Defesa promete ao STF que Bolsonaro vai ficar em silêncio

O dia seguinte à ameaça de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo ministro do STF Alexandre de Moraes foi de expectativa para uns e apreensão para outros. Moraes afirmou, no despacho em que pedia explicações aos advogados de Bolsonaro, que o ex-presidente havia descumprido as medidas cautelares impostas pelo Supremo na sexta-feira, que o proibiam de acessar as redes sociais. Na segunda-feira, Moraes reiterou a decisão e afirmou que Bolsonaro não poderia sequer dar entrevistas, sob o risco de que elas fossem transmitidas nas redes, o que caracterizaria um uso indireto das plataformas digitais. Pouco antes do prazo de 24 horas estipulado por Moraes, os advogados de Bolsonaro apresentaram as explicações requeridas pelo ministro. Alegaram que o ex-presidente não sabia que estava proibido de conceder entrevistas e garantiram que ele se manteria calado dali em diante. (UOL)
Moraes deve analisar hoje as alegações da defesa de Bolsonaro. Segundo analistas, o ministro tem duas alternativas: encaminhar o caso à Procuradoria-Geral da República para que emita um parecer ou decidir sozinho. Caso avalie que as respostas não são suficientes, ele pode decretar a prisão do ex-presidente. (g1)
Bolsonaro parece ter entendido o recado de Alexandre de Moraes. Nesta terça-feira, o ex-presidente não apareceu publicamente. Pela manhã, cancelou uma ida à Câmara dos Deputados para se encontrar com parlamentares aliados. Depois, foi para a sede do PL, onde passou todo o dia em reunião com seus interlocutores mais próximos e com seu filho caçula, o vereador por Balneário Camboriú (SC), Jair Renan. (Globo)
Sem poder se manifestar, Bolsonaro esperava que seus aliados no Congresso usassem as tribunas em sua defesa. Parlamentares próximos ao ex-presidente afirmaram que não entrariam em recesso e marcaram sessões nas comissões de Segurança Pública e Relações Exteriores. A ideia era usar o espaço para, oficialmente, defender Bolsonaro e criticar a atuação de Alexandre de Moraes. Mas a estratégia fracassou. Na manhã de terça-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), publicou um ato proibindo, até 1º de agosto, as reuniões das comissões da Casa. (Folha)
Enquanto o pai se vê ameaçado de prisão, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) segue em busca de uma saída para não perder o mandato, enquanto continua nos Estados Unidos fazendo lobby contra o governo brasileiro. Nesta terça-feira, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), indicou que poderia nomear Eduardo para uma secretaria estadual, o que justificaria sua ausência no Congresso. (Valor)
Ato contínuo, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), entrou com um pedido no STF para que o ministro Alexandre de Moraes conceda uma medida cautelar que impeça Eduardo Bolsonaro de assumir uma secretaria estadual no Rio. Lindbergh argumenta que a nomeação teria como único objetivo a manutenção do mandato de Eduardo e a garantia de sua permanência nos Estados Unidos. (CNN Brasil)
Em meio às polêmicas envolvendo sua atuação contra Jair Bolsonaro, o ministro do STF Alexandre de Moraes recebeu uma boa notícia nesta terça-feira. Seu livro “Democracia e redes sociais: o desafio de combater o populismo digital” foi indicado como um dos finalistas do Jabuti Acadêmico, prêmio da Câmara Brasileira do Livro (CBL) que contempla obras científicas. Concorrem com Moraes a historiadora Lilia Schwarcz, a crítica literária Eurídice Figueiredo, o economista e ex-ministro da Fazenda Carlos Bresser-Pereira e o físico Marcelo Gleiser. (Globo)
Meio em Vídeo. Alexandre de Moraes exagerou? Jair Bolsonaro está cercado por medidas cautelares e cada vez mais próximo da prisão. No Cá entre Nós, Flávia Tavares, editora-chefe do Meio, comenta o inquérito sobre Eduardo Bolsonaro e as decisões do ministro do STF — inclusive as que podem afetar a liberdade de imprensa. É possível criticar o Supremo e, ainda assim, defender a democracia? A resposta passa por entender o momento crítico que o Brasil vive. (YouTube)
O apoio agressivo de Donald Trump a Jair Bolsonaro vai além da simples afinidade ideológica. No Meio Político desta semana, exclusivo para assinantes premium, Christian Lynch mostra que o bolsonarismo é um tentáculo da Internacional Reacionária liderada por Donald Trump em seu combate à democracia liberal. Faça agora mesmo sua assinatura premium e receba o Meio Político hoje, às 11h.
