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Sob pressão das ruas, Senado enterra PEC da Blindagem

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

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Ainda sob o impacto das manifestações populares que tomaram as principais capitais do país no domingo, o Senado Federal enterrou de vez a chamada PEC da Blindagem. O texto, aprovado com folga na Câmara dos Deputados há uma semana, foi rejeitado por unanimidade pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Ainda havia a expectativa de que a proposta fosse ao plenário para votação, mas o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), descartou essa possibilidade, afirmando que o regimento da Casa não permitia tal situação e poderia abrir precedentes perigosos. Com isso, Alcolumbre simplesmente arquivou o projeto e frustrou, ao menos por enquanto, o desejo dos muitos parlamentares que apoiaram a PEC em ter a prerrogativa de permitir ou não que o STF investigue deputados e senadores acusados de ações criminosas. “Cumprimos o que manda o regimento, sem atropelos, sem disse me disse, sem invenções”, disse o presidente do Senado. Ao final, a proposta, para lá de polêmica, morreu no colo da Câmara e, em especial, do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e de seu padrinho no cargo, Arthur Lira (PP-AL). (g1)

Com a derrota praticamente decretada de véspera, senadores do PL ainda tentaram encontrar um jeitinho para salvar algum ponto da PEC. Sérgio Moro (PL-PR) apresentou uma proposta de substituição do texto original, mas foi derrotado. Ao final, todos os senadores do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro deram o braço a torcer e votaram para que a PEC fosse rejeitada pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, derrubando assim a proposta apoiada pelos 83 deputados do partido na Câmara que haviam aprovado o texto. (UOL)

Na Câmara, conta Vera Magalhães, há um clima de revolta, com Alcolumbre sendo acusado de traição. Segundo deputados, o senador participou das costurar para aprovar PEC vinculada à transformação da anistia aos golpistas condenados pelo STF em redução das penas. Agora, dizem, deixa o ônus das medidas impopulares com a Câmara, que promete “dar o troco” em projetos que chegarem do Senado. (Globo)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), esperou a chamada PEC da Blindagem estar morta para criticar a proposta, que teve como um dos principais artífices na Câmara deputados de seu próprio partido. Tarcísio afirmou que a PEC era uma “distorção” e que as manifestações de domingo eram reflexo da desconexão do Congresso com a população. O governador, no entanto, evitou apontar o projeto de lei que prevê a anistia do ex-presidente Bolsonaro como fonte de insatisfação popular. “Sempre acreditei que o projeto de lei (da anistia) pode representar aquilo que a gente espera: uma paz dialogada”, disse ele. (Valor)

Tarcísio segue trabalhando
para ser o candidato da oposição nas eleições de 2026 e espera ser ungido como o sucessor de Bolsonaro, mesmo diante dos conflitos internos no clã. De acordo com interlocutores do ex-presidente e do governador, líderes do PP e do União Brasil teriam fechado um acordo para que Bolsonaro declare apoio a Tarcísio na corrida presidencial. A tarefa, porém, não é simples. Nesta terça-feira, Eduardo Bolsonaro se declarou candidato à Presidência caso seu pai não possa concorrer no ano que vem. Horas depois, a esposa do ex-presidente, Michelle, concedeu uma entrevista ao jornal inglês The Telegraph, dizendo que, “se for a vontade de Deus”, ela pode ser a candidata conservadora contra o presidente Lula em 2026. (Metrópoles e The Telegraph)

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Em meio a tensões diplomáticas com Washington, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que pretende se reunir o mais breve possível com o presidente americano Donald Trump para tentar encerrar o mal-estar entre Brasil e Estados Unidos. O petista destacou que, como as duas maiores economias do continente, é preciso encontrar uma pacificação e disse estar “otimista” quanto a uma aproximação com o presidente dos EUA. “Se somos as duas maiores economias e os dois maiores países do continente, não há por que viver em conflito”, disse Lula em uma entrevista coletiva na sede da ONU. Foi a primeira manifestação do presidente brasileiro desde o encontro que teve com Trump na véspera, nos bastidores da Assembleia Geral. Lula disse ter concordado com o presidente americano sobre os dois terem tido uma boa química quando se abraçaram. “Aquilo que parecia impossível deixou de ser impossível e aconteceu. Fiquei feliz quando ele disse que pintou uma química boa entre nós.” Lula afirmou esperar uma conversa “civilizada”, sem espaço para brincadeiras, e garantiu que tratará Trump com o respeito que merece como presidente dos Estados Unidos, na expectativa de receber o mesmo tratamento. Ele também disse estar disposto a discutir qualquer tema colocado pelo republicano: “Não tem limite a nossa conversa. Vamos colocar na mesa tudo o que precisar ser discutido.” (CNN Brasil)

