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Fux vota para absolver Bolsonaro e condenar Cid e Braga Netto

Foto: Evaristo Sá / AFP

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Nem o mais otimista dos bolsonaristas esperava que o voto do ministro Luiz Fux fosse tão favorável ao ex-presidente Jair Bolsonaro e quase todos os demais réus julgados pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) na ação penal que trata da trama golpista. Em uma leitura de mais de 12 horas (íntegra), Fux absolveu Bolsonaro de todas as acusações feitas pela Procuradoria-Geral da República. Ele também isentou de culpa os ex-ministros Paulo Sérgio Nogueira, Augusto Heleno e Anderson Torres, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier e o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin. Fux condenou apenas o ex-ministro Walter Braga Netto e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, justamente o delator, formando maioria contra os dois. E mais: para o ministro, o processo deveria ser completamente anulado porque o STF não teria competência para julgar os acusados, que hoje não gozam de foro privilegiado. Segundo ele, Bolsonaro e os outros réus deveriam ser primeiramente julgados em primeira instância. O voto de Fux surpreendeu os próprios ministros do STF, que esperavam divergência apenas em questões preliminares, mas não no mérito, pois ele havia aceitado a denúncia contra Bolsonaro e condenado dezenas de acusados pelas depredações de 8 de janeiro de 2023. Na prática, Fux apenas concordou com o ministro relator Alexandre de Moraes quanto à validade da colaboração premiada de Cid. O julgamento será retomado hoje, às 14h, com o voto de Cármen Lúcia, que pode formar maioria para a condenação do ex-presidente. (g1)

O voto de Fux representou uma guinada de 180 graus em relação a seus posicionamentos anteriores. Confira o que o ministro disse no passado recente e o que diz agora. (UOL)

As defesas de Bolsonaro e dos outros réus na trama golpista estavam exultantes no Supremo durante o voto de Fux. Além da absolvição, Fux seguiu as principais linhas de defesa apresentadas pelos advogados, em especial a de que o STF não tem competência para julgar o caso e de que não houve crime de golpe de Estado ou abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Para o criminalista Celso Vilardi, que coordena a defesa de Bolsonaro, Fux “lavou a alma” dos acusados. (Estadão)

Para os advogados de defesa, um dos pontos mais positivos do voto de Fux foi a citação que o ministro fez a acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário. Na visão da defesa, o fato de Fux mencionar o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, de 1966, e o Pacto de San José, de 1978, abre caminho para que uma possível condenação de Bolsonaro e dos demais réus seja contestada em cortes e instituições internacionais, como a OEA (Organização dos Estados Americanos). Para a defesa, Fux ainda abriu um caminho para que o julgamento seja contestado no próprio STF, já que ele considerou que o Supremo não tem competência para julgar os acusados. Os advogados lembraram a estratégia usada pelo hoje presidente da Primeira Turma do STF, Cristiano Zanin, que conseguiu anular a condenação do presidente Lula com o mesmo argumento. (Folha)

Mas, de acordo com juristas e com a própria jurisprudência do STF, as coisas não são tão simples assim. Mesmo com o voto divergente de Fux, isso não significa que os caminhos para recursos por meio de “embargos infringentes” estejam abertos. Segundo a jurisprudência do Supremo, isso só seria possível se outro ministro votasse como Fux. Se o placar terminar em 3x2 para qualquer acusação contra qualquer um dos réus, aí sim se abre a possibilidade de uma revisão do julgamento. (Valor)

Embora Fux tenha levantado a possibilidade de que o processo venha a ser anulado no futuro, citando o que aconteceu com a Lava-Jato, Malu Gaspar explica que isso depende de uma vitória da direita nas eleições de 2026. Tendo em vista o cronograma de aposentadoria dos ministros do STF, o próximo presidente irá indicar três novos integrantes para a Corte. Caso a direita conquiste o Planalto ou ao menos uma maioria sólida no Senado, a quem cabe aprovar a indicação, pode nomear para o Supremo ministros favoráveis à revisão do processo. (Globo)

O voto do ministro ainda não havia chegado sequer à primeira terça parte e já era um dos principais assuntos da internet na manhã desta quarta-feira. Apoiadores de Bolsonaro viralizaram cortes da defesa oral de Fux e fizeram a hashtag “Somos todos Bolsonaro” chegar aos trending topics do X. Do outro lado, apoiadores do presidente Lula dispararam uma enxurrada de críticas ao ministro e levaram a hashtag “Crimes de Bolsonaro” também aos trending topics. (CNN Brasil)

