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Trump defende Bolsonaro; Lula critica interferência

Fotos: Andrew Caballero-Reynolds e Pablo Porciuncula/AFP

Às vésperas do julgamento sobre a trama golpista que pode condenar Jair Bolsonaro, Donald Trump saiu em defesa do ex-presidente brasileiro e criou uma nova rusga diplomática entre Brasil e Estados Unidos. Por meio de sua rede social, o Truth Social, Trump acusou o Judiciário brasileiro de estar fazendo uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro e seus apoiadores. O presidente americano afirmou que Bolsonaro “não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo brasileiro”. As postagens de Trump tiveram como alvo o Supremo Tribunal Federal. Apesar de não citar o relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, Trump deu a entender que há um processo político em curso no Brasil destinado a prejudicar Bolsonaro. “O único julgamento que deveria estar acontecendo é o julgamento pelo voto do povo brasileiro”, disse Trump. (Folha)

As postagens de Trump irritaram o presidente brasileiro. Em entrevista durante o encontro de cúpula dos Brics no Rio, Lula disse que o Brasil não aceitaria “interferência ou tutela de quem quer que seja”. Lula também usou as redes sociais para comentar as declarações de Trump. Por lá, afirmou que as instituições brasileiras são sólidas e independentes. Segundo o presidente, “ninguém está acima da lei, sobretudo aqueles que atentam contra a liberdade e o Estado de Direito”. (UOL)

Lula, no entanto, tem se notabilizado em seu terceiro mandato a dar pitacos sobre a realidade política de diferentes países. Durante as últimas eleições americanas ele disse que preferia que o ex-presidente Joe Biden fosse reeleito a ver Trump de volta à Casa Branca. Na semana passada, Lula visitou a ex-presidente Cristina Kirchner e, até poucos anos, defendia publicamente o regime de Nicolás Maduro na Venezuela. (Folha)

O Supremo Tribunal Federal adotou uma postura mais reservada e optou por não dar uma resposta oficial aos comentários do presidente americano. Ministros da Corte entenderam que o pronunciamento de Trump estava na esfera política e, por isso, a reação do Executivo brasileiro teria sido suficiente. (Globo)

Na cúpula bolsonarista, a postagem de Trump foi vista como muito mais do que um mero apoio de um presidente americano a um aliado político no exterior. Para muitos, Trump deu a entender que pretende usar a influência dos Estados Unidos para interferir no processo no qual Bolsonaro é réu. O ex-presidente brasileiro agradeceu a nota de Trump e afirmou que, assim como ele, o presidente americano também sofreu perseguição política. Já o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), repostou a publicação de Trump e disse que Bolsonaro “deve ser julgado somente pelo povo brasileiro”. O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que essa não será a única vez que o governo americano se pronunciará sobre o Brasil, dando a entender que os Estados Unidos poderiam aplicar sanções contra o ministro do STF Alexandre de Moraes. (Estadão)

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A novela sobre o aumento do IOF parece ainda estar longe do fim, mas, nesta semana, o governo já se prepara para novos embates no Congresso em torno de votações estratégicas para o Planalto. Dois projetos considerados fundamentais para que o presidente recupere parte de sua popularidade estão na pauta da Câmara: a PEC da Segurança Pública e o projeto que prevê a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Lula sabe que o clima não anda nada bom para o governo no Congresso e já se mostrou disposto a uma reaproximação com os presidentes da Câmara e do Senado. Ao mesmo tempo, decidiu que não pretende sancionar o projeto de lei que amplia o número de deputados federais de 513 para 531. Lula pretende deixar o desgaste inteiramente nas mãos dos deputados e senadores. (Folha)

Meio em vídeo. Pela primeira vez, o governo ganhou uma nas redes. A pauta de cobrar mais dos ricos e menos dos pobres faz sucesso no Brasil e este é um problema real do país. Só tem um detalhe. Em 17 anos, o PT jamais trabalhou para mudar essa realidade. A opinião de Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)

