Prezadas leitoras, caros leitores —
A Tadalafila está na moda, e isso não é bom. O consumo do medicamento, um dos mais eficazes contra disfunção erétil, explodiu entre jovens que não têm qualquer problema sexual, mas buscam “a performance perfeita”, tanto na cama quanto nas academias. Na Edição de Sábado, exclusiva para assinantes premium, Yasmim Restum ouve médicos, psiquiatras e usuários recreativos para mostrar o alto risco envolvido nessa potência química.
E mais. Pode não ser tão bom quanto sexo, mas maratonar séries também tem seu valor, e Leonardo Pimentel apresenta uma curadoria com sete títulos de suspense espanhóis na Netflix para eletrizar seu fim de semana. E Guilherme Werneck entrevista Rodrigo Carneiro, poeta e vocalista do Mickey Junkies, que acaba de lançar o livro de crônicas “Jardim Quitaúna”.
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Trump volta atrás em tarifas sobre 200 produtos brasileiros
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No melhor estilo TACO (“Trump Always Chickens Out”, algo como “Trump sempre amarela”), a Casa Branca anunciou nesta quinta-feira a retirada da tarifa de 40% sobre cerca de 200 produtos agrícolas exportados pelo Brasil e por outros países, com destaque para café, carne bovina, açaí e cacau (veja a lista). A retirada das tarifas é válida para produtos que chegaram aos Estados Unidos a partir de 13 de novembro, data em que o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, se reuniu com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, para tratar do assunto. Na nota anunciando a suspensão das tarifas, Donald Trump cita as conversas que teve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ressalta “progresso inicial nas negociações com o governo do Brasil”. Durante evento em São Paulo, Lula comemorou a retirada das tarifas e destacou a relação com Trump. “Essas coisas vão acontecer na medida que a gente consiga galgar respeito das pessoas. Ninguém respeita quem não se respeita. Em política, em economia, não tem mágica”, disse. O governo trabalha agora pelo fim das sanções a autoridades brasileiras, como o ministro do STF Alexandre de Moraes. (g1)
Enquanto Lula se declarou feliz com a remoção das tarifas adicionais, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) procurou negar a derrota. O parlamentar está nos Estados Unidos desde fevereiro instigando ações de Washington contra o Brasil em benefício de seu pai, condenado no STF por tentativa de golpe de Estado. Eduardo Bolsonaro minimizou o papel do Itamaraty e alegou que a decisão de Trump se deve a fatores internos, “especialmente a necessidade de conter a inflação americana em setores dependentes de insumos estrangeiros”. (Globo)
Nem afago ao Congresso, nem reverência à militância. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva formalizou nesta quinta-feira a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso. Messias era desde o início o favorito do presidente, que, em seu terceiro mandato, estabeleceu a lealdade pessoal como critério mais importante. Mas havia a expectativa de movimentos sociais pela indicação de uma mulher, de preferência não-branca, já que Cármen Lúcia é hoje a única representante feminina no Supremo. A pressão maior, porém, vinha do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que queria a vaga para seu antecessor Rodrigo Pacheco (PSD-MG). E ele não gostou. Como conta Daniela Lima, Alcolumbre, que está no Amapá, desligou o celular após dizer a aliados que não foi consultado por Lula e que se declarava rompido com o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA). (UOL)
O rompimento teve consequências rapidamente. Alcolumbre anunciou que levará a votação na próxima semana no Plenário do Senado um projeto que regulamenta a aposentadoria especial dos agentes comunitários de saúde e dos agentes de combate às endemias. Se aprovada, a proposta provocará um impacto sobre as contas públicas estimado entre R$ 20 bilhões e R$ 200 bilhões nos próximos anos. (Folha)
E a irritação com a indicação de Messias não se limita ao Senado, a quem caberá aprová-lo, e aos movimentos sociais. Pelo menos três ministros influentes do STF — Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Flávio Dino, também indicado por Lula — estavam igualmente em campanha por Pacheco. Já André Mendonça, evangélico como Messias, elogiou a escolha. (Folha)
Com 45 anos, o pernambucano Jorge Messias é funcionário de carreira da AGU, onde começou como procurador da Fazenda Nacional, tendo atuado ainda no Banco Central e no BNDES. Ficou conhecido em 2016, ano em que era subchefe para Assuntos Jurídicos (SAJ) do governo Dilma Rousseff, quando a então presidente disse que “Bessias” levaria a Lula o termo de posse, barrada pelo STF, dele como ministro da Casa Civil. Evangélico, aproximou-se de Lula durante a transição e assumiu a AGU logo após a posse do presidente, que gosta de seu estilo combativo à frente do órgão. (g1)
A indicação tem um olho na confiança entre Lula e Messias e outro no quadro eleitoral. Como conta Carolina Brígido, o presidente precisa ter seu próprio ministro “terrivelmente evangélico” no Supremo, como forma de se aproximar desse setor do eleitorado, ainda predominantemente bolsonarista. (Estadão)
