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Prezadas leitoras, caros leitores —

A operação da polícia do Rio contra o Comando Vermelho esta semana chamou a atenção — e dividiu opiniões — não só pelo número recorde de mortos, mas pelo armamento apreendido. Foram 91 fuzis, elevando para 686 o número de apreensões desse tipo de arma no estado apenas este ano, outro recorde sombrio. Nesta Edição de Sábado, exclusiva para assinantes premium, Giullia Chechia ouviu especialistas e mergulhou nos números, traçando um panorama do tráfico de armas no Brasil e da capacidade bélica do crime organizado, que já usa até drones nos confrontos.

Por falar em drones, Yan Boechat nos conta como sua experiência de correspondente de guerra o aproximou — mais do que seria seguro — desses novos e versáteis aparelhos convertidos em armas. E, com diversos artistas independentes deixando o Spotify, Guilherme Werneck nos apresenta a serviços de streaming de música para quem deseja um serviço e um catálogo fora da caixinha.

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Os editores.

Governadores de direita anunciam consórcio de segurança

Fotos: Fernando Frazão, Rafa Neddermeyer/Agência Brasil e Ricardo Stuckert/PR

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Dois dias depois da operação policial mais letal da história do Brasil, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), anunciou a criação de um “consórcio da paz” com governadores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A iniciativa, apresentada no Palácio Guanabara, busca, segundo os governadores, integrar ações e compartilhar estrutura entre estados no combate ao crime organizado. O encontro, marcado por críticas ao governo Lula (PT) e à PEC da Segurança Pública, reuniu Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União-GO), Jorginho Mello (PL-SC), Eduardo Riedel (PP-MS) e a vice-governadora do DF, Celina Leão (PP). Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) participou por vídeo; Ratinho Jr. (PSD-PR) alegou compromissos e não compareceu. Castro afirmou que o consórcio terá sede no Rio e funcionará com compartilhamento de inteligência, equipamentos e efetivos. O governador associou a iniciativa a uma defesa da “autonomia dos estados” e criticou normas federais que regulam o uso da força policial. Governadores aliados aproveitaram o encontro para criticar o governo federal e defender atuação mais dura contra facções. Caiado associou o avanço do crime organizado no Rio à ADPF das Favelas, decisão do STF que restringiu operações policiais na pandemia, e classificou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública como tentativa da União de retirar poder dos estados. (Globo)

A despeito da ação dos governadores, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a PEC da Segurança Pública deve ser votada na comissão especial no início de dezembro. Segundo ele, o relator apresentou um cronograma prevendo a conclusão das audiências públicas e a apreciação do texto na primeira semana do mês. A megaoperação no Rio, que deixou mais de 100 mortos nesta semana, reacendeu o debate sobre a proposta. O relator, Mendonça Filho (União Brasil-PE), afirmou que não há entraves e que deve apresentar uma nova versão do texto na segunda quinzena de novembro. Aprovada na CCJ em julho, a PEC é uma das prioridades do ministro Lewandowski e do governo Lula. (Metrópoles)

Integrantes do Executivo intensificaram a campanha em prol da PEC como uma das principais ações para combater o avanço das facções criminosas no país. Desde que foi formulada pela gestão de Lewandowski, há mais de 18 meses, a PEC superou divergências dentro do próprio governo, mas segue combatida pela oposição. (Globo)

Roseann Kennedy: “A união dos governadores na pauta da segurança pública deu fôlego à direita e é motivo de preocupação para o Planalto. A operação policial no Rio reorganiza o grupo político para 2026 e consegue tirar foco de Jair Bolsonaro”. (Estadão)

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Viver

As forças de segurança do Rio de Janeiro tinham conhecimento de que a Operação Contenção, que acabou como a mais letal da história do Rio, tinha sido vazada quatro horas antes do início da incursão nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte. É o que mostra um documento obtido pela Folha. Um registro de ocorrência produzido pelos agentes relata que cerca de 20 homens em motos entraram em confronto com policiais militares em um dos acessos dos conglomerados de favela por volta de 1h de terça. Dois deles foram baleados e encaminhados ao hospital, onde morreram. Antes, os dois teriam se identificado como chefes do Comando Vermelho no Espírito Santo e afirmado aos PMs que estavam fugindo, ao saberem que haveria a operação. Em entrevista, o secretário da Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, negou que houve vazamento. (Folha)

