O Meio utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência. Ao navegar você concorda com tais termos. Saiba mais.
Assine para ter acesso básico ao site e receber a News do Meio.

Prezadas leitoras, caros leitores —

Em virtude do feriado nacional do Dia de Zumbi e da Consciência Negra, este Meio não circulará na quinta-feira, dia 20 de novembro. Estaremos de volta na sexta-feira.

Um bom descanso a todos.

Os editores.

Sob críticas do Planalto, Câmara aprova PL Antifacção

Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados

Receba as notícias mais importantes no seu e-mail

Assine agora. É grátis.

O Planalto até tentou, mas não conseguiu evitar que o relatório do PL Antifacção proposto pelo deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP), secretário licenciado de Segurança de São Paulo, fosse aprovado com larga maioria na Câmara nesta terça-feira. O texto recebeu 370 votos a favor e apenas 110 contra, expondo, uma vez mais, a fragilidade do governo no Congresso. O texto prevê endurecimento de penas, criação de novos tipos penais, ampliação dos poderes de investigação e regras especiais para líderes de facções. O PT votou contra o parecer, acusando o relator de politização. (g1)

O governo teve uma pequena vitória em meio a uma derrota acachapante. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), barrou de ofício a proposta do bolsonarismo de equiparar facções criminosas ao terrorismo. Deputados e governadores de oposição vinham pressionando para que a equiparação fosse feita, uma ideia rejeitada radicalmente pelo governo. (Folha)

Confira como votou cada deputado. (Poder360)

Em um sinal de que a Câmara partiria para o confronto, Derrite cancelou uma reunião marcada para a manhã com os ministros da Justiça, Ricardo Lewandowski, e das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, para discutir seu relatório. (UOL)

E o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), já escolheu o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) para relatar o projeto na Casa. Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Sérgio Moro (União Brasil-PR) pleiteavam o posto, mas Alcolumbre escolheu Vieira, não alinhado diretamente com governo ou oposição, para evitar “contaminação política” do projeto. (Folha)

Vera Magalhães: “A votação do PL Antifacção e a terceira operação da Polícia Federal em poucos meses com reflexos na classe política selam o divórcio litigioso entre o governo Lula e uma parcela poderosa do Centrão” (Globo)

PUBLICIDADE

Lei antifacção

Orlando

O mercado financeiro e o mundo político foram abalados nesta terça-feira pela notícia da prisão na noite anterior de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, e a decisão do Banco Central de liquidar extrajudicialmente a instituição e suas empresas, preservando apenas o Will Bank por haver interesse de compra. A liquidação aconteceu um dia após o anúncio de que a Fictor, uma holding financeira pouco conhecida, iria adquirir o Master e dois meses depois de o BC vetar a venda do banco ao BRB, que pertence ao governo do DF. Vorcaro, investigado por emissão de títulos de crédito falsos, foi preso pela Polícia Federal no Aeroporto de Guarulhos quando se preparava para deixar o país em um jatinho com destino à ilha de Malta, no Mediterrâneo. A defesa nega fuga e diz que ele viajaria a Dubai justamente para negociar a venda do banco. Com a liquidação do Master e de sua corretora, os depósitos até R$ 250 mil passam a ser cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), enquanto uma gestora nomeada pelo BC assume o comando e afasta a diretoria. (Folha)

Nas investigações, a PF e o MPF descobriram que o Banco Master vendeu ao BRB R$ 12,2 bilhões em carteiras de crédito que não existiam e tentou justificar a operação com documentos falsos entregues ao Banco Central. Contratos foram “fabricados” em um único dia, usando associações ligadas a um ex-diretor para simular créditos consignados bilionários, além de 100 contratos de pessoas físicas que jamais ocorreram. Mesmo após o BC identificar inconsistências e rejeitar a compra do Master pelo BRB, o banco estatal continuou transferindo recursos, o que levou os investigadores a apontar crime em andamento. (Estadão e Globo)

Além de Vorcaro, seis pessoas foram presas, incluindo Ângelo Antônio Ribeiro da Silva, que consta como sócio do Master, e Augusto Ferreira Lima, ex-CEO da instituição. A Justiça bloqueou R$ 12,2 bilhões do grupo, e a PF apreendeu carros de luxo, obras de arte e dinheiro vivo. A decisão judicial também afastou Paulo Henrique Costa da presidência do BRB. (Metrópoles)

