Prezadas leitoras, caros leitores —

A editoria HealthTech, que publicamos sempre às terças, sai hoje do ar. Não é definitivo, é para repensar.

Talvez em nenhuma área o impacto dos avanços tecnológicos seja tão grande quanto na medicina. Representa diagnósticos mais precisos que ocorrem mais cedo para males como câncer ou Alzheimer. Uma medicina capaz de alcançar gente que vive muito longe. Novos tratamentos que melhoram o cotidiano de quem tem doenças como Parkinson. Além de incontáveis formas de reconhecer e registrar os sinais que nossos corpos enviam, o que vai revolucionar a prevenção.

Vamos viver mais e melhor — daí nossa convicção de que HealthTech, em geral uma nota de rodapé da cobertura de tecnologia, é fundamental. Não é uma convicção que perdemos e, por isso, é um repensar.

Por todo este período, a editoria foi patrocinada pela Dasa, que representa os melhores laboratórios de análise clínica do país. É uma empresa que vem fazendo imensos investimentos neste encontro entre tecnologia e saúde. Em alguns casos, como no projeto DNA do Brasil, os benefícios têm o potencial de serem radicais para todos nós. A Dasa foi, também, a primeira empresa a abraçar a ideia de editorias patrocinadas cá no Meio, compreendendo o tipo de leitor sofisticado que temos. É exatamente o tipo de parceria que gostamos de fazer.

— Os editores.

Khamenei quer ataque iraniano a alvo de alto nível dos EUA

É raríssimo que ocorra — mas nas horas seguintes à morte do general Qassim Suleimani, o Conselho Nacional de Segurança do Irã se reuniu e o líder Supremo, aiatolá Ali Khamenei, decidiu aparecer. Não costuma participar de reuniões executivas. E foi ele quem estabeleceu para os generais os parâmetros para retaliar os EUA. Khamenei exigiu um ataque que seja proporcional, que cause dano equivalente aos americanos. Deve, também, ser um ataque de clara autoria iraniana, ao invés da prática habitual de atacar via aliados. Nas ruas de Teerã, as multidões que acompanharam o enterro de Suleimani, que morreu após ser atingido por um míssil americano no Aeroporto Internacional de Bagdá, só se comparam às que acompanharam o funeral do fundador da República Islâmica, aiatolá Ruhollah Khomeini. (New York Times)

Enquanto isso... A presidente da Câmara dos EUA Nancy Pelosi está se movendo para limitar a capacidade de ação militar do presidente Donald Trump. Ela vai propor uma resolução que limite novas ações contra o Irã sem passar antes pelo Congresso. E haverá impacto direto no debate a respeito do impeachment de Donald Trump, já aprovado pela Câmara e ainda não enviado ao Senado. Para os republicanos, a morte de Suleimani pode contribuir para um novo argumento de defesa. Trump estaria contribuindo para a luta contra terroristas. Os democratas argumentam o contrário. Muitos estão convencidos de que a ação sem consulta do Legislativo foi ilegal, o que daria novo motivo para impeachment.

Pois é. Considerado um líder mais aberto, o presidente iraniano Hassan Rouhani tuitou em resposta a Trump. Seu par americano havia lembrado os 52 reféns feitos pelo Irã, na embaixada dos EUA, nos anos 1970. “Quem se refere ao número 52 também deve se lembrar do número 290. Nunca ameace a nação iraniana”. O número se refere aos 290 passageiros morts, em 1988, quando um avião civil iraniano foi derrubado por um míssil americano. (G1)

A troca de ameaças pode se intensificar ainda mais. Trump teria bloqueado a entrada do Ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif nos EUA. Zarif teve o seu visto negado para participar do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o caso de Suleimani. A ação viola os termos de um acordo da ONU que exige Washington autorizar a entrada de figuras estrangeiras que vão conduzir negócios na ONU. (Foreign Policy)

Não só. Para entrar nos EUA, cidadãos americanos nascidos no Irã estão passando por longos interrogatórios. Entre as perguntas sendo feitas para alguns está sobre a opinião a respeito do conflito. (New York Times)

Os protestos contra os americanos estão nas ruas da capital iraniana e nas redes sociais. A hashtag Severe Revenge (Vingança cruel, em tradução livre), foi espalhada no Twitter mais de 100 mil vezes em apenas 14 horas. (Estadão)