Thiago Amparo: “Quem já estava atento, por ofício ou por masoquismo, à jurisprudência penal do Supremo e escutou o ministro Luiz Fux votar deve ter se perguntado onde estava este Fux garantista antes. No STF é que não estava. Não cabe a ministros do Supremo mudar sua posição sobre a legalidade ou ilegalidade da conduta a depender do réu”. (Folha)

Fabiano Lana: “Voto de Fux revela como era falso ‘acordo’ no STF para punir Bolsonaro e satisfaz parte da sociedade. A despeito de proclamar um voto supostamente técnico, o ministro deu voz a milhões de pessoas que pensam exatamente como ele se posicionou”. (Estadão)

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O 7 de setembro bolsonarista em São Paulo foi marcado por uma gigantesca bandeira dos Estados Unidos. No Meio Político desta semana, exclusivo para assinantes premium, Wilson Gomes pega esse exemplo para mostrar como, na atual extrema-direita brasileira, o autoritarismo fala mais alto que o patriotismo. Assine o Meio Premium e tenha acesso à informação e às análises para além das manchetes.

Charlie Kirk, um dos mais ativos e proeminentes ativistas da extrema-direita americana, foi assassinado nesta quarta-feira enquanto participava de um evento conservador na Universidade de Utah Valley, no estado homônimo. Kirk discursava para centenas de pessoas no campus da universidade quando foi atingido por um tiro no pescoço. Ele chegou a ser socorrido e levado ao hospital, mas não sobreviveu. Aliado de primeira hora de Donald Trump, Kirk era um defensor ferrenho do presidente americano, que decretou luto oficial até o próximo domingo e ordenou que todas as bandeiras do país fossem hasteadas a meio-mastro até lá. O assassinato de Kirk deve acirrar ainda mais os ânimos já exaltados entre Democratas e Republicanos. (CNN)

Assisti e vou voltar a assistir, o documentário é claro e didático.’ Esse é só um dos muitos comentários que recebemos de assinantes premium sobre O Julgamento do Século. Se você também quer entender com profundidade a linha do tempo da trama golpista de Jair Bolsonaro e aliados, até chegar ao julgamento no STF, esta é a hora. Assine o Meio Premium e assista.

Viver

O robô Perseverance, da Nasa, encontrou uma rocha em Marte com minerais que na Terra costumam se formar em ambientes influenciados por microrganismos. Os cientistas identificaram argila e lodo, que são excelentes preservadores de vida microbiana passada. Em imagens de alta resolução, o rover encontrou vivianita e greigita, dois minerais ricos em ferro frequentemente presentes ao redor de matéria orgânica em decomposição. A descoberta foi publicada na revista Nature nesta quarta-feira. O administrador interino da Nasa, Sean Duffy, disse que o achado “é o mais perto que já chegamos de encontrar vida em Marte”. Apesar de as evidências serem uma das mais fortes já encontradas de vida marciana, a agência pede cautela, afirmando que apenas exames em laboratórios na Terra poderão trazer uma resposta definitiva. (Meio)

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Pela primeira vez, cientistas ligaram diretamente as empresas de combustíveis fósseis ao agravamento do calor extremo. Ao analisar 213 ondas de calor ao redor do mundo de 2000 a 2023, em novo estudo publicado na quarta-feira na revista Nature, os pesquisadores concluíram que o fenômeno se tornou muito mais provável e severo durante esse período, em grande parte devido à queima de combustíveis fósseis. De acordo com a pesquisa, entre a primeira e a segunda década analisada, as mudanças climáticas fizeram com que as ondas de calor aumentassem de 20 vezes para 200 vezes, sendo que um quarto dos eventos de calor extremo seriam “virtualmente impossíveis” sem a poluição climática de qualquer uma das 14 maiores "grandes emissoras de carbono”. (Guardian)

Uma lista com os melhores hospitais do mundo, feita pela revista Newsweek em parceria com a empresa de pesquisa de dados Statista, foi publicada nesta quarta-feira com 22 brasileiros. O ranking conta com Albert Einstein e Sírio Libanês entre os privados, além dos públicos Hospital das Clínicas da Unicamp e o Hospital São Paulo. A pesquisa destaca os melhores em 12 áreas médicas, como cardiologia e oncologia. O Brasil está bem representado em todas as especialidades, ficando em sua maioria no top 50. (Globo)

Panelinha no Meio. “Avocado” uma ova, o nome da fruta é abacate. E nós, brasileiros, orgulhosamente a servimos doce! Uma boa pedida é o creme de abacate congelado, com a maior pinta de sorvete, e pistaches para dar uma crocância.

