Andrea Freitas

Andrea Freitas é editora do Meio. Jornalista formada pela Uerj, é mestre em Relações Internacionais pela PUC-Rio. Com mais de 20 anos de experiência, a maior parte cobrindo economia, passou pelas redações de Jornal do Brasil, Jornal do Commercio, EFE e O Globo. Nas horas vagas, ama viajar, jogar tênis e surfar.

Com morte de ex-premiê, chineses mostram insatisfação com atual cenário econômico

Para ler com calma. Para muitos chineses, a morte do ex-premiê chinês Li Keqiang evocou uma onda de nostalgia: uma época de maiores perspectivas econômicas e abertura ao capital privado. A reação dos chineses à morte de Li mostrou também a insatisfação do país com Xi Jinping, um presidente linha-dura que conquistou um inédito terceiro mandato no ano passado, depois de manobrar para abolir o limite de dois termos. Vieram à tona frustração, raiva e ansiedade reprimidas em função da gestão da economia por Xi, que atacou o setor privado e minou algumas das mais bem-sucedidas empresas da China. O atual líder também deixou de lado alguns dos maiores parceiros comerciais enquanto se aproximava de países como a Rússia e substituía reformistas por legalistas, focando na ideologia em vez de na economia. (New York Times)

Morte de ex-premiê chinês revive questões sobre o país

O anúncio da morte do ex-premiê chinês Li Keqiang, de 68 anos, gerou 1,8 bilhão de cliques na principal mídia social do país em apenas 12 horas, conta Marcelo Ninio. Número dois na hierarquia do Partido Comunista por uma década, até se aposentar em março deste ano, Li era considerado um moderado reformista. Conhecido pelo jeito mais descontraído, ganhou popularidade entre muitos chineses, que viam nele a esperança de um país mais aberto. Segundo a TV oficial, ele sofreu um infarto fulminante quando visitava Xangai. Sua morte pegou a China de surpresa, surgindo especulações sobre as reais circunstâncias, mesmo sem haver qualquer indício de que a versão oficial não seja a correta. De origem modesta, construiu uma carreira marcada pelos estudos econômicos e pela lealdade ao partido. Afilhado político do ex-líder do PC Hu Jintao, chegou a ser cotado para sucedê-lo, mas foi superado na corrida por Xi Jinping. A morte de Li evocou duas outras questões. Para onde teria ido a China caso Li tivesse sido o escolhido para liderar o país, com um estilo mais aberto que o de Xi? A segunda pergunta tem a ver com a memória de outro líder mais liberal, Hu Yaobang. O luto provocado por sua morte, em 1989, foi o início do movimento que levou aos protestos pró-democracia da Praça da Paz Celestial, esmagado três meses depois pela repressão do Exército. (Globo)

Bernard Appy diz que o ideal é que não haja mais mudanças na reforma tributária

O secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, avalia que a ampliação das exceções na reforma tributária é ruim, mas deve ter efeito pequeno sobre as alíquotas dos novos tributos, pois foi compensada por mudanças que limitaram benefícios e isenções. O Ministério da Fazenda ainda não atualizou os cálculos, que apontavam cobrança total entre 25,5% e 27% sobre o consumo. “Obviamente, pressão vai ter, mas o ideal é que não tenha mais mudanças no texto. Ou tenha um mínimo de mudança daqui para frente”, disse Appy, que critica concessões como a alíquota menor para profissionais liberais e tratamentos específicos para os setores aéreo, de comunicação institucional e de saneamento. (Folha)

Lucro da Vale cai 36% no terceiro trimestre

A Vale encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de US$ 2,84 bilhões, queda de 36% na comparação com igual período do ano passado. A receita líquida entre julho e setembro foi de US$ 10,62 bilhões, alta de 6,98% frente ao terceiro trimestre de 2022. Na mesma comparação, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) cresceu 14%, para US$ 4,18 bilhões. Segunda a mineradora, o lucro foi afetado principalmente pelo ajuste na variação cambial acumulada em 2022 e pela marcação a mercado do valor das debêntures participativas, que geraram impacto negativo de US$ 2,73 bilhões. (Valor)

Da Guerra dos Seis Dias para a Guerra das Seis Frentes

Thomas L. Friedman: “Se você se preocupa com Israel, deveria estar mais preocupado do que em qualquer outro momento desde 1967. Naquela época, Israel derrotou os exércitos de três Estados árabes – Egito, Síria e Jordânia – no que ficou conhecido como a Guerra dos Seis Dias. Hoje, se olharmos atentamente, veremos que Israel trava a Guerra das Seis Frentes. Esta guerra é travada por atores não estatais, Estados-nação, redes sociais, movimentos ideológicos, comunidades da Cisjordânia e facções políticas israelenses. Israel não pode vencer sozinho esta guerra de seis frentes. Só poderá vencer, se Israel – e os Estados Unidos – conseguir montar uma aliança global”. (New York Times)