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Eduardo Fauzi, um dos responsáveis pelo ataque à produtora Porta dos Fundos, foi expulso do PSL. Ele era filiado ao partido desde 2011. Fauzi está foragido e fugiu um dia antes do seu mandado de prisão para Moscou, onde tem uma namorada e filho. Em entrevista ao Projeto Colabora, ele assumiu a autoria do ataque e declarou que soube com antecedência sobre a expedição do seu mandado. O Ministério da Justiça informou ao Globo que a pasta e o Itamaraty estão inclinados a assinar um pedido de extradição. (Globo)

Aliás... A entrevista exclusiva conseguida pelo repórter Lauro Neto sugere alguém que leu muito da literatura fascista brasileira dos anos 1930. Seus argumentos são os mesmos. “A grande dificuldade do paradigma liberal, hegemônico da pós-modernidade, é a incapacidade de dialogar com outros paradigmas. Por mais que o signo +democracia+ seja alçado ao patamar de divindade na pós-modernidade, o fato não ultrapassa a esfera do discurso. Você só é livre para crer, pensar e se comportar dentro dos cânones do pensamento hegemônico. Todo pensamento periférico e dissidente será imediatamente criminalizado e banido do debate público. Por isso, um cidadão imerso na pós-modernidade liberal e ateísta não tem como acessar a violência simbólica do ato de profanação causado pelo Especial de Natal do Porta dos Fundos. É nesse sentido que não se tem que falar em proporção. Para um crente — fora portanto do paradigma hegemônico — uma blasfêmia sempre será infinitamente pior do que qualquer reação contra ela.” (Projeto Colabora)

O deputado federal Marco Feliciano teve sua expulsão aprovada pela Executiva Nacional do Podemos. A conclusão é de que ele agiu contra as diretrizes do partido ao apoiar o presidente Jair Bolsonaro nas eleições. Mês passado, o Podemos-SP já havia votado pela sua expulsão por acusações de assédio sexual, recebimento de propina e pagamentos a supostos funcionários fantasmas.

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HealthTech

Inteligência artificial do Google superou médicos no diagnóstico de câncer de mama. Junto à Universidade Imperial College London, os pesquisadores treinaram o software com imagens de raios-X de mamas de quase 29 mil mulheres. O resultado: o algoritmo superou seis radiologistas na leitura das mamografias. E foi mais eficiente do que dois médicos trabalhando juntos. Isso não significa, no entanto, que a IA vai substituir os médicos. Segundo os cientistas, a ideia é que o sistema alivie o volume de trabalho dos profissionais, acabando com a necessidade da dupla leitura de mamografias.

Cultura

Deve-se censurar as cenas racistas do cinema infantil? A estreia da plataforma de streaming da Disney+ em novembro  reabriu o debate sobre como devemos revisitar determinados filmes. Devemos parar de mostrar clássicos porque agora são inadequados? Fantasia, Mogli – O Menino Lobo, Dumbo e Peter Pan são alguns dos filmes precedidos de um alerta que diz: “O programa é mostrado como criado originalmente. Pode conter retratos culturais antiquados”. A solução encontrada pela Disney+ de incluir alertas em alguns títulos não contentou a todo mundo. O texto é considerado asséptico demais por alguns e menos detalhado que o inserido pela Warner Brothers em alguns de seus desenhos clássicos, como Tom & Jerry, no iTunes e na Amazon Prime, os quais deploram os “preconceitos étnicos” de alguns episódios, sublinhando que eram “Errados na época e errados hoje” e explicando que se optou por não censurar os desenhos “porque isso seria como fazer ver que esses preconceitos nunca existiram”. O debate está aberto.

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E o Pixies lançou um novo disco, Beneath The Eyrie. É o terceiro álbum da nova fase da banda americana e vem acompanhado de uma série de 12 podcasts. Em 2019, com Paz Lenchantin, a baixista argentina que se juntou a Black Francis e Joey Santiago (vozes e guitarras) e David Lovering (bateria), o Pixies voltou aos estúdios para gravar e lançar o projeto que é considerado o mais consistente desde a volta da banda ao cenário global. Segundo a crítica, o trabalho que mais se parece com o estilo do grupo nos primórdios.

Joey Santiago, vozes e guitarras: “Nós não tínhamos nenhuma intenção de soar como soávamos no começo da banda” (Estadão).

