Guedes fala em pacote de R$ 750 bi

O ministro Paulo Guedes está trabalhando em um pacote que somará R$ 750 bilhões para enfrentar o impacto econômico do novo coronavírus. Parte deste dinheiro já havia sido anunciado — são medidas como liberação de depósitos compulsórios do Banco Central, reforço no Bolsa Família e antecipação de 13º dos aposentados. Haverá ajuda do governo para que micro e pequenas empresas mantenham seus empregados — em alguns casos, o Estado poderá arcar com até 100% dos salários. Em grande parte, não é dinheiro novo, apenas adiantamentos. (G1)

Então... A Câmara dos Deputados aprovou, ontem um projeto que destina R$ 600 a toda pessoa que comprovar não ter renda, por pelo menos três meses. Mães que comandam sozinhas famílias podem receber duas cotas, totalizando R$ 1.200. Ainda será preciso passar pelo Senado. (Poder 360)

Nas contas do governo, o benefício atingirá 24 milhões de pessoas. A campanha Renda Básica que Queremos, que conta com o apoio de inúmeras empresas e economistas, avalia que pelo menos 77 milhões de brasileiros precisarão de uma ajuda assim.

Nada é tão simples. Na outra ponta, os bancos estão apertando o torniquete — empresas, de micro a grandes, que os procuram para negociar dívidas, em busca de capital de giro ou empréstimos a longo prazo, estão encarando maior rigidez do que antes da pandemia. Os mais atingidos são bares e restaurantes, os primeiros a sentir o impacto da crise. A promessa da Febraban era outra. (Folha)

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O governo federal vai colocar nas ruas uma campanha pelo fim dos regimes de confinamento e volta ao trabalho. Cada filme, que já está circulando nas redes sociais bolsonaristas, termina com o slogan ‘O Brasil não pode parar’. (CNN Brasil)

Assista aos filmes encomendados pelo Planalto. (Facebook)

Jair Bolsonaro: “O brasileiro tem que ser estudado. Ele não pega nada. Você vê o cara pulando em esgoto ali. Ele sai, mergulha e não acontece nada com ele. Eu acho até que muita gente já foi infectada no Brasil há poucas semanas ou meses. E eles já tem anticorpos que ajuda a não proliferar isso daí. Estou esperançoso que isso seja realmente uma realidade.”

Enquanto isso... Painéis em Brasília, veiculados por Santander e Sabin, pedem à população que não saia de casa. (Poder 360)

Meio em vídeo: O Brasil não tem o tipo de presidente que precisa nesta hora. Assista.

O general Marcos Antônio Amaro, que comando a Casa Militar durante o governo Dilma Rousseff, é o novo chefe do Estado-Maior do Exército, o segundo cargo em importância na Arma. O seu é um dos muitos nomes de generais que trocaram cadeiras, numa extensa lista de promoções e remanejamentos publicada ontem. De acordo com Matheus Leitão, é um sinal de Independência de Edson Pujol, comandante do Exército Brasileiro. (G1)

Pois é... Pujol veiculou um vídeo extensamente assistido pelas tropas no qual afirma que o combate à pandemia é, possivelmente, ‘a missão mais importante de nossa geração’. Entre os generais, a defesa é de que se mantenha a quarentena para proteger principalmente os soldados, que não raro vêm de famílias carentes. Assista.

Então... De acordo com Maria Cristina Fernandes, os generais vêm se afastando do Planalto. E há conversas sobre como convencer Bolsonaro a renunciar. (Valor)

Os militares temem o momento de instabilidade que pode vir da busca, pelo presidente da República, de um isolamento político. Na quarta, em frente ao Alvorada, Bolsonaro chegou a levantar a hipótese de o país sair da normalidade democrática, por conta de protestos na rua. O receio, segundo Igor Gielow, é bastante específico: “temem que o presidente, visto como instável e num momento de particular agressividade reativa, fomente radicalismos que acabem por envolver as Forças Armadas.” (Folha)