Ibovespa fecha com alta de 1,73%; dólar cai a R$ 4,99

Na contramão de Wall Street, o Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira, subindo 1,73%, a 114.777 pontos. Em Nova York, o Dow Jones caiu 0,76%, o S&P 500 recuou 1,18% e o Nasdaq teve perda de 1,76%. Já o dólar encerrou o dia em baixa de 0,23%, a R$ 4,99. (Valor Investe)

Relator da reforma tributária acredita que governo vai ceder: ‘Toparam primeiro beijo’

O senador Eduardo Braga (MDB-AM), relator da reforma tributária, acredita que, diante das pressões dos parlamentares na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o Ministério da Fazenda vai ceder e ampliar o Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR). Segundo ele, o governo já deu o primeiro passo nas concessões e, assim, fica mais fácil. “Isso é que nem o primeiro beijo, eles diziam não, não, não, e deram o primeiro beijo. Agora nós vamos ter 15 dias de espancamento na CCJ, os senadores já sabem que eles toparam o primeiro beijo”, afirmou. O valor inicial era de R$ 40 bilhões. Mas, após muita negociação com o Ministério da Fazenda, o texto atual prevê R$ 60 bilhões. O fundo começa em 2029 com R$ 8 bilhões. E, pela proposta, os R$ 20 bilhões extras serão distribuídos ao longo de dez anos, a partir de 2034. Braga, no entanto, defende mais: R$ 100 bilhões. “O critério de incentivo econômico para desenvolvimento regional, redução de desigualdades, era fiscal. Essa PEC acaba com isso. Agora, vai ser incentivo orçamentário e financeiro. E esse dinheiro vem do FDR.” A expectativa é que o texto seja votado em 7 de novembro. (Globo)

‘Estamos lá para desagradar mesmo’, diz Barroso sobre decisões do STF

Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luís Roberto Barroso afirmou nesta quinta-feira que é inevitável que as decisões da Corte desagradem. “Se você está decidindo as questões mais divisivas da sociedade brasileira, alguém sempre fica em desagrado. Se você está decidindo sobre uma questão de agricultores e comunidades indígenas, algum lado fica chateado. Ou, alguma questão que envolve agronegócio e meio ambiente, algum lado vai sair chateado. E são lados que vocalizam sua insatisfação”, afirmou durante um seminário sobre direito constitucional na Câmara dos Deputados. Barroso destacou que o Supremo não tem sido parte dos problemas do país, mas das soluções. Além disso, foi taxativo ao afirmar que o prestígio e a importância de um tribunal não podem ser medidos por pesquisa de opinião pública. “A gente está lá para desagradar mesmo e é inevitável.” (CNN Brasil)

Exército de Israel diz ter matado um dos ‘arquitetos’ do ataque do Hamas

As Forças de Defesa de Israel (FDI) disseram ter matado o vice-diretor de Inteligência do Hamas, que seria um dos responsáveis pelo planejamento dos ataques de 7 de outubro. “Com base na inteligência precisa das FDI e da Agência de Segurança de Israel (ISA ou Shin Bet), nossos caças atingiram o vice-diretor de Inteligência do Hamas, Shadi Barud”, afirmaram os dois órgãos em comunicado conjunto divulgado nesta quinta-feira. As FDI e a ISA também divulgaram imagens dos ataques, mostrando ao menos dois edifícios sendo atingidos e derrubados em Gaza. Segundo o texto, Barud e Yahya Sinwar planejaram os ataques que mataram mais de 1.400 pessoas e fizeram mais de 200 reféns em Israel. Barud ocupou vários cargos na inteligência militar do Hamas. Já Sinwar foi chefe das Brigadas Al Qassam, braço militar do Hamas, e agora está à frente do grupo em Gaza. Os militares israelenses também disseram que relatórios de inteligência indicam que os ataques aéreos mataram Hassan Al-Abdullah, que comanda unidades de foguetes em Khan Younis. (CNN)

Especialistas criticam redução de alíquota para profissionais liberais na reforma tributária

O parecer do relator da reforma tributária no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), dividiu opiniões. Mas há consenso entre os especialistas quanto às críticas à criação de uma alíquota intermediária para profissionais liberais, reduzindo em 30% o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), já que a maior parte desses profissionais está no Simples, que não será afetado pela reforma. “Advogados, economistas e contadores de classe média e média alta já estão no Simples e vão ganhar com a reforma porque poderão gerar crédito. A mudança no parecer é para atender clientes de grandes escritórios de advocacia ou de consultoria”, afirma Bráulio Borges, economista da LCA Consultores e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (FGV/Ibre). (Valor)