A prisão de Vorcaro deixou muita gente alarmada. Ao longo dos anos, o banqueiro construiu uma rede de conexões políticas que vai de bolsonaristas como o senador Ciro Nogueira (PP-PI) a integrantes do governo Lula, como o ministro Ricardo Lewandowski. (Estadão)

A liquidação do Banco Master deve causar a maior indenização a depositantes já feita pelo FGC, que terá de cobrir entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões em depósitos, valor que supera o caso Bamerindus de 1997, atualizado hoje para cerca de R$ 20 bilhões. O Master vinha captando com CDBs de alta remuneração garantidos pelo fundo e já havia recebido uma linha emergencial de R$ 4 bilhões em maio para honrar vencimentos. Apesar do tamanho do rombo, o FGC afirma ter liquidez suficiente para fazer frente aos ressarcimentos. (Folha)

Flávia Tavares: “O Master enreda políticos, agentes do mercado e fundos públicos — e, por isso, só a Polícia Federal tem capacidade de investigar e desmontar essa teia. Então, quem ganha quando a PF perde força?” Confira no Cá Entre Nós. (Meio)

No Meio Político desta quarta-feira, exclusivo para assinantes premium, Wilson Gomes fala sobre o crescimento do autoritarismo no Brasil e de como essa tendência se espraia por todo o espectro político, tornando cada vez mais difícil distinguir o autoritarismo de direita e o de esquerda. Faça uma assinatura premium agora e receba o Meio Político hoje, às 11h.

E Wilson Gomes é um dos especialistas entrevistados para o especial Nova Onda Populista: Direitas Radicais, edição dos Cadernos Vale a Pena Perguntar, publicado nesta terça-feira pela Fundação Fernando Henrique Cardoso. As entrevistas, que incluem ainda Ana Laura Barbosa, Guilherme Casarões, Isabela Kalil, Letícia Cesarino, Marcos Nobre e Pablo Ortellado, estão disponíveis em vídeo e em pdf com download gratuito.

Por surpreendentes 427 votos a 1, a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou uma ordem determinando que o Departamento de Justiça divulgue imediatamente todos os documentos relativos ao caso do financista e pedófilo Jeffrey Epstein, que morreu na prisão em 2019 quando cumpria pena por tráfico sexual. Na semana passada, democratas divulgaram e-mails enviados naquele ano pelo próprio Epstein afirmando que o presidente Donald Trump, de quem era amigo íntimo, “sabia das garotas”. A decisão agora vai para o Senado e, se aprovada, segue para o próprio Trump que disse não pretender sancioná-la. O único congressista a votar contra a divulgação foi Clay Higgins, republicano da Louisiana, sob a alegação de que a medida exporia milhares de pessoas que não teriam relação com os crimes de Epstein. (CNN)

Viver

Ministros de quase 20 países transformaram o que seria uma entrevista coletiva em um ato político dentro da COP30 nesta terça-feira. Em vez de uma apresentação técnica, representantes de vários países aproveitaram o momento para cobrar um posicionamento mais firme da conferência sobre o futuro energético global. Ministros de Alemanha, Reino Unido, Colômbia, Ilhas Marshall, Quênia e Serra Leoa, cercados por representantes de cerca de 15 outros países, defenderam a inclusão do assunto em termos mais incisivos nas decisões finais da conferência. A proposta por uma decisão clara que estabeleça uma rota para a eliminação dos combustíveis fósseis ganhou força nos últimos dias nas negociações paralelas. O movimento amplia a pressão sobre os países resistentes a assumir metas explícitas de abandono do petróleo, gás e carvão. Segundo diplomatas presentes, o gesto simboliza uma articulação inédita para romper o impasse histórico em torno do fim dos fósseis. (Capital Reset)

PUBLICIDADE

O Ministério da Educação acionou a Polícia Federal nesta terça-feira para apurar o possível vazamento de trechos da prova do Enem, realizada no último domingo. O pedido aconteceu após denúncias de que três questões parecidas com perguntas da prova foram antecipadas em uma live por um universitário antes da aplicação do exame. As três questões foram anuladas pelo MEC. (Metrópoles)

Agora é oficial. Termos como “todes” e “elu” estão proibidos em documentos oficiais de todas as esferas de governo. O presidente Lula sancionou a lei que estabelece um padrão de “linguagem simples”, obedecendo às regras gramaticais e o acordo ortográfico da língua portuguesa, a fim de tornar compreensíveis para qualquer cidadão os documentos públicos. A chamada linguagem neutra, bandeira de grupos identitários, acabou incluída na proibição. (Poder360)