Lula também usou o dia para finalmente se reunir com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em um muito adiado encontro entre os dois presidentes. Zelensky saiu da reunião animado e afirmou que Lula demonstrou disposição de “fazer tudo ao seu alcance” para aproximar Kiev de um cessar-fogo. “É bom que haja sinais do Brasil, do presidente e de sua equipe, de que apoiam, antes de tudo, a paz para o povo ucraniano”, disse o presidente da Ucrânia. O aceno ocorre um dia depois de Lula reiterar na ONU que não há saída militar para o conflito e defender a diplomacia como caminho para a paz entre Rússia e Ucrânia. (Globo)

Meio em vídeo. Na melhor das hipóteses para Bolsonaro, Trump conversará com Lula e nada acontecerá. Porque piorar, não vai piorar. Mesmo que os americanos imponham mais sanções, isso já estava na conta de todo mundo. Agora, se Trump melhorar só um pouquinho a relação com o Brasil, Bolsonaro se ferra muito. Porque, hoje, o único aliado real que o ex-presidente tem é Donald Trump. Se perdê-lo, acabou. A análise de Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)

Enquanto tenta minimizar a aproximação entre os presidentes Donald Trump e Lula, Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) está sendo cobrado pela Câmara dos Deputados por quatro faltas injustificadas em março deste ano, quando ele já estava nos Estados Unidos. Ao todo, Eduardo deve R$ 13,9 mil porque faltou às sessões antes de pedir a licença sem remuneração. Como não pagou, a Câmara iniciou os procedimentos para incluir o parlamentar no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin). Segundo a Câmara, ele também poderá ser inscrito posteriormente na Dívida Ativa da União. (g1)

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Viver

Uma pesquisa da Unifesp, em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, indica um crescimento no consumo de álcool entre adolescentes e do número de brasileiros que enfrentam um transtorno por uso abusivo. Após cair quase pela metade o percentual de adolescentes com algum transtorno alcoólico, chegando a 4,6% em 2012, o índice voltou a subir em 2023, atingindo 5,7%. A cerveja é a bebida mais associada a consumo de risco e transtorno por uso de álcool. Na população em geral, a queda no consumo foi de 5,2 pontos percentuais. O levantamento foi feito com 16.608 participantes de 14 anos ou mais de todas as regiões do país. (g1)

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Após a proibição dos celulares nas escolas, 78% dos alunos relataram maior interação presencial com amigos e 75% disseram sentir menor pressão para estarem online, segundo uma pesquisa realizada por um centro de estudos de Stanford. O levantamento mostra ainda que 41% perceberam menos brigas ou mensagens maldosas na internet entre alunos. Os professores também notaram diferença, sendo que 63% deles relatam melhora no comportamento dos alunos e 74% dizem que os jovens têm prestado mais atenção nas aulas. Mas a implementação ainda é um desafio no Ensino Médio, no qual 55% disseram usar o telefone escondido e 47% afirmam que ignoram o banimento. (Globo)

Meio em vídeo. Donald Trump resolveu transformar o paracetamol no novo vilão da vez. Ao associar o uso do Tylenol na gravidez ao aumento do autismo — sem provas científicas —, espalhou pânico entre gestantes e alimentou grupos negacionistas. Antes a culpa era da vacina, agora é do analgésico mais seguro indicado por médicos no mundo todo. O resultado? Mulheres assombradas pela dor e pelo medo, enquanto políticos fazem da ciência um palanque. Confira a opinião de Mariliz Pereira Jorge no programa De Tédio a Gente Não Morre. (YouTube)

Panelinha no Meio. Quer comer bem sem atravancar a pia com um monte de panelas sujas? O arroz frito com frango e cenoura reaproveita o que tem na geladeira, fica pronto rapidinho e não faz sujeira. Além de ser delicioso, claro.

