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Lula encontra Trump e prevê ‘acordo rápido’

Foto: Ricardo Stuckert/PR

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“Se depender do Trump e de mim, vai ter acordo.” Foi assim que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resumiu nesta madrugada a jornalistas o encontro de cerca de 50 minutos que teve na véspera com o colega americano para discutir a maior crise em mais de 200 anos de relações bilaterais. Os dois se reuniram em Kuala Lumpur, na Malásia, onde participaram de uma conferência. Classificando a conversa como “surpreendentemente boa”, o presidente brasileiro reconheceu o direito dos EUA de imporem tarifas comerciais, mas disse que, em relação ao Brasil, a medida foi tomada com base em informações erradas. Nas próximas semanas, representantes dos dois governos vão se reunir para tentar um acordo comercial. Lula disse ainda que os dois conversaram sobre a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe e que explicou a Trump que o processo “foi muito sério, com provas bem contundentes” e que Bolsonaro “faz parte do passado da política brasileira”. (g1)

Como nos primeiros encontros entre os dois, o tom foi amistoso, leve e cordial. Trump demonstrou ter conhecimento sobre a história de Lula e fez comentários sobre o tempo em que o presidente brasileiro ficou preso, além do fato de Lula ter sido presidente do Brasil por outras duas vezes. Mas Lula parece não ter conseguido alcançar um objetivo importante: convencer Trump a participar da COP30, que ocorre em novembro, em Belém. (CNN Brasil)

Donald Trump usou as redes sociais para comentar suas impressões sobre a reunião com Lula. De acordo com ele, Brasil e EUA estão muito próximos de “fechar acordos muito bons”. A declaração foi divulgada pela Casa Branca em sua conta oficial na rede X e veio acompanhada de uma foto de Lula e Trump apertando as mãos. “É uma grande honra estar com o presidente do Brasil”, diz a legenda da postagem. Perguntado por jornalistas após o encontro sobre Bolsonaro, Trump disse que sempre gostou do ex-presidente. “Me sinto muito mal pelo que aconteceu com ele”, afirmou. (Globo)

Como era de se esperar, o encontro repercutiu ao longo do domingo no mundo político brasileiro. Os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), elogiaram a iniciativa. “Quando líderes escolhem conversar, a História agradece”, escreveu o deputado, enquanto Alcolumbre classificou a reunião como “muito positiva”. O governo comemorou, com a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), dizendo ter sido “um gol” de Lula. Já os bolsonaristas se apegaram à menção ao ex-presidente na conversa. “Lula encontra Trump e, na mesa, um assunto que claramente incomoda o ex-presidiário: BOLSONARO”, publicou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está desde fevereiro nos EUA. (Estadão)

Andreia Sadi: “No entorno de Bolsonaro, a foto de Lula e Trump é vista como derrota; já o Planalto trata Eduardo como cabo eleitoral. A avaliação, em ambos os lados, é de que imagem consolida interpretação de que petista ocupou o espaço de interlocução com o norte-americano”. (g1)

Não faltaram, claro, memes sobre o encontro e as reações. (UOL)

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Mitologia

Spacca

Foi uma surpresa até para os apoiadores mais otimistas do presidente da Argentina, Javier Milei. Seu partido, A Liberdade Avança (LLA, na sigla em espanhol), venceu as eleições legislativas na Argentina com 40,84% dos votos, superando o peronismo, que obteve 31,64%. No Senado, a legenda governista alcançou 42,91%, consolidando uma vitória que amplia o peso político do governo no Congresso, ainda que sem maioria absoluta. A coalizão de Milei triunfou em 16 das 24 províncias e conquistou a província de Buenos Aires, reduto histórico do peronismo, com 41,53% dos votos. O resultado garante ao governo um terço da Câmara, considerado essencial para manter vetos presidenciais e evitar novas crises políticas. (La Nacion)