Cultura

Thierry Frémaux, diretor artístico do Festival de Cannes e uma das vozes mais influentes do cinema mundial, veio ao Brasil para lançar Lumière, a aventura continua, novo capítulo do projeto de restauração dos filmes dos irmãos Lumière conduzido pelo Institut Lumière. Além disso, Frémaux participou de debate na Cinemateca Brasileira com Walter Salles e afirmou que o país vive “uma espécie de idade de ouro contemporânea”, citando o impacto de Ainda Estou Aqui e classificando Agente Secreto como um dos grandes filmes do ano. Para ele, a vitalidade da produção brasileira recoloca o país no centro das conversas globais sobre criação e futuro do cinema. (Estadão)

E o ator Wagner Moura vai estrelar uma nova peça de teatro, O Processo: Inimigo do Povo, adaptação de Christiane Jatahy para o texto de Henrik Ibsen que atualiza o clássico para os conflitos políticos e ambientais atuais. A montagem será apresentada em 2026 nos festivais de Edimburgo, Avignon e Holanda, primeira coprodução simultânea entre os três eventos desde 1947. Cotado ao Oscar por O Agente Secreto, Moura interpretará Thomas Stockmann em um formato que envolve parte da plateia como júri. (Guardian)

O Museu Metropolitano de Arte devolveu à Coreia do Sul uma pintura budista de 227 anos, retirada do Templo Sinheungsa durante a Guerra da Coreia e mantida no acervo do Met desde 2007. A obra, chamada de O Décimo Rei do Inferno, voltou ao país após uma investigação conjunta entre o museu, o templo e um comitê local dedicado à recuperação de patrimônio cultural levado no conflito. A repatriação, celebrada em Seul, é a sétima de um conjunto de dez pergaminhos desaparecidos nos anos 1950, quando tropas americanas controlavam a região. Para especialistas, o gesto reconhece a vulnerabilidade de templos e acervos durante guerras e reforça o esforço recente do Met para revisar origens de peças com histórico problemático. (New York Times)

Cotidiano Digital

A Meta venceu uma disputa judicial em que o governo dos EUA tentava desfazer as compras do Instagram e do WhatsApp, após um juiz federal concluir que as aquisições não criaram monopólio nem infringiram a lei antitruste. A FTC acusava a empresa de adotar uma estratégia de “comprar ou enterrar” rivais para manter domínio nas redes sociais, mas o tribunal afirmou que o órgão não conseguiu sustentar essa tese. Essa decisão também abre espaço para que a companhia avance em novas frentes, como a inteligência artificial. (New York Times)

O Google lançou o Gemini 3, seu novo modelo de IA, em um esforço para reduzir a distância em relação à OpenAI, que apresentou o GPT-5 em agosto. A empresa diz que o sistema entende melhor contexto e intenção, permitindo respostas mais precisas com menos instruções, e começa a ser integrado ao aplicativo Gemini, à Busca com IA e às ferramentas corporativas a partir desta semana. O anúncio ocorre apenas oito meses após o Gemini 2.5 e segundo o Google, o app já soma 650 milhões de usuários mensais. A big tech também afirma que o modelo trocará “bajulação” por insights reais e introduz também a plataforma Antigravity, voltada a agentes e programação intuitiva. (CNBC)

E não é só o Google que pode dar dor de cabeça à OpenAI. A Microsoft e a Nvidia devem investir até US$ 15 bilhões na Anthropic, em um acordo que transforma a startup do Claude em cliente, parceira e alvo de financiamento das duas gigantes. A Anthropic se comprometeu a comprar US$ 30 bilhões em capacidade computacional da Microsoft, que rodará em data centers equipados com chips da Nvidia. (Financial Times)

Meio em vídeo. No novo Pedro+Cora, os jornalistas Pedro Doria e Cora Rónai dão dicas sobre a Black Friday: como pesquisar os preços antes e criar sua lista de favoritos, em quais ofertas prestar mais atenção em produtos de tecnologia e como não cair nas armadilhas de falsos descontos. Confira e saiba mais. (YouTube)

A inteligência artificial já escreve, pesquisa, analisa dados, monta apresentações, cria imagens e vídeos. O ponto não é competir com a máquina, é aprender a colocá-la para trabalhar por você. Por isso criamos o IA Formas de Usar: Bootcamp 25/26. Venha aprender, na prática, a dominar as ferramentas em vez de ser atropelado por elas. Inscreva-se e garanta sua vaga.

Encontrou algum problema no site? Entre em contato.