O feminismo, das Guerrilla Girls à Fernanda Torres
“As mulheres precisam estar mesmo peladas para entrar na coleção do Metropolitan?” A pergunta estampou um outdoor em Nova York, em 1989, junto dos dados: só 5% dos artistas naquele museu eram mulheres, e 85% das personagens femininas eram retratadas nuas. O outdoor se tornou obra ícone das artistas do Guerrilla Girls, grupo que defende a presença de mais mulheres nas artes há três décadas — e sempre incógnitas, os rostos escondidos sob máscaras de gorila. Em setembro, a obra das artistas ganha retrospectiva no Masp. “Vamos invadir o Brasil para lutar contra os homens velhos, brancos e raivosos”, disse uma delas, sob o pseudônimo Frida, à Folha.
Em tempo: os números do Masp hoje não são lá muito melhores que aqueles do Metropolitan de 1989. No museu paulistano, relata a Folha, só 6% dos trabalhos foram feitos por mulheres, e 68% das retratadas estão nuas.
Falando em feminismo… A atriz Fernanda Torres, que volta aos palcos nesta sexta, no Rio, com A Casa dos Budas Ditosos, dedicou ao tema boa parte de sua entrevista ao Globo. Um trecho: “Sinto uma profunda diferença no modo como as coisas são vistas. Nos anos 1970, uma mulher posar nua era sinal de que era dona do próprio corpo, liberta, mas hoje é corroborar com uma indústria machista. A questão sobre o que é liberdade mudou”.