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Energia da Evolução

O SAF, sigla para Sustainable Aviation Fuel, ou combustível sustentável de aviação, se tornou peça central nas estratégias para reduzir a pegada de carbono do setor aéreo. A meta é zerar as emissões líquidas até 2050 e, para isso, a estimativa é que o SAF represente até 65% da redução necessária. Apesar da promessa, a produção global é baixa, ainda que venha crescendo, foram 600 milhões de litros em 2023 e a previsão é de quase 2 bilhões em 2024, ainda assim, menos de 1% do total consumido pela aviação. No Brasil, o avanço regulatório veio em 2024 com a criação da Lei do Combustível do Futuro e o país tem ativos que poucos países conseguem combinar: matéria-prima abundante, tradição em biocombustíveis e um parque industrial com potencial de adaptação. A maior incerteza ainda é a viabilidade econômica, com custo entre três e cinco vezes maior que o querosene fóssil. (Além da Superfície)

Meio em vídeo. Saiba mais sobre o SAF, neste episódio de Energia em Movimento, e como o Brasil pode ocupar um espaço estratégico e avançar como protagonista da transição energética no setor aéreo. (YouTube)

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A Petrobras iniciou a perfuração de um poço na Bacia da Foz do Amazonas, no primeiro passo para investigar o potencial de exploração da Margem Equatorial, uma fronteira offshore que pode se tornar “o novo pré-sal”. Especialistas ouvidos destacam que, mesmo sem garantia de produção comercial, a iniciativa pode reforçar a segurança energética do Brasil e pode garantir uma transição energética mais segura. Além disso, a estatal também estava sob pressão para iniciar rapidamente a perfuração na Foz do Amazonas porque o contrato da sonda ODN II, da empresa Foresea, estava prestes a vencer. Na terça, o contrato foi renovado até março de 2026, com possibilidade de prorrogação até junho. (Valor)

Viver

“Sem ação, metade dos povos isolados do mundo poderá ser exterminada nos próximos dez anos”, alerta Fiona Watson, diretora de campanhas e pesquisa da Survival International. A organização fez o primeiro mapeamento global dessas comunidades e revelou que todas as 196 enfrentam ameaças à sobrevivência. Esses povos estão espalhados por dez países, incluindo Colômbia, Peru, Equador, Venezuela, Bolívia, Paraguai, Índia, Indonésia, Austrália e Papua Ocidental, mas é no Brasil que se concentra o maior número: 124 sociedades, sobretudo na floresta amazônica e no Vale do Javari, região com a maior densidade de isolados. Ali, garimpo ilegal, narcotráfico e avanço do agronegócio, somados à falta de fiscalização, aumentam o risco de extermínio. Pressão econômica, doenças e contato forçado, agora intensificados pela exploração de minerais críticos para a transição energética, tornam a situação ainda mais urgente. (Globo)

Dados do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE mostram que os números de línguas e povos indígenas aumentaram no Brasil na última década. O país registrou 391 etnias, ante as 305 contabilizadas em 2010, enquanto os idiomas foram de 274 para 295 no atual levantamento. Para o IBGE, etnia indígena é uma comunidade humana identificada por afinidades linguísticas, culturais e sociais. O instituto explica que o crescimento se deve à mudança na maneira de coleta e análise das informações pelo Censo e por sentimento maior de autoafirmação entre os indígenas. Os Tikúna são o povo com maior população (74.061), seguidos pelos Kokama (64.327) e os Makuxí (53.446). Ouça como se fala as principais línguas. (g1)

Com vitória avassaladora sobre o espanhol Alejandro Davidovic Fokina, João Fonseca fez história ontem ao se tornar o primeiro brasileiro a conquistar o ATP 500 da Basileia, na Suíça, o troféu mais importante de sua carreira. Aos 19 anos, o tenista carioca venceu por 2 sets a 0. O torneio, logo abaixo de um Grand Slam e do Masters 1000, garante 500 pontos ao campeão. É o segundo título de Fonseca na temporada, após o ATP 250 de Buenos Aires, e a vitória o coloca no top 30 do ranking mundial. (UOL)

Meio em vídeo. A Copa do Mundo de 1982 é a mais chorada pelos brasileiros na era moderna. Um Brasil encantador e aparentemente imbatível foi eliminado por uma Itália que não havia vencido um jogo sequer na primeira fase. O Meio de Campo analisa a derrota taticamente, passando por toda a preparação da seleção para a Copa, observando as saídas utilizadas pelo técnico Telê Santana para povoar o lado direito do campo ao longo dos anos de 1980 e 1981, e discutimos as improvisações adotadas por ele durante a Copa em 1982. (YouTube)