O Brasil viveu duas crises de saúde durante a Primeira República. Em 1904, foi a Revolta da Vacina. Não foi simples criar, no país, a cultura da vacinação. Mas foi tão bem criada que o Brasil se tornou referência — e isto devemos a um tipo ímpar, o sanitarista Oswaldo Cruz. Depois, entre 1918 e 19, foi a Gripe Espanhola. Matou, até, o presidente da República — Rodrigues Alves, que estava de quarentena quando morreu. Aquela pandemia matou 300 mil brasileiros. Estas histórias são daquelas que todos já ouvimos falar mas poucos conhecem. Já vivemos isso antes. Junto com mais informação densa sobre o novo coronavírus, são os temas do Meio de sábado, que os assinantes premium recebem. Este é um período difícil para todos. Ajudem o Meio — estaremos aqui, dedicados a informar, durante todo este período. Assine.

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Tony de Marco & @raphabaggas

 
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Viver

O Brasil amanhece nesta sexta com 2.915 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus e 77 mortes, segundo o Ministério da Saúde. Faz um mês desde que o primeiro caso foi registrado. Em comparação com a China, Coreia do Sul, EUA e Itália, o país só perde para os chineses no número de infectados nesse período. A tendência vista fora é de que a explosão acontece depois dos primeiros 30 dias. (G1)

Todas as regiões do país já registram mortes pela doença — pelos números que existem, a letalidade está em 2,7% por aqui. Autoridades, no entanto, têm tido dificuldade em manter atualizadas as estatísticas. Em São Paulo, pelo menos 20 mortes de pacientes possivelmente vítimas da Covid-19 ainda estão sendo investigadas. São pessoas que morreram com os sintomas mas não foram testados. Segundo análise da London School of Tropical Medicine, 11% dos casos da doença foram diagnosticados, no Brasil. Mas a única forma de lidar com a subnotificação é testar em massa na população. (Globo)

A OMS mudou sua recomendação para países como o Brasil. Para locais com falta de testes, aconselha que priorizem os exames em pessoas de grupo de risco, populações vulneráveis, profissionais de saúde com sintomas e os primeiros indivíduos sintomáticos em locais fechados, como escolas e prisões. (Folha)

Inscreva-se: Uma conta no WhatsApp do Ministério da Saúde para tirar dúvidas sobre o coronavírus.

Apesar das recomendações de especialistas, Bolsonaro flexibilizou as regras de quarentenas aplicada pelos estados. Por decreto, ele incluiu igrejas e agências lotéricas na lista de serviços e atividades essenciais. Ainda assim, os templos terão de seguir as recomendações do Ministério da Saúde de evitar aglomerações. (Estadão)

Em fotos as cidades brasileiras em meio à quarentena. (G1)

Enquanto isso… Seis universidades do país estão imprimindo máscaras em 3D para distribuir gratuitamente para os hospitais. A expectativa é de produzirem até cinco mil. A iniciativa ainda tem contado com doações da sociedade civil. Devido à falta de materiais nos hospitais, a Anvisa já havia publicado um decreto que permite, excepcionalmente, a fabricação de equipamentos de proteção sem autorização ou notificação ao órgão, desde que cumpram as exigências sanitárias. (Folha)

O novo coronavírus no Brasil já tem características próprias. A descoberta foi feita pelo sequenciamento do genoma que indicou que o vírus introduzido sofreu alterações após chegar ao país. Esse mapeamento, chamado de vigilância genética viral, serve para saber como e o quanto a Covid-19 se espalha, e se o vírus sofre mutações perigosas. A descoberta ajuda ainda pesquisadores procurarem por pontos fracos do coronavírus para ajudar no processo de desenvolvimento de vacinas e medicamentos. (Globo)