Beleza Essencial
Para milhões de pessoas, o cuidado com a beleza é um gesto de afirmação, um escudo contra a exclusão, um passo em direção ao bem-estar. Em comunidades historicamente marginalizadas, como a de pessoas negras, LGBTQIA+, periféricas e gordas, a estética funciona como identidade e sobrevivência. No caso do Brasil há uma herança estética que por vezes é cruel. Durante séculos, impôs-se um padrão eurocêntrico que excluía a maioria da população, muito mais miscigenada. O Grupo L’Oréal, por exemplo, enxerga o conceito de “brasilidade”, compreendendo as características únicas do país e sua diversidade. Mais da metade dos consumidores do Brasil se declaram negros (pretos e pardos), e é crucial — ética e empresarialmente — compreender e atender a todas as nossas belezas. (Meio)
Uma tendência que ganhou força no mercado estético é o “natural look”, uma abordagem mais sensível e consciente que visa suavizar os sinais do tempo, promover bem-estar e restaurar o equilíbrio facial, enquanto preserva expressões e características únicas de cada pessoa. De acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (ISAPS), dos cerca de 38 milhões de procedimentos estéticos globais realizados no ano passado, 20,5 milhões foram não-cirúrgicos. Já o relatório da WifiTalents de junho mostrou que 68% dos pacientes buscam autoestima aprimorada e 58% priorizam resultados naturais, com técnicas menos invasivas dominando o setor. (Estado de Minas)
Os cuidados com saúde e aparência têm ganhado cada vez mais espaço entre os homens, que estão se preocupando mais com o próprio bem-estar e seu impacto ambiental. Uma pesquisa global da Euromonitor International mostra que 56% dos homens afirmaram ter dedicado parte do tempo livre a rotinas de autocuidado em 2023, enquanto 64% deles preferiram marcas que ofereciam embalagens sustentáveis ou formulações veganas. Para André Leão, mestre em Ciências pela USP e especialista em neurociência e comportamento, os homens vêm reconhecendo que o autocuidado vai muito além da questão física. (O Dia)
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Cultura
O mundo do rock perdeu, nesta terça-feira, um de seus maiores nomes com a morte, aos 76 anos, de Ozzy Osbourne, um dos pais do heavy metal. Ele tratava da doença de Parkinson desde que foi diagnosticado, em janeiro de 2020. Por conta de problemas de saúde, incluindo lesões na coluna, sofridas em um acidente em 2018, ele se aposentou dos palcos, fazendo um show de despedida no último dia 5 com sua banda e outros grupos de peso do gênero. Ozzy fundou o Black Sabbath em 1968 com três amigos em Birmingham, Inglaterra , e estreou em disco um ano depois, com um som pesado e letras que lidavam com o sobrenatural, servindo de inspiração para outras bandas de metal que vieram depois. A formação lançou, em 1971, Master of Reality, seu disco de maior sucesso junto com Paranoid. Mas também diversificou a sonoridade com Vol.4 (Spotify) e Sabbath Bloody Sabbath (Spotify), nos anos seguintes. O grupo foi incluído no Hall da Fama do Rock and Roll em 2006. Demitido da banda que ajudou a criar, uma década depois, manteve a relevância com seus discos solos, como Blizzard of Ozz, Diary of a Madman e Ozzmosis. Sua carreira também foi marcada por polêmicas, a maioria envolvendo o abuso de álcool e drogas. Em um de seu momentos mais comentados, arrancou com os dentes a cabeça de um morcego jogado no palco. Depois disse ter pensado que era uma imitação. Conquistou uma nova geração de fãs em 2002 ao lançar o reality The Osbournes, acompanhando a rotina (muitas vezes disfuncional) da família. (Variety)