Cultura

Prestes a completar 20 anos de publicação, o livro Um Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves, vai ganhar sua primeira edição fora do Brasil. O título foi arrematado em leilão na Feira de Frankfurt pela Bertrand, do Grupo Porto Editora, e deve chegar às livrarias de Portugal no próximo semestre. A autora é a primeira mulher negra eleita para a Academia Brasileira de Letras, devendo ocupar a cadeira nº 33, antes ocupada pelo linguista Evanildo Bechara. A posse, aliás, está marcada para o próximo dia 7 de novembro. (Folha)

Escolhido para interpretar Bruce Springsteen no longa Springsteen: Salve-me do Desconhecido, dirigido por Scott Cooper, Jeremy Allen White aparece em um novo vídeo de bastidores durante as gravações do longa com a presença do próprio The Boss. O filme, uma adaptação do livro homônimo de Warren Zanes, mostra o cantor e sua jornada para fazer seu sexto álbum de estúdio, Nebraska, com músicas que marcaram uma nova direção artística em sua carreira. A produção já tem trilha sonora completa, com White cantando as canções de Springsteen. O filme chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira. (Omelete)

O Festival de Cinema de Chicago anunciou na última sexta-feira que Wagner Moura venceu o prêmio de melhor ator por seu trabalho no filme O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho. Ao justificar a escolha, o júri afirma que “ele domina a habilidade de personificar um personagem em todas as suas nuances e ao longo de todo o arco narrativo”, permitindo que o público “faça a jornada em seu lugar”. O ator segue acumulando prêmios, após ser reconhecido no Festival de Cannes e receber o Golden Eye Award, honraria do Festival de Zurique. O longa chega aos cinemas brasileiros em 6 de novembro. (UOL)

Cotidiano Digital

Para ler com calma. Com o Congresso dos EUA travado em uma discussão sobre regulação ampla sobre inteligência artificial, governos ao redor do mundo já utilizam IA generativa. Um levantamento da rede Apolitical com dados de nove países mostra que 40% dos projetos de IA em andamento no setor público estão focados na criação de conteúdo. Outros 37% usam a tecnologia para análise de dados, e 23% aplicam em atendimento direto ao cidadão, como chatbots. A tendência global é que a IA sirva como apoio para tarefas repetitivas, com destaque para serviços públicos mais rápidos e eficientes. Segundo a CEO da Apolitical, Robyn Scott, o maior ganho pode vir da capacitação de servidores para usar bem essas ferramentas. (Axios)

A Comissão Europeia concluiu, de forma preliminar, que Meta e TikTok estão dificultando a fiscalização suas plataformas. Segundo o bloco, as empresas não estão cumprindo a obrigação legal de facilitar o acesso de pesquisadores a dados públicos, uma exigência da nova Lei de Serviços Digitais. Além disso, Facebook, Instagram e TikTok também seriam ineficazes na hora de permitir a denúncia de conteúdos ilegais, como pornografia infantil e propaganda terrorista. A Comissão acusa as plataformas de imporem processos complicados, com interfaces confusas, que desestimulam denúncias de usuários. As empresas negam e dizem fazer ajustes. Se condenadas, as empresas podem ser multadas em até 6% do faturamento global. (Reuters)

A Netflix anunciou o fechamento da Boss Fight Entertainment, estúdio adquirido em março de 2022 e responsável pelo game para celular Squid Game: Unleashed, sobre a série Round 6 que chegou a ser o jogo de ação gratuito mais jogado em 107 países. Após mais de três anos sob a marca Netflix, o estúdio foi encerrado, segundo postagens de funcionários no LinkedIn, enquanto a gigante do streaming não se manifestou sobre o motivo oficial. A decisão ocorre em meio a um ambiente de forte pressão no setor de games, com várias empresas anunciando demissões e fechamentos de estúdios. A Netflix está agora voltando sua estratégia para experiências interativas mais leves. (The Verge)

A polarização é tão profunda quanto parece? Na Edição de Sábado, o Meio reúne quatro dos maiores pesquisadores do país: Felipe Nunes, Maurício Moura, Pablo Ortellado e Renato Meirelles, para responder a essa pergunta com dados inéditos e análises que ajudam a entender o Brasil de hoje. Leia aqui e se aprofunde.

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