Andrea Freitas

Andrea Freitas é editora do Meio. Jornalista formada pela Uerj, é mestre em Relações Internacionais pela PUC-Rio. Com mais de 20 anos de experiência, a maior parte cobrindo economia, passou pelas redações de Jornal do Brasil, Jornal do Commercio, EFE e O Globo. Nas horas vagas, ama viajar, jogar tênis e surfar.

Comunicação é cortada e Itamaraty fica sem contato com brasileiros em Gaza

Horas antes de Israel anunciar a expansão das operações terrestres na Faixa de Gaza, em um sinal considerado por diplomatas estrangeiros como risco iminente de uma ofensiva militar ainda maior sobre a região, a comunicação foi cortada, piorando a situação na região, que não tem eletricidade, água e alimentos suficientes. O Itamaraty confirmou o corte a Jamil Chade e disse que as ligações para os quase 30 cidadãos brasileiros na região não completam, nem mesmo quando são feitas a partir de Ramallah, na Cisjordânia. Entidades humanitárias também confirmaram que estão sem contato com suas equipes no território palestino. (UOL)

Operações terrestres estão sendo expandidas em Gaza, diz Israel

As Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram nesta sexta-feira que estão “expandindo as operações terrestres” na Faixa de Gaza, de acordo com o contra-almirante Daniel Hagari. “Além das operações ofensivas que realizamos nos últimos dias, as forças das FDI estão expandindo sua operação terrestre esta noite”, disse. “Centenas de milhares de soldados das FDI estão ao redor das fronteiras do Estado – no ar, na terra e no mar – para proteger o Estado”, acrescentou. Enquanto o anúncio era feito, a CNN registrava uma série de explosões na Faixa de Gaza. “Houve muitos disparos de tanques de onde estamos”, relatou o repórter Nic Robertson, que está em Sderot. “Rodada após rodada de fogo de artilharia indo para Gaza também. Múltiplos impactos relatados em Gaza e na Cidade de Gaza.” (CNN)

PF acessa dados secretos e lista de informantes sem elo com investigação, dizem oficiais

A Polícia Federal apreendeu bancos de dados na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com nomes de informantes e de operações secretas ainda em andamento, relataram oficiais de inteligência à Folha. No último dia 20, a sede da agência foi alvo de busca e apreensão em operação da PF na investigação que apura o uso ilegal de um programa de monitoramento da localização de celulares contra jornalistas, juízes e adversários políticos durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Segundo as fontes, os dados acessados pela PF não têm relação com o uso do software FirstMile e uma possível divulgação colocaria em risco a soberania nacional, a segurança de informantes e de servidores da agência. A PF foi procurada, mas não se manifestou. Fontes da investigação afirmam, no entanto, que todo material apreendido será analisado e que informações sigilosas terão o sigilo mantido. (Folha)

Com morte de ex-premiê, chineses mostram insatisfação com atual cenário econômico

Para ler com calma. Para muitos chineses, a morte do ex-premiê chinês Li Keqiang evocou uma onda de nostalgia: uma época de maiores perspectivas econômicas e abertura ao capital privado. A reação dos chineses à morte de Li mostrou também a insatisfação do país com Xi Jinping, um presidente linha-dura que conquistou um inédito terceiro mandato no ano passado, depois de manobrar para abolir o limite de dois termos. Vieram à tona frustração, raiva e ansiedade reprimidas em função da gestão da economia por Xi, que atacou o setor privado e minou algumas das mais bem-sucedidas empresas da China. O atual líder também deixou de lado alguns dos maiores parceiros comerciais enquanto se aproximava de países como a Rússia e substituía reformistas por legalistas, focando na ideologia em vez de na economia. (New York Times)

Morte de ex-premiê chinês revive questões sobre o país

O anúncio da morte do ex-premiê chinês Li Keqiang, de 68 anos, gerou 1,8 bilhão de cliques na principal mídia social do país em apenas 12 horas, conta Marcelo Ninio. Número dois na hierarquia do Partido Comunista por uma década, até se aposentar em março deste ano, Li era considerado um moderado reformista. Conhecido pelo jeito mais descontraído, ganhou popularidade entre muitos chineses, que viam nele a esperança de um país mais aberto. Segundo a TV oficial, ele sofreu um infarto fulminante quando visitava Xangai. Sua morte pegou a China de surpresa, surgindo especulações sobre as reais circunstâncias, mesmo sem haver qualquer indício de que a versão oficial não seja a correta. De origem modesta, construiu uma carreira marcada pelos estudos econômicos e pela lealdade ao partido. Afilhado político do ex-líder do PC Hu Jintao, chegou a ser cotado para sucedê-lo, mas foi superado na corrida por Xi Jinping. A morte de Li evocou duas outras questões. Para onde teria ido a China caso Li tivesse sido o escolhido para liderar o país, com um estilo mais aberto que o de Xi? A segunda pergunta tem a ver com a memória de outro líder mais liberal, Hu Yaobang. O luto provocado por sua morte, em 1989, foi o início do movimento que levou aos protestos pró-democracia da Praça da Paz Celestial, esmagado três meses depois pela repressão do Exército. (Globo)