Cultura

Estrelada por Denise Fraga, a comédia mórbida portuguesa Sonhar com Leões é destaque nas estreias desta quinta-feira abordando temas delicados como o câncer e o direito à morte com dignidade. Os cinéfilos têm ainda um longa bíblico, um aguardado anime e a conclusão da saga da família Crawley de Downton Abbey. Confira todas as estreias e veja os trailers no site do Meio.

Os organizadores da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) anunciaram nesta quarta-feira que a edição do evento no ano que vem terá como curadora a crítica literária Rita Palmeira, que substitui a editora Ana Lima Cecilio. Doutora em literatura brasileira, Palmeira atualmente faz a curadoria da livraria Megafauna e do Festival Poesia no Centro, realizado em São Paulo, mas vai deixar as duas atividades para se dedicar exclusivamente à Flip 2026, que ainda não tem data, mas deve acontecer entre junho e agosto. (Folha)

Uma das vozes mais influentes da música popular brasileira, Nara Leão terá sua vida celebrada em um musical escrito e dirigido por Miguel Falabella em São Paulo. Estrelado por Zezé Polessa, Os Olhos de Nara Leão estreia dia 10 de outubro no Teatro Renaissance, 60 anos após o lançamento do show Opinião, marco da música de protesto no Brasil e um dos momentos cruciais da carreira de Nara. No palco, Polessa interpretará músicas que foram sucesso na voz da cantora, como A Banda e Corcovado. Com apresentações de sexta a domingo, a peça fica em cartaz até 21 de dezembro. (Rolling Stone)

Cotidiano Digital

O Tribunal Geral da União Europeia suspendeu a exigência de pagamento das taxas de supervisão da Lei de Serviços Digitais (DSA) para Facebook, Instagram e TikTok, ao entender que a metodologia usada para calcular o número de usuários não foi aprovada corretamente e deveria vir por ato delegado, e não decisão de implementação. Essa liminar impede que as plataformas sejam cobradas até que a Comissão Europeia corrija o procedimento, o que deverá ocorrer em até 12 meses. Apesar da decisão, o bloco afirma que o modelo de cobrança permanece válido e exige o pagamento retroativo da taxa de 2023. (Euro News)

Os investimentos em construção de data centers nos Estados Unidos bateram recorde em junho, alcançando US$ 40 bilhões em ritmo anualizado, segundo relatório do Bank of America. O valor representa alta de 30% em relação ao mesmo mês do ano passado, impulsionado pela corrida de empresas como Microsoft, Amazon e Alphabet para expandir sua infraestrutura de inteligência artificial. A Nvidia, que fornece chips usados nesses centros, também se beneficia da explosão de demanda. Apesar do protagonismo dos data centers, o relatório aponta que a maioria do aumento previsto no consumo de eletricidade nos EUA até 2030 virá de veículos elétricos, eletrificação de edifícios e relocalização industrial. (Reuters)

A Uber vai voltar a oferecer voos de helicóptero. A startup Joby Aviation anunciou que os helicópteros da Blade Air Mobility estarão no aplicativo a partir de 2026, com estreia prevista em rotas populares ligadas a aeroportos em regiões como Nova York e o sul da Europa. A novidade vem logo após a Joby adquirir o braço de transporte de passageiros da Blade por até US$ 125 milhões. Esta companhia também é parceira da Uber desde 2020, quando comprou sua divisão de táxi aéreo de veículos elétricos com decolagem e pouso vertical e, desde então, tem liderado esse segmento. O plano da Joby é lançar seu serviço comercial em Dubai no mesmo ano, com expansão prevista para os Estados Unidos. (TechCrunch)

Estamos vivendo momentos decisivos e delicados na política brasileira. É por isso que o Meio investe em conteúdos que ajudam a entender o presente com mais profundidade. Um deles é o curso Ideologias Brasileiras, com Christian Lynch — um mergulho nos debates sobre Esquerda, Direita e Centro para formar uma visão crítica sólida do cenário atual. Esse é apenas um dos cursos disponíveis para quem assina o plano Premium+Cursos. Faça o upgrade e tenha acesso.

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