Oito em cada dez pessoas apoiam regulamentação das redes para menores
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A regulamentação das redes sociais para proteção de menores de idade na internet é apoiada por oito em cada dez pessoas no Brasil, independentemente da posição política ou ideológica. É o que revela uma pesquisa inédita do Projeto Brief, lançada nesta quinta-feira, dia 11, como parte de uma série de estudos sobre o uso das plataformas por crianças e adolescentes e suas implicações nas dinâmicas familiares, emocionais e culturais.
O tema que envolve a criação de regras para limitar a exposição dos jovens nas redes une até pessoas dos diferentes campos da polarização política, sendo apoiado por 90% dos eleitores de Lula e 73% daqueles que votaram em Bolsonaro. As mulheres são as que mais aderem à proposta (52%), enquanto 47% dos homens também se dizem favoráveis. Responsáveis com renda familiar entre R$ 2.500 e R$ 7.999 e com ensino superior são os que mais apoiam a medida.
A pesquisa, que ouviu 1.800 pais e mães, ainda mostra que as famílias não se sentem preparadas para protegerem os filhos na internet, além de não conhecerem o ECA Digital. Apenas 37% deles disseram saber usar ferramentas de controle parental, além de 45% que ouviram falar, mas não fazem uso dos recursos, enquanto 18% dizem nunca terem ouvido falar no termo. Além disso, 47% das crianças de até 12 anos já têm celular próprio, mas geralmente sem nenhum tipo de controle. Mesmo com leis aprovadas recentemente voltadas à proteção de crianças no meio digital, só 36% dos entrevistados disseram já terem ouvido falar no termo e apenas 15% sabem o que realmente significa.
A necessidade de cuidados no ambiente virtual pode ser sentida por boa parte das famílias, sendo que 46% dos pais afirmam que os filhos demonstram ansiedade, irritabilidade ou dificuldade de foco devido ao tempo online, e 8% relatam que os filhos sofreram episódios de assédio ou abuso digital, índice que dobra entre meninas de 13 a 15 anos.
De acordo com o coordenador-geral do Projeto Brief, Ricardo Borges Martins, a pesquisa demonstra a necessidade de um passo além para a proteção dos menores no mundo digital. A pauta “requer educação midiática, engajamento das plataformas e participação ativa de uma legislação que garanta a segurança das famílias, escolas e criadores de conteúdo, pilares essenciais para reconstruir uma internet mais segura e saudável para as próximas gerações e para a formação cidadã das crianças de hoje”.