O ex-prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, foi eleito o novo presidente do Partido dos Trabalhadores em uma eleição direta organizada pelo PT em todo o país. Edinho pertence à corrente majoritária dentro do partido, a Construindo um Novo Brasil, e tinha o apoio tácito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele assume o cargo no lugar de Humberto Costa, que estava interino desde que Gleisi Hoffmann deixou a presidência para assumir a Secretaria de Relações Institucionais do governo. O resultado foi proclamado mesmo com a judicialização das eleições no diretório de Minas Gerais. (CNN Brasil)

A guerra tarifária de Donald Trump voltou como se nunca tivesse ido embora. Após semanas focado em conflitos militares ao redor do mundo, o presidente americano fez uma nova rodada de ameaças tarifárias a países aliados dos Estados Unidos. Desta vez, Trump quer forçar o Japão e a Coreia do Sul — além de 12 outros países menores — a fechar um acordo comercial com a Casa Branca até o final deste mês. Caso não haja acordo, o presidente afirmou que vai sobretaxar produtos japoneses e sul-coreanos em pelo menos 25%. As bolsas americanas despencaram com a notícia. Além de Japão e Coreia do Sul, Trump também ameaça sobretaxar produtos da Tailândia, Malásia, Indonésia, África do Sul, Camboja, Bangladesh, Cazaquistão e Tunísia. As novas tarifas entram em vigor no dia 1º de agosto, segundo Trump. (New York Times)

Apesar da gritaria, na prática, Trump vai estender o prazo de 90 dias dado a diferentes países do mundo para chegar a acordos bilaterais com os Estados Unidos a fim de evitar as sobretaxas anunciadas por ele há mais de três meses. Trump decidiu suspender as tarifas anunciadas no que ele chamou de “Liberation Day” por conta da péssima repercussão nos mercados. Desde então, uma sobretaxa de 10% estava sendo aplicada de forma generalizada. Oficialmente a pausa nas sobretaxas terminaria amanhã, mas ao que tudo indica haverá uma extensão de prazo para todos e não só para os 12 países ameaçados por ele na segunda-feira. (Forbes)

Enquanto isso... Em visita à Casa Branca, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu apresentou a Trump uma carta indicando o americano ao Nobel da Paz, uma obsessão de Trump. Para analistas, a iniciativa, que não tem consequências práticas sobre o prêmio, foi uma forma de massagear o ego do presidente e afrouxar a pressão por um cessar-fogo na Faixa de Gaza. (CNN)

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Viver

No Brasil, um em cada dez professores já presenciou atentados à vida na escola em que trabalha, e quatro em dez relataram agressões. Respondendo ao questionário do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), do Ministério da Educação, 43% dos professores de português e matemática relataram episódios de depredações na instituição de ensino; 37% viveram roubos ou furtos; e 15% apontaram tráfico de drogas. De acordo com Joana Monteiro, diretora do Laboratório para Redução da Violência, escolas que sofrem com mais violência reportam mais interrupções de aulas, maior rotatividade de docentes e mais profissionais saindo de licença médica. (Globo)

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Apesar de já terem sido incorporados para uso no Sistema Único de Saúde (SUS), 19 medicamentos para tratamento oncológico ainda não foram disponibilizados aos pacientes. Segundo um levantamento do Instituto Oncoguia (ONG que apoia pessoas com câncer), o atraso varia de 58 dias a 11 anos. Os casos de maior demora são para remédios usados no tratamento do câncer de pulmão metastático. Pela lei, os fármacos aprovados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS deveriam estar disponíveis em até 180 dias. A pasta afirma que negocia com fornecedores e atualiza protocolos clínicos para viabilizar a oferta dos produtos. (Folha)

O Festival Mundial de Arquitetura anunciou a lista de finalistas para sua edição de 2025, destacando edifícios concluídos, projetos futuros, interiores e paisagismo urbano de diferentes partes do mundo. São mais de 460 projetos que abrangem uma ampla gama de categorias, incluindo Reutilização Criativa, Habitação, Educação e Hotelaria. Os finalistas apresentarão seus projetos em evento nos Estados Unidos, que acontecerá no Centro de Convenções de Miami Beach entre 12 e 14 de novembro. (ArchDaily)

Panelinha no Meio. Proteína no desjejum é muito importante e pode ganhar ares chiques. Como estes ovos mexidos com tomate grelhado e farofinha de pão. O importante é não deixar ressecar.