Bernard Appy diz que o ideal é que não haja mais mudanças na reforma tributária

O secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, avalia que a ampliação das exceções na reforma tributária é ruim, mas deve ter efeito pequeno sobre as alíquotas dos novos tributos, pois foi compensada por mudanças que limitaram benefícios e isenções. O Ministério da Fazenda ainda não atualizou os cálculos, que apontavam cobrança total entre 25,5% e 27% sobre o consumo. “Obviamente, pressão vai ter, mas o ideal é que não tenha mais mudanças no texto. Ou tenha um mínimo de mudança daqui para frente”, disse Appy, que critica concessões como a alíquota menor para profissionais liberais e tratamentos específicos para os setores aéreo, de comunicação institucional e de saneamento. (Folha)

Lucro da Vale cai 36% no terceiro trimestre

A Vale encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de US$ 2,84 bilhões, queda de 36% na comparação com igual período do ano passado. A receita líquida entre julho e setembro foi de US$ 10,62 bilhões, alta de 6,98% frente ao terceiro trimestre de 2022. Na mesma comparação, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) cresceu 14%, para US$ 4,18 bilhões. Segunda a mineradora, o lucro foi afetado principalmente pelo ajuste na variação cambial acumulada em 2022 e pela marcação a mercado do valor das debêntures participativas, que geraram impacto negativo de US$ 2,73 bilhões. (Valor)

Da Guerra dos Seis Dias para a Guerra das Seis Frentes

Thomas L. Friedman: “Se você se preocupa com Israel, deveria estar mais preocupado do que em qualquer outro momento desde 1967. Naquela época, Israel derrotou os exércitos de três Estados árabes – Egito, Síria e Jordânia – no que ficou conhecido como a Guerra dos Seis Dias. Hoje, se olharmos atentamente, veremos que Israel trava a Guerra das Seis Frentes. Esta guerra é travada por atores não estatais, Estados-nação, redes sociais, movimentos ideológicos, comunidades da Cisjordânia e facções políticas israelenses. Israel não pode vencer sozinho esta guerra de seis frentes. Só poderá vencer, se Israel – e os Estados Unidos – conseguir montar uma aliança global”. (New York Times)

Ibovespa fecha com alta de 1,73%; dólar cai a R$ 4,99

Na contramão de Wall Street, o Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira, subindo 1,73%, a 114.777 pontos. Em Nova York, o Dow Jones caiu 0,76%, o S&P 500 recuou 1,18% e o Nasdaq teve perda de 1,76%. Já o dólar encerrou o dia em baixa de 0,23%, a R$ 4,99. (Valor Investe)

Relator da reforma tributária acredita que governo vai ceder: ‘Toparam primeiro beijo’

O senador Eduardo Braga (MDB-AM), relator da reforma tributária, acredita que, diante das pressões dos parlamentares na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o Ministério da Fazenda vai ceder e ampliar o Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR). Segundo ele, o governo já deu o primeiro passo nas concessões e, assim, fica mais fácil. “Isso é que nem o primeiro beijo, eles diziam não, não, não, e deram o primeiro beijo. Agora nós vamos ter 15 dias de espancamento na CCJ, os senadores já sabem que eles toparam o primeiro beijo”, afirmou. O valor inicial era de R$ 40 bilhões. Mas, após muita negociação com o Ministério da Fazenda, o texto atual prevê R$ 60 bilhões. O fundo começa em 2029 com R$ 8 bilhões. E, pela proposta, os R$ 20 bilhões extras serão distribuídos ao longo de dez anos, a partir de 2034. Braga, no entanto, defende mais: R$ 100 bilhões. “O critério de incentivo econômico para desenvolvimento regional, redução de desigualdades, era fiscal. Essa PEC acaba com isso. Agora, vai ser incentivo orçamentário e financeiro. E esse dinheiro vem do FDR.” A expectativa é que o texto seja votado em 7 de novembro. (Globo)