O Meio utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência. Ao navegar você concorda com tais termos. Saiba mais.

As notícias mais importantes do dia, de graça

Meio Político

Assine para ter acesso básico ao site e receber a News do Meio.

A apologia de Silvio Almeida

Apesar de recente, já se escreveu bastante sobre o julgamento público de Silvio Almeida e o escândalo político que culminou em sua demissão. Um escândalo, aliás, particularmente interessante por algumas razões peculiares.

Uma rapsódia em quatro atos

Muita coisa aconteceu de um mês para cá – tanta, que o leitor e o próprio colunista, desnorteados, correm de um lado para o outro para entendê-las: reformulação das regras do orçamento secreto, o fenômeno Pablo Marçal, o STF transformado em câmara de mediação, a decisão de Moraes de suspender o X. Aflito, o colunista tentará reduzir a própria ansiedade – e, por tabela, a do leitor – examinando o quadro como um todo e cada elemento separadamente: governo, oposição, Supremo Tribunal, suspensão do “X”. A análise pode destoar do senso comum e pode, claro, estar errada. Mas, se ela servir para reduzir a ansiedade do colunista, este se dará por satisfeito.

A ‘Teologia Coach’ pede voto

Qualquer que seja o resultado do processo eleitoral na cidade de São Paulo, temos uma certeza antiga e outra bem recente: é a eleição mais nacional das mais de cinco mil cidades que irão às urnas este ano, e já é uma eleição sobre o novato político Pablo Marçal e suas estratégias, mesmo que ele nem chegue no segundo turno.

Quem decide o que é democrático?

O que estamos defendendo quando defendemos a “democracia”? O que organiza a resposta a essa pergunta é a distinção entre a democracia como um método para processar quaisquer conflitos que possam surgir em uma determinada sociedade e a democracia como uma personificação de valores, ideais ou interesses que diferentes grupos de pessoas querem que a democracia realize. Essa é uma distinção entre concepções minimalistas e maximalistas de democracia e, por “concepção”, refiro-me a uma definição que tem conotações normativas, como todas as definições de democracia.

Não normalizarás

As polícias morais existem para vigiar e punir as violações das interdições do grupo. Hoje, há mais proibições morais do que nas antigas fábulas. Chapeuzinho Vermelho era livre para fazer o que quisesse, mas, como adolescente na flor da idade, não devia desviar-se do caminho, especialmente se fosse convidada por lobos gentis e prestativos. João e Maria tinham a vida livre dos meninos do campo, mas nunca deveriam se aproximar de estranhas velhinhas solitárias, muito menos aceitar as guloseimas oferecidas por elas, ainda menos se a própria casa fosse a maior das gostosuras.

Crise na Venezuela: populismo autoritário e os ecos do passado

A crise na Venezuela, um dos mais agudos exemplos de populismo autoritário na América Latina, desperta a necessidade de uma análise criteriosa. A proclamada vitória de Maduro foi marcada por flagrantes irregularidades. Em regimes autocráticos com indicadores sociais e econômicos catastróficos, a reeleição de Maduro é marcada pela fraude eleitoral. A “democracia” de Maduro se caracteriza pela aparelhagem das instituições, desde o judiciário até a justiça eleitoral. Ele desfechou um golpe de Estado, ameaçando encarcerar todos os que o contestassem. Autocratas, cientes dos custos de uma derrota, preferem fraudar eleições e coagir a oposição para se manter no poder. Esse modus operandi é similar ao golpismo observado no bolsonarismo no Brasil e no regime de Putin na Rússia. A diferença é que Bolsonaro não teve tempo suficiente para capturar o Estado como o chavismo-madurismo fez na Venezuela.

Quem é realmente democrata?

O PT considerou o processo eleitoral na Venezuela “uma jornada pacífica, democrática e soberana” poucas horas antes de o Centro Carter pedir para que sua equipe técnica deixasse o país. Diz muito — mas diz o quê? Muitos dos críticos mais contundentes do PT, e não apenas bolsonaristas, há anos vêm dizendo que o partido não tem as mais firmes credenciais democráticas. Apontam, com frequência, a indisfarçada simpatia com os governos venezuelano, nicaraguense e cubano. Não só: também com a Rússia, com a China. Vez por outra, um líder importante do partido trata o governo chinês como “democracia popular”. Tem um forte viés antiamericano que tinge a visão de mundo petista.

Templos, líderes religiosos e isenções tributárias

Com a aprovação da Emenda Constitucional que definiu as bases da reforma tributária no Brasil e as recentes aprovações de novas regulamentações das mudanças, apontam-se contornos também para as regras do jogo com relação ao funcionamento de templos religiosos. É nessa hora que o debate fica ainda mais acalorado. Para muitos, são mudanças consideradas um abuso. Para outros, uma moeda de troca política. Mas a cobertura e o debate público sobre os benefícios fiscais para templos e atividades religiosas nem sempre se direcionam para onde deveríamos estar olhando e podem ser fonte de desinformação ou de reafirmação de conceitos pré-definidos sobre um campo.

Europa Centro-Oriental: Os jovens e a extrema direita

Os partidos de extrema direita da Europa Centro-Oriental estão observando atentamente a mobilização de um segmento inesperado de eleitores: os jovens adultos. Os programas partidários deixam isso evidente. O partido Revival da Bulgária condena o “monstruoso colapso demográfico” do país e propõe “ações direcionadas a fim de criar incentivos para que os jovens búlgaros” lá permaneçam ou retornem ao país em vez de trabalharem no exterior. A Alliance for the Union of Romanians (Aliança para a União dos Romenos) afirma que “a Romênia deve deixar de ser uma grande exportadora de mão de obra barata” e que “seu estatuto garante o acesso de jovens às estruturas de liderança do partido, em todos os níveis, em proporções significativas”. O Homeland Movement da Croácia solicita que o Estado realize uma “revitalização demográfica” oferecendo aos jovens incentivos para que permaneçam na Croácia, tais como subsídios para moradia e programas de benefícios profissionais. A ala jovem do Estonian Conservative People’s Party (Partido Popular Conservador da Estônia — EKRE), conhecida como Blue Awakening (Despertar Azul), é responsável por apresentar aos jovens valores nacionalistas e uma visão de mundo conservadora, oferecendo-lhes a oportunidade de serem socialmente ativos e influenciarem a política do Estado estoniano, expandindo seus horizontes em questões sociais e proporcionando aos membros a possibilidade de criarem laços de amizade com pessoas de opiniões semelhantes. O Our Homeland Movement (MHM) da Hungria detalha um programa de um novo despertar “no qual os jovens não sonham com o trabalho e a vida no exterior”. A preocupação da extrema direita com o iminente colapso demográfico intensificou os esforços para conquistar o coração e a mente dos jovens eleitores.

Precisamos discutir o identitarismo

Precisamos falar sobre o identitarismo. Os constantes confrontos entre pessoas e grupos de diversas origens e os adeptos da política identitária, a crescente hegemonia identitária em muitos ambientes sociais, a pressão que identitários exercem sobre leis e políticas públicas que nos afetam a todos, e o temor disseminado de que alguém possa se tornar alvo de uma expedição punitiva identitária a qualquer momento, tornaram inevitável uma conversa sobre essa nova forma de ideologia e política.

Já é assinante? Faça login.

Assine para ter acesso ao site e receba a News do Meio