O Festival de Veneza anunciou a programação completa da edição que ocorre de 27 de agosto a 6 de setembro. O Leão de Ouro será disputado por 21 filmes, incluindo La Grazia, de Paolo Sorrentino, que abre o festival; a adaptação de Frankenstein por Guillermo del Toro; Bugonia, de Yorgos Lanthimos, estrelada por Emma Stone; e Jay Kelly, de Noah Baumbach, com George Clooney e Adam Sandler no elenco. Fora da competição, outros longas aguardados também foram confirmados, como After the Hunt, de Luca Guadagnino, estrelado por Julia Roberts, Ayo Edebiri e Andrew Garfield. (Deadline)
Meio em vídeo. No Pedro+Cora, os jornalistas Pedro Doria e Cora Rónai falam sobre o lançamento do livro que escreveram juntos em pareceria com o jornal O Globo: Um século de histórias: O Brasil e o mundo pelos olhos do maior jornal do país. No papo, falam sobre os outros autores do livro, os temas abordados dentro do jornalismo e a mudança de abordagem de cada um deles nos últimos 100 anos. Confira! (YouTube)
Viver
As taxas de desmatamento em terras de afrodescendentes do Brasil, Colômbia, Equador e Suriname são até 55% menores que em outras áreas, segundo um estudo publicado nesta terça-feira na revista científica Communications Earth & Environment, do Grupo Nature. Essas comunidades representam apenas 1% do território total dos quatro países, mas a maior parte dessas terras está entre os 5% dos locais com maior biodiversidade do planeta. No Brasil, as terras quilombolas representam 39% do total pesquisado, com áreas protegidas por titulação registrando 29% menos desmatamento que unidades de conservação sem esse reconhecimento legal. (Poder360)
Por falta de verba, o governo Lula ainda não comprou os cerca de 240 milhões de livros didáticos necessários para 2026. Para a primeira etapa do ensino fundamental, do 1° ao 5° ano, foram adquiridas apenas obras de português e matemática. O material é comprado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado ao Ministério da Educação (MEC). O FNDE afirma que a compra está sendo escalonada “considerando o cenário orçamentário desafiador”. Estima-se que seja necessário o orçamento de R$ 3,5 bilhões para adquirir todos os exemplares, mas o programa conta atualmente com R$ 2,04 bilhões. (Folha)
Cerca de uma em cada 23 adolescentes entre 15 e 19 anos se torna mãe a cada ano no Brasil, de acordo com levantamento feito pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em parceria com a Umane, organização da sociedade civil. Para efeito de comparação, o índice é de uma a cada 90 em países mais ricos. Entre 2020 e 2022, o Brasil registrou mais de 1 milhão de partos entre jovens nesta faixa etária e outros 49 mil entre meninas de 10 e 14 anos, idade na qual a gestação é resultado de estupro de vulnerável, segundo a legislação. (Globo)
Cotidiano Digital
A Apple lançou a quarta versão beta para desenvolvedores do iOS 26, trazendo mudanças no design do Liquid Glass e a volta dos resumos de notificações com tecnologia de IA para notícias entre as novidades. O novo sistema do iPhone apresenta uma nova tela inicial de boas-vindas e um novo papel de parede dinâmico, que muda de cor. A Apple também disponibilizou versões testes para outros dispositivos, como iPadOS 26 beta 4, macOS 26 beta 4 e watchOS 26. (TechCrunch)
Expandindo sua parceria, OpenAI e Oracle vão desenvolver mais 4,5 gigawatts de energia para data centers nos Estados Unidos como parte da iniciativa Stargate, um projeto de até US$ 500 bilhões e 10 gigawatts. O uso crescente de IA em setores sensíveis como defesa e a rivalidade com a China tornaram a tecnologia uma prioridade para o presidente Donald Trump, que revelou o programa em janeiro. A OpenAI não divulgou os locais ou detalhes de financiamento para as novas instalações, mas os data centers devem colocar em ação mais de 2 milhões de chips. (Reuters)
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