A Justiça Federal manteve nesta quinta-feira a prisão de Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master, detido pela Polícia Federal na noite de segunda-feira quando tentava embarcar para fora do país no Aeroporto de Guarulhos (SP). Ele e outros seis executivos ligados ao Master são acusados de fraudes de até R$ 12 bilhões na venda de títulos de crédito falsos ao BRB, que pertence ao governo do Distrito Federal. Na terça-feira, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Master. Em sua decisão negando a liberdade do banqueiro, a desembargadora Solange Salgado da Silva, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) sustentou que Vorcaro é “apontado como um dos líderes da suposta organização criminosa voltada à prática de múltiplos crimes contra o sistema financeiro nacional”. Os advogados dele também entraram com um habeas corpus que ainda será analisado pelo TRF1. (g1)
A liquidação do Banco Master lança incerteza sobre aposentados e pensionistas de 18 estados e municípios cujos fundos previdenciários investiram pesadamente na instituição. O RioPrevidência, responsável por pensões e aposentadorias de servidores estaduais, colocou R$ 970 milhões, 10,53% de seu patrimônio, em aplicações do Master, apesar de parecer contrário do Tribunal de Contas do Estado (TCE). O governo federal estuda uma regra para limitar a exposição (investimento) a uma única instituição financeira e aumentar a exigência de garantias. (Folha)
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Viver
A COP30 termina hoje em Belém, mas a quinta-feira, que deveria ser dedicada à costura de acordos sobre o clima, foi marcada por um incêndio na chamada Blue Zone, onde ocorrem as negociações e ficam as instalações da maioria dos países participantes. O fogo começou por volta das 14h no estande brasileiro (vídeo), e as equipes de segurança não conseguiram controlá-lo, sendo necessário acionar os bombeiros. A despeito da confusão e da correria, ninguém se feriu, embora pessoas tenham sido atendidas pelas equipes médicas por inalarem a fumaça. De acordo com os bombeiros, o incêndio pode ter sido causado por um forno de micro-ondas. (UOL)
O ministro do Turismo, Celso Sabino, procurou minimizar o incêndio, dizendo que as chamas foram controladas rapidamente e que o caso poderia ter acontecido em qualquer lugar do mundo. O problema é que desde a semana passada a ONU havia alertado para o risco à rede elétrica do evento por conta de vazamentos de água atingindo luminárias após chuvas fortes, frequentes em Belém. Em carta à organização da COP, a ONU cobrou “reparos urgentes” nas instalações. Em resposta, o governo brasileiro disse que houve apenas “ocorrências localizadas, como goteiras”. (Estadão)
As chamas não foram a única dor de cabeça para o governo na COP30. Apesar do empenho direto do presidente Lula, o chamado “mapa dos fósseis” deve ficar de fora do documento final da conferência. Em consultas informais, China, Índia, Arábia Saudita e Nigéria disseram que não aceitam a inclusão no texto do abandono de combustíveis fósseis. (UOL)
A Anvisa concedeu à Embrapa uma autorização especial para pesquisar o cultivo de cannabis, grupo de plantas da qual faz parte a maconha (Cannabis sativa), com objetivo exclusivamente científico, sem fins comerciais. O objetivo, segundo a agência, é estruturar uma base científica própria sobre a cannabis no país, reduzir a dependência de insumos importados e apoiar decisões regulatórias futuras. No ano passado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concluiu que empresas podem ser autorizadas a importar sementes cultivar cannabis com objetivos medicinais, farmacêuticos ou industriais. (g1)
Meio em vídeo. Você frequenta parques de diversão? No episódio 10 do Dou-lhe Duas, Flávia Tavares e Pietra Príncipe revisitam sua infância e contam histórias de suas visitas a parques e seus brinquedos favoritos. Além disso, conversam sobre relacionamentos e altos e baixos que vão além das montanhas-russas. (YouTube)
Cultura
O feriado da Consciência Negra chega com boas estreias no Rio e em São Paulo. No Rio, o Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira inaugurou a Galeria Berê, dedicada à arte afro-brasileira, com obras de Heitor dos Prazeres, Nelson Sargento e Nádia Taquary. Hoje, o Recipiente Porongo recebe Bernardo Ramos com o show Poemas para Trio, seguido do pandeiro eletrônico de Sergio Krakowski e o repertório de Boca do Tempo. Também entra em cartaz o balé Água de Meninos — Fantasia Poética em Dois Atos, da Cia Dalal Achcar, com trilha inédita de Tom Jobim, na Cidade das Artes. Em São Paulo, o destaque é o Cena 2k25, principal festival de trap da cidade, que reúne nomes do mainstream e do underground na Neo Química Arena. A capital também recebe Deixa Eu Dançar – A Música e o Corpo em Sintonia com Caetano Veloso, na Sala São Paulo, e duas mostras fortes no Instituto Tomie Ohtake: Águas Subterrâneas e Sonia Gomes – Barroco, mesmo. Todas as dicas no site do Meio.