Mas… uma boa notícia: o coronavírus não tem sofrido mutação significativa à medida que circula pelo mundo, de acordo com cientistas. A letalidade maior em alguns países pode ser explicada pelo contexto local e não pelas características do vírus. Essa estabilidade sugere que é menos provável que o vírus se torne mais ou menos perigoso e ajuda no desenvolvimento de uma vacina de imunização duradoura. (Estadão)

A doença ainda gera muitas dúvidas para o mundo cientifico. Uma delas é por que mata mais homens do que mulheres? Esse padrão tem se repetido em vários países. Na Alemanha e Coreia do Sul, por exemplo, a mortalidade masculina foi mais alta mesmo com mais mulheres entre os infectados. Entre as causas possíveis, está o estilo de vida: homens têm maior incidência de tabagismo, o que leva a piores condições respiratórias e também o hábito de tocar os lábios com mais frequência. Eles também têm hábitos de higiene piores e resposta imunológica naturalmente mais fraca do que as mulheres. (Época Negócios)

Já são mais de meio milhão de pessoas com Covid-19 e mais de 24 mil mortes. A disseminação do coronavírus acelerou ainda mais: nos últimos dois dias, o mundo registrou mais 100 mil novos casos. Os EUA se tornou o país com mais casos no mundo: 81.896, frente a China (81.285) e Itália (80.589). Com mais de mil mortes registradas, a mortalidade nos EUA é de 1,5%. (G1)

Sob uma perspectiva mais positiva: o número de pessoas curadas chega a quase 120 mil. A província chinesa de Hubei, onde a doença surgiu, é o local com o maior número — quase 60 mil. Em seguida, estão Irã e a Itália. (Exame)

No Reino Unido, estudo aponta que o sistema de saúde britânico é capaz de aguentar o pico da doença previsto para daqui a duas semanas. A estimativa do Imperial College de Londres era que se as quarentenas não fossem aplicadas mais de 500 mil ingleses morreriam. Os dados serviram de base para as políticas adotadas pelo governo britânico. Mas o epidemiologista responsável revisou a metodologia e apontou que agora as mortes no país não devem ultrapassar 20 mil. O isolamento, no entanto, ainda é importante. Uma pessoa contamina até três, segundo os novos números. (New Scientist)

A OMS vê sinais que o coronavírus está desacelerando na Europa. A Espanha teve pela primeira vez queda no número diário de mortes. O mesmo na Itália. A Organização, no entanto, disse que ainda é cedo para flexibilizar as políticas de quarentenas. Os países ainda correm o risco de sofrerem novas ondas de contágio.

Pois é. Os países asiáticos estão restringindo ainda mais suas medidas para evitarem retorno nos casos. A China fechará temporariamente suas fronteiras para a maioria dos estrangeiros. Japão também proibiu entrada de pessoas vindas da Europa e do Irã. (Globo)

Cultura

Foi um dia devastador para a música paulistana — e brasileira. Morreram o maestro Martinho Lutero Galati, aos 66, e a regente Naomi Munataka, de 64. Ambos de Covid-19. Galati foi diretor artístico do Coral Paulistano do Theatro Municipal e era diretor da Rede Cultural Luther King. Ele havia retornado da Itália em fevereiro. Nascida no Japão, Munataka dirigiu a Escola Municipal de Música de São Paulo e foi regente do Coro da Osesp por duas décadas. (Folha)

Pois é... Músicos não apenas morrem do novo coronavírus, também perdem boa parte de seu ganho. O Spotify pôs no ar um sistema para facilitar doações a organizações que estão ajudando artistas que ficaram sem sustento. Vai inteirar um dólar para cada dólar doado até um valor de US$ 10 milhões.

Cotidiano Digital

Um grupo hacker roubou da AMD, uma das principais fabricantes de processadores do mundo, o código fonte de vários chips gráficos. Entre eles, provavelmente, aqueles voltados para o Xbox série X e PS5, novo console de games da Microsoft e da Sony. Os hackers tentaram chantagear a empresa para não divulgar online o material. Não conseguiram e vazaram tudo.

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