Cultura

Um ex-guerrilheiro um tanto atrapalhado precisa da ajuda de colegas para resgatar as filhas das mãos de um militar, seu antigo inimigo, parte de um governo autoritário que controla os EUA. Anos atrás, Uma Batalha Após a Outra, dirigido por Paul Thomas Anderson e estrelado por Leonardo DiCaprio, seria ficção deslavada, mas hoje soa como distopia plausível. A principal estreia desta quinta-feira nos cinemas conta ainda com Sean Penn em uma de suas melhores atuações como o vilão fardado. Confira todas as estreias e assista aos trailers no site do Meio.

A queda de um avião monomotor em uma zona rural de Aquidauana, no Pantanal sul-mato-grossense, deixou quatro mortos na terça-feira, entre eles o arquiteto chinês Kongjian Yu, um dos maiores do mundo, e os cineastas brasileiros Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz e Rubens Crispim Jr., além do piloto. Eles gravavam um documentário sobre “cidades-esponja”, conceito inovador criado por Kongjian Yu, que integra o espaço urbano à natureza como solução para conter enchentes. Professor da Universidade de Pequim, diretor do escritório Turenscape e consultor do governo chinês, seus premiados projetos foram aplicados em mais de 70 cidades ajudando a lidar com grandes volumes de água. Conheça suas principais obras. (g1)

A novela literária Rat, parte da coletânea If It Bleeds, de Stephen King, vai ganhar uma adaptação cinematográfica dirigida pelo cineasta mexicano Isaac Ezban, conhecido por longas como O Olho do Mal e Parvulos, e escrita por Jeff Howard, um dos roteiristas da série A Maldição da Residência Hill. A história acompanha Drew Larson, um escritor amaldiçoado que vê cada tentativa de produzir um romance terminar em desastre. Ao tentar quebrar o ciclo, se refugia em uma cabana, mas fica preso e isolado após a passagem de uma violenta tempestade. Até que um estranho surge prometendo salvação e sucesso. “Novela literária” é um formato mais longo que um conto e mais curto que um romance. (Deadline)

Cotidiano Digital

Para além da OpenAI, a Microsoft está oferecendo os modelos de IA Claude Sonnet 4 e Claude Opus 4.1 da rival Anthropic para o Microsoft 365 Copilot a partir desta quarta-feira. Com a mudança, além dos modelos de raciocínio profundo da OpenAI, os usuários do serviço também poderão escolher os da Anthropic no Researcher ou ao criar agentes no Microsoft Copilot Studio. A atualização do Researcher mostra um botão “Experimentar o Claude” na parte superior do aplicativo Microsoft 365 Copilot, que fornece acesso ao Opus 4.1. Ao ativar, será possível alternar entre as opções de IA da ferramenta. (The Verge)

O YouTube vai permitir que criadores que tiveram suas contas encerradas por seguidas violações das políticas de conteúdo sobre a pandemia de covid e as eleições presidenciais de 2020 retornem à rede, segundo uma carta enviada pela Alphabet ao Congresso americano. O documento é uma resposta a uma intimação do deputado republicano Jim Jordan, que investiga se o governo Biden “coagiu ou conspirou” com big techs para censurar a liberdade de expressão. “O YouTube valoriza as vozes conservadoras em sua plataforma e reconhece que esses criadores têm amplo alcance e desempenham um papel importante no discurso cívico”, escreveu Daniel F. Donovan, consultor jurídico da Alphabet. (TechCrunch)

O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou nesta quarta-feira que o Instagram atingiu o patamar de 3 bilhões de usuários ativos mensais. A companhia tinha divulgado pela última vez os números de usuários da rede social em outubro de 2022, quando Zuckerberg disse em uma teleconferência que o aplicativo havia ultrapassado 2 bilhões de usuários mensais. Com o dado atual, a rede se junta às plataformas Facebook, que chegou aos 3 bilhões em janeiro, e WhatsApp que chegou ao mesmo patamar de acesso em abril. (CNBC)

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