O documentário brasileiro Apocalipse nos Trópicos, de Petra Costa, apareceu entre os destaques das indicações ao IDA Documentary Awards, prestigiada premiação de documentários dos Estados Unidos. O filme recebeu quatro nomeações, incluindo Melhor Documentário, Melhor Direção, Melhor Produção e Melhor Roteiro. No filme, a cineasta examina o peso da religião evangélica na política brasileira e traz entrevistas com o Pastor Silas Malafaia e com o presidente Lula. Petra já concorreu ao Oscar com Democracia em Vertigem, em 2020, e o novo longa é cotado para concorrer ao prêmio em 2026. A cerimônia do IDA está marcada para 6 de dezembro. (Globo)
Antes mesmo da estreia, prevista para janeiro, a série O Cavaleiro dos Sete Reinos foi renovada para sua segunda temporada. A HBO também alegrou os fãs de outra série do universo de Game of Thrones ao garantir a quarta temporada de A Casa do Dragão. A terceira temporada deve estrear na metade de 2026. Para além da fantasia, a emissora também encomendou novos episódios de The Chair Company, I Love LA, e a aclamada Task, estrelada por Mark Ruffalo. (The Verge)
Cotidiano Digital
Os chats em grupo do ChatGPT passaram a funcionar oficialmente no Brasil a partir desta quinta, após uma semana de acesso limitado em poucos países. O recurso permite criar salas com até 20 pessoas para interagir em tempo real com a IA, que responde a todos os participantes e pode receber comandos variados, como buscas, envio de arquivos, criação de imagens e organização de tarefas coletivas. Cada usuário mantém suas próprias configurações e memórias privadas, e o modelo usado nas respostas depende do plano individual. (Tecmundo)
O Spotify passou a oferecer integração direta com o TuneMyMusic, permitindo que usuários importem playlists de outros serviços de streaming para sua biblioteca no aplicativo. A função, já disponível na área “Sua Biblioteca” do aplicativo móvel, aparece no fim da página como “Importar sua música” e conduz o usuário à conexão com a ferramenta. A migração copia as playlists originais, e consegue conectar com a Apple Music, YouTube Music, Amazon Music, Deezer, Tidal, SoundCloud e outras. Antes, Apple Music e YouTube Music já ofereciam recursos similares. (TechCrunch)
O TikTok vai permitir que usuários controlem quanto conteúdo gerado por IA aparece no feed “Para você”, em uma atualização que amplia a ferramenta “Gerenciar tópicos” e chega nas próximas semanas. A plataforma também começa a testar marcas d’água invisíveis para identificar vídeos criados por IA mesmo quando editados fora do aplicativo, reforçando o uso das Credenciais de Conteúdo da C2PA. Além dos novos controles, a empresa lançou um fundo de US$ 2 milhões para apoiar iniciativas de alfabetização em inteligência artificial. (TechCrunch)
Meio em vídeo. No novo episódio de Pedro+Cora, Pedro Doria e Cora Rónai conversam sobre o lançamento do Gemini 3.0. No papo, discutem as diferenças entre as grandes empresas de inteligência artificial, como GPT, Gemini e Claude, destacando como cada modelo tem suas próprias especificidades, capacidades únicas e limitações. Além disso, debatem acerca do uso cotidiano de cada um deles e apontam caminhos para o futuro da tecnologia. Venha conferir. (YouTube)