Cultura

Os cinemas brasileiros tiveram seu melhor semestre desde 2019 nos primeiros seis meses deste ano. Entre 1º de janeiro e 30 de junho, foram arrecadados mais de R$ 1,2 bilhão com a venda de 61,2 milhões de ingressos, segundo levantamento do site Filme B, um aumento de 12% na renda e 8% no público, em relação ao mesmo período de 2024. Os longas infantojuvenis foram os principais responsáveis pelo crescimento da procura, com Lilo & Stitch gerando R$ 200 milhões em receita com 9,7 milhões de ingressos vendidos. Lançados no ano passado, títulos nacionais como Ainda Estou Aqui e O Auto da Compadecida 2 estão na lista dos 10 filmes mais vistos neste primeiro semestre. (Globo)

Principal evento de mercado editorial do mundo, a Feira do Livro de Frankfurt planeja expandir seu escopo para lançar uma rede de encontros em festivais de cinema ao redor do mundo para promover e facilitar adaptações de livros para o cinema. Após lançar projetos nos últimos anos em festivais importantes, como o de Veneza, o presidente e CEO da Feira de Frankfurt, Juergen Boos, afirma que está em negociações com os festivais de Cinema de Toronto e de Busan, na Coreia, além da Bienal de Veneza. Só o evento Books at Berlinale reúne 10 editoras e agências selecionadas que apresentam seus títulos a 200 produtores cinematográficos europeus. (Deadline)

Importante nome da arte contemporânea brasileira, Carlito Carvalhosa é tema e título de um livro organizado por Luis Pérez-Oramas e Lúcia K. Stumpf mostrando em detalhes sua carreira. Lançado pela galeria Nara Roesler Books, a obra é a mais completa já feita sobre suas pinturas, esculturas e instalações. Um dos únicos brasileiros vivos a expor no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), o próprio artista pediu aos pesquisadores, antes de morrer em 2021, que organizassem a obra. O livro conta com seis ensaios ilustrados com dezenas de imagens de suas produções, seus momentos no ateliê e nas galerias e museus que expuseram seu trabalho. (Folha)

Cotidiano Digital

A Apple recorreu nesta segunda-feira ao segundo tribunal mais alto da União Europeia para tentar reverter a multa de 500 milhões de euros aplicada em abril, quando reguladores acusaram o iPhone de bloquear caminhos alternativos de venda para desenvolvedores, em desacordo com a Lei de Mercados Digitais (DMA). A empresa rebateu, dizendo que a decisão vai além do que a legislação exige ao impor regras confusas e prejudiciais. Para evitar penalidades diárias de até 50 milhões de euros, a Apple já havia reformulado as políticas da App Store, removendo restrições comerciais e técnicas. Agora, a Comissão Europeia escuta os desenvolvedores para decidir se aceita as mudanças ou se pede mais ajustes à companhia. (Reuters)

Segundo dados da Similarweb, em junho, o Threads somou 115,1 milhões de usuários ativos diários nos sistemas iOS e Android, crescendo 127,8% em um ano e encostou no X. A rede de Elon Musk ainda lidera com 132 milhões de usuários, mas perdeu fôlego, encolhendo 15,2% no mesmo período. A disputa, porém, é desigual fora do celular, pois no acesso via web, o X tem média de 145,8 milhões de visitas diárias, enquanto o Threads aparece com 6,9 milhões. Além delas, o Bluesky, que explodiu após as eleições nos EUA, cresceu 372,5% e virou uma opção para quem abandonou o X por razões políticas. (TechCrunch)

Meio em vídeo. No novo episódio de Revoluções por Segundo, o programa do Meio sobre inteligência artificial criado com inteligência natural, o alienígena Grog, Nelson Porto e Marck Al apontam três exemplos para mostrar o poder do Gemini em combinar rabiscos e prompts para criar aplicações interativas. (YouTube)

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