreram em Gaza desde 7 de outubro de 2023. Do outro lado, Israel libertou quase dois mil prisioneiros palestinos. Donald Trump foi o grande protagonista desse dia repleto de esperanças e incertezas. Depois de visitar Israel e ser recebido como herói, Trump foi até o Cairo para assinar o acordo que os EUA impuseram a Israel e ao Hamas. Ao lado dos líderes de mais de 20 países — incluindo Egito, Catar e Turquia, mediadores das negociações —, Trump afirmou que uma nova fase começava no Oriente Médio. Nem o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, nem representantes do Hamas estiveram na assinatura. O único envolvido no conflito, ainda que indiretamente, a participar da cerimônia foi o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. (CNN)
Israel parou para assistir à libertação dos últimos 20 reféns vivos, e comemorações foram realizadas em todo o país. Ainda restam em Gaza os restos mortais de 24 reféns, que, segundo o acordo, deverão ser devolvidos em breve, apesar das dificuldades, segundo o Hamas, de localizar todos os corpos daqueles que morreram em cativeiro. Ao todo, mais de 251 pessoas foram sequestradas durante os ataques de 7 de outubro, quando militantes do Hamas e de outras facções palestinas invadiram o território israelense. (Haaretz)
Ao mesmo tempo, Israel iniciou a libertação de 1.968 prisioneiros palestinos, alguns deles importantes líderes do Hamas e de seu grupo rival, o Fatah, que foram condenados à prisão perpétua por tribunais israelenses. Os prisioneiros foram levados para a Cisjordânia — onde uma multidão os esperava em Ramallah — e para Gaza. Apesar das expectativas palestinas, Marwan Barghouti não foi libertado. Líder do Fatah, ele é o prisioneiro mais popular entre os palestinos e considerado uma força unificadora nos territórios ocupados. (Al Jazeera)
Guga Chacra. “Ao contrário de narrativas de propaganda, não há paz: há um cessar-fogo temporário com enormes obstáculos pela frente”. (Globo)
Meio em vídeo. Donald Trump é iliberal. O mais autoritário presidente americano em mais de um século. Alguém que tensiona a democracia, que desmonta o sistema global baseado em multilateralismo. E se ele fizer algo que realmente permita a paz entre Israel e Palestina? A análise de Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)
Depois de sofrer uma derrota acachapante ao ver a MP do IOF não ser aprovada pela Câmara dos Deputados, o Planalto começou a retaliação. Indicados de parte dos 241 deputados que votaram contra a medida provisória estão sendo exonerados de diferentes ministérios e autarquias. De acordo com o governo, as demissões não ocorrem aleatoriamente. O objetivo, dizem articuladores do governo, é fazer retaliações “cirúrgicas” a fim de reestruturar a base de apoio do Planalto no Congresso, que estaria frágil e desarticulada, segundo a avaliação do Executivo. O deputado Arthur Lira (PP-AL), por exemplo, foi poupado, e nenhum de seus indicados perdeu o cargo. Mesmo votando sistematicamente contra o governo, o Centrão contava com pelo menos 378 filiados ocupando cargos comissionados no Executivo. A retaliação do Planalto contou com a aprovação direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. (UOL)
Começa hoje na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) o julgamento de mais sete acusados pelo planejamento de um golpe de Estado após as eleições de 2022. Os réus integram o chamado “núcleo de desinformação”, responsável por ataques às urnas eletrônicas, a autoridades e às próprias instituições democráticas. São cinco militares e ex-militares, um policial federal lotado na Abin e Carlos Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, contratado pelo PL para elaborar um relatório desacreditando a lisura das eleições. (Globo)
Carteira Alternativa
O Grupo GCB lançou um Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) que se diferencia da renda fixa tradicional por financiar a expansão da própria empresa, em vez de obras de terceiros. O movimento de trazer um CRI estruturado por uma instituição financeira para financiar seu próprio crescimento não é comum, já que normalmente esse tipo de papel serve para levantar recursos para obras imobiliárias. Essa estratégia usa a expertise da casa em estruturação e reflete um movimento de autofinanciamento com retorno acima da média num cenário de crédito mais caro. O papel rende CDI + 9% ao ano, com isenção de IR para pessoa física, superando os CRIs high-grade, que pagam entre CDI + 3% e +6%. O CRI GCB está disponível na plataforma PeerBR, fintech do grupo. (PeerBR)
A derrubada da MP 1.303 pela Câmara na última quarta encerrou, por ora, a tentativa do governo de reformar o Imposto de Renda sobre investimentos. O texto previa alíquota única de 17,5% para aplicações financeiras, fim da isenção de LCI, LCA e debêntures incentivadas, e tributação de ganhos com criptomoedas e fundos imobiliários. Com a rejeição, o sistema atual permanece em vigor, mantendo o modelo regressivo de 22,5% a 15% e as isenções em produtos de renda fixa. A equipe econômica deve recorrer a decretos sobre IOF e IPI para recompor parte da arrecadação, já que o STF reconheceu que o Executivo pode ajustar essas alíquotas sem aval do Congresso. (InfoMoney)
O mercado brasileiro de restauração florestal começa a se consolidar como um dos eixos da bioeconomia. Impulsionado pela entrada de grandes empresas e pela busca por créditos de carbono, o setor ganha escala com projetos como o Muçununga, da Biomas, empresa criada por Itaú, Marfrig, Rabobank, Santander, Suzano e Vale, que vai reflorestar 1,2 mil hectares de Mata Atlântica na Bahia, com investimento inicial de R$ 55 milhões. Mesmo com o avanço, os custos elevados, a falta de áreas disponíveis e de cadeias estruturadas de mudas e sementes são um desafio para a expansão, num momento em que o país tenta cumprir a meta de 12 milhões de hectares restaurados até 2030. (Globo)