Hora de escutar o elogiado disco (Spotify).

Viver

A fumaça dos incêndios que atingem a Austrália foi vista ontem no Chile e na Argentina em uma nuvem que percorreu mais de 12.000 quilômetros até chegar à América do Sul. A fumaça não oferece risco à saúde da população, afirmaram os serviços meteorológicos dos dois países. A Metsul, empresa privada de meteorologia do Sul do Brasil, também prevê que o fenômeno deve chegar ao país na 3ª feira, mais precisamente no Estado do Rio Grande do Sul.

Sobre fogo natural x fogo provocado. Na Austrália, os incêndios se espalham principalmente pela floresta tropical seca, mas neste verão estão muito mais intensos, extensos e duradouros por causa das mudanças climáticas. Já na Amazônia, a floresta tropical úmida só queima se alguém botar fogo.

Jos Barlow, da Universidade de Lancaster (Inglaterra) e da Rede Amazônia Sustentável: “Flora e fauna evoluíram com fogo, têm adaptações para voltar mais rápido depois. Já a Amazônia, não. As plantas não têm adaptação para fogo, como casca grossa, não rebrotam facilmente”.

Sobre doações...Nicole Kidman, Hugh Jackman e a cantora Pink vêm se mobilizando desde domingo para arrecadar fundos para os bombeiros e vítimas dos incêndios que já mataram 24 pessoas.

Esculturas de gelo expostas no festival anual de Harbin, norte da China. Imagens da Reuters.

Por falar em China...Autoridades internacionais estão monitorando e investigando a situação de dezenas de pacientes infectados com uma pneumonia de origem viral e misteriosa no país. Segundo o mais recente posicionamento de órgãos chineses, não se trata de casos da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), epidemia potencialmente mortífera e semelhante à gripe que matou mais de 700 pessoas em todo o mundo entre 2002 e 2003. Autoridades chinesas também descartaram a possibilidade de gripe aviária e da Síndrome Respiratória do Oriente Médio. Com isso, as investigações continuam.

14 TEDs para inspirar você a encontrar o seu melhor. A seleção inclui uma palestra com a educadora e ativista Brittany Packnett sobre a importância transformadora da confiança para realizar sonhos.

Para quem curte design...Um galinheiro, uma sauna móvel e uma barraca de açúcar são apenas algumas das "intervenções rurais" construídas por estudantes de arquitetura em Norwich, Vermont, como parte de um programa de construção. Vale ver as imagens do trabalho realizado em equipe durante apenas uma semana.

Pra quando o carnaval chegar... Duas empresas pernambucanas se uniram para lançar um picolé de cerveja. O produto será comercializado a partir desta quinta-feira e a estimativa é de que, até o fim do Carnaval, 30 mil unidades sejam vendidas em Pernambuco.

Cotidiano Digital

Mais uma vez, um prêmio de Inovação da CES não escapou de uma polêmica. Pela primeira vez, um dispositivo feito para conservar maconha levou a melhor no evento de tecnologia. O produto da Keep Laps conta com compartimentos para manter a erva na temperatura ideal e segura, só sendo aberto por meio de reconhecimento facial. O problema, no entanto, é que a startup foi proibida de mencionar a palavra “maconha” na apresentação do produto e merchandising. Assim, a Keep Laps decidiu não expor o gadget na feira. O incidente lembra o do ano passado, quando a startup Lora DiCarlo ganhou o prêmio pelo seu brinquedo sexual para as mulheres. Só que, depois, teve ele cassado, por não ser permitido expor na CES.

Enquanto isso, a CES contou com lançamento de dispositivos bem inusitados, como um pet artificial que simula o carinho de um animal de estimação e uma máquina que cria receitas sozinhas.

Outra novidade foi da Amazon, que anunciou expansão da sua assistente virtual Alexa em veículos da Lamborghini e da startup de carros elétricos, Rivian. Uma das funções disponíveis é que os motoristas poderão pagar a gasolina por meio de comandos de voz.

Brasil ganhou o seu 11º unicórnio. E em tempo recorde. Com apenas 16 meses de operação, a startup Loft, de compra, venda e reforma de imóveis, se tornou a mais rápida a alcançar essa marca no Brasil depois de uma rodada de investimento de US$ 175 milhões.

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