Viver
Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado nesta segunda-feira, revela que a resistência aos antibióticos aumentou em cerca de 40% das amostras monitoradas em mais de 100 países entre 2016 e 2023. De acordo com a entidade, uma em cada seis infecções bacterianas confirmadas em laboratório é resistente a tratamentos com antibióticos. O problema é diretamente responsável por mais de 1 milhão de mortes por ano, sendo agravado pelo uso indevido e excessivo para controlar infecções. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pede que esses medicamentos sejam usados com responsabilidade. (Folha)
Faltando menos de um mês para o início da COP30 em Belém, apenas 87 dos 162 países credenciados confirmaram ter acomodação na capital paraense, o que não garante quórum mínimo necessário para acontecer ou tomar decisões. De acordo com as normas da ONU, é preciso um terço das delegações confirmadas para que a conferência ocorra e dois terços para que as decisões oficiais sejam validadas. A falta de credenciamentos é atribuída à crise de hospedagem na cidade, que sofre com valores exorbitantes de leitos durante os dias do evento. (g1)
Apesar de ser proibida a venda de bebidas alcoólicas a menores, 74,7% dos adolescentes que consomem álcool nunca enfrentaram restrição de compra por causa da idade. É o que aponta a terceira edição do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad III) realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em parceria com a Ipsos. Os bares são o principal ponto de acesso, sendo citados por 76,1%, seguidos pela intermediação de adultos (44,9%) e de vendedores ambulantes (34,4%). (Globo)
Panelinha no Meio: O pão de cada dia não precisa ser pão. O cuscuz de milho é ótima alternativa para o café da manhã e aceita os mais variados complementos, como manteiga, leite de coco e ovos cozidos.
Cultura
Depois de bater o recorde de vendas com The Life of a Showgirl dois dias antes de completar uma semana de lançamento, Taylor Swift agora conseguiu emplacar todas as 12 músicas do álbum no topo da Billboard Hot 100. Esta é a primeira vez que um disco tem todas as suas faixas assumindo as primeiras posições da parada sem interrupção na história da Hot 100, iniciada na década de 1950. A cantora quase atingiu a façanha com dois trabalhos anteriores, Midnights e The Tortured Poets Department, que ocuparam as dez primeiras posições da parada, mas em ambos os casos, as demais músicas não conseguiram os lugares seguintes, perdendo espaço para outros artistas. (Variety)
Aproveitando o sucesso do novo disco, Taylor Swift anunciou dois projetos com o Disney+, que vão estrear em 12 de dezembro. A série documental Taylor Swift | The Eras Tour | The End of an Era vai narrar, em seis episódios, o desenvolvimento, impacto e funcionamento interno que criaram o fenômeno da turnê ocorrida entre 2023 e 2024. Filmado em Vancouver, o filme Taylor Swift | The Eras Tour | The Final Show captura a última performance da Eras Tour e apresenta todo o conjunto do álbum The Tortured Poets Department, adicionado à excursão após o lançamento do álbum no ano passado. (Deadline)
O longa de Anne Pinheiro Guimarães, Pequenas Criaturas, levou o prêmio principal do Festival do Rio com uma história protagonizada por Carolina Dieckmmann. O troféu de melhor direção foi para Rogério Nunes com a animação Coração das Trevas. Klara Castanho conquistou o prêmio de melhor atriz pelo filme #SalveRosa, que também ganhou na categoria de melhor longa de ficção pelo voto popular. Já Gabriel Faryas garantiu a estatueta de melhor ator pelo longa Ato Noturno. Veja a lista de ganhadores. (Folha)
Cotidiano Digital
O Ministério da Justiça vai reformular o sistema de classificação indicativa para incluir o grau de interatividade de plataformas digitais, o que deve atingir redes sociais, aplicativos, lojas virtuais e serviços de inteligência artificial, como o ChatGPT e o Gemini. A mudança ainda será detalhada em portaria amanhã e pode levar à restrição de acesso a ferramentas hoje classificadas como livres, mas que permitem interação entre adultos e crianças ou coleta de dados sensíveis. A atualização faz parte da implementação do ECA Digital, lei sancionada em setembro que obriga plataformas a verificar a idade dos usuários e bloquear conteúdos inadequados. Segundo a lei, todas as medidas devem estar implementadas até março de 2026. O governo também abrirá consulta pública sobre métodos de verificação etária. (UOL)
Pesquisadores da Trend Micro identificaram uma nova estratégia de malware que se espalha pelo WhatsApp Web. Batizada de “Water Saci”, a campanha usa um vírus chamado “Sorvepotel”, que se instala ao abrir um arquivo ZIP disfarçado de “comprovante” e passa a roubar dados bancários e de corretoras. Segundo a empresa, 457 dos 477 casos detectados ocorreram no Brasil, afetando órgãos públicos e companhias de diversos setores. O malware também usa a sessão ativa do WhatsApp Web da vítima para reenviar o arquivo infectado a todos os contatos, ampliando o ataque. (Folha)
Uma atualização do Slack começou a testar uma nova versão do Slackbot, que passa a funcionar como um assistente de inteligência artificial dentro da plataforma. A ferramenta, antes limitada a lembretes e notificações, foi reconstruída para agir como um “companheiro de IA personalizado”, capaz de organizar informações de múltiplos canais, resumir projetos, criar planos de trabalho e até ajudar em campanhas de marketing. O novo Slackbot aparece como um ícone ao lado da barra de busca e responde a comandos em linguagem natural. A atualização está em teste com 70 mil funcionários da Salesforce, controladora do Slack, e deve ser liberada aos poucos em todo mundo até o fim do ano. (The Verge)
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