Um vídeo de drone gravado pela polícia mostra o momento em que criminosos fortemente armados se reuniam no alto do Complexo da Penha, antes de fugirem pela mata. As imagens registram 23 homens armados, alguns com roupas camufladas ou com uniformes semelhantes aos dos agentes, o que dificulta a identificação. Em outro momento é possível ver 83 criminosos armados fugindo. A investigação aponta que chefes do tráfico de outros estados, como Goiás, Espírito Santo, Bahia, Ceará, Amazonas e Pará, estão entre os integrantes do CV flagrados pela câmera. A investigação que levou à ação da polícia também usou vídeos e mensagens interceptados de aplicativos detalhando a atuação do CV nas comunidades. Além da hierarquia da facção, o material traz ordens para torturas de rivais e moradores e favorecimento a policiais. (g1)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), vai ao Rio na próxima segunda-feira para se reunir pessoalmente com o governador Cláudio Castro sobre a operação da polícia. A visita ocorre no âmbito da ADPF das Favelas, ação do STF que acompanha a letalidade policial no estado. A expectativa no STF é que a viagem sirva para cobrar o cumprimento das diretrizes já fixadas pela Corte para operações policiais no Rio, além de avaliar eventuais medidas adicionais. O ministro quer que o governo estadual apresente informações completas sobre a ação, como a justificativa formal para o uso da força, o número de agentes mobilizados, os armamentos utilizados e o total de mortos, feridos e detidos. Moraes também requereu detalhes sobre perícia, uso de câmeras corporais, assistência às vítimas e medidas de responsabilização por abusos. (Globo)

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, disse que o governo federal vai enviar peritos da Polícia Federal para auxiliar o IML carioca na necropsia dos mais de 120 mortos na operação policial nos complexos do Alemão e da Penha. Lewandowski classificou como o primeiro “resultado concreto” do escritório emergencial criado pelo governo federal e pelo governo do Rio. “Vamos enviar 20 peritos da Polícia Federal especializados não só em necropsias, mas também em balística e exames de DNA”, afirmou o ministro. “Já falei com o governador Cláudio Castro, e esse contingente será enviado imediatamente. Há profissionais da PF no Rio que vão se apresentar, e o secretário de Segurança Pública está formalizando o pedido. Esse já é um primeiro resultado.” Além dos peritos da PF, Lewandowski disse que a Força Nacional deverá enviar de 10 a 20 especialistas adicionais, conforme a demanda. (g1)

Em reunião com familiares dos mortos na operação e representantes das comunidades, a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, prometeu que o governo federal vai encomendar uma perícia independente para apurar os óbitos. A ministra afirma que “a perícia no local está muito prejudicada” e classifica a ação policial como “um fracasso, uma tragédia, um horror inominável”. Macaé afirma que o combate ao crime organizado deve começar pela cúpula. “Não adianta chegar em nossas comunidades expondo crianças, pessoas idosas e com deficiência a esse pavor”, conclui. (Poder360)

Já o deputado federal e pastor Otoni de Paula (MDB-RJ) acusou o governador Cláudio Castro (PL-RJ) de ter autorizado execuções na operação policial realizada na terça-feira nos complexos da Penha e do Alemão. Segundo Otoni, os policiais agiram com “liberdade para executar”, amparados por uma suposta orientação do governo estadual. Ele classificou a estratégia de levar confrontos para a mata da Serra da Misericórdia como “muro da morte”. E o líder do Comando Vermelho, Marcinho VP, recorreu ao STF para tentar liberar uma entrevista ao jornalista Roberto Cabrini, da Record. A Justiça Federal de Campo Grande havia negado o pedido, alegando risco de sensacionalismo e falta de interesse público. A defesa de VP argumenta censura prévia. O caso será analisado pelo ministro Flávio Dino, que recebeu pedido de urgência. (Folha)

Meio em vídeo. Você se sente inseguro ao circular onde mora? No programa Dou-lhe Duas, Flávia Tavares e Pietra Príncipe conversam sobre a megaoperação que aconteceu no Rio de Janeiro e o impacto emocional de acompanhar um dia a dia de violência. Elas falam sobre vulnerabilidade, rotina e esse temor constante que muitos brasileiros carregam. (YouTube)

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Tem que aturar

Marcelo Martinez

A Amazônia teve 5.796 km² desmatados entre agosto de 2024 e julho de 2025, o que representa uma queda de 11% na perda de áreas verdes em comparação aos 6.288 km² perdidos nos 12 meses anteriores. Os dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que esta é a menor taxa registrada em 11 anos e vem em uma sequência de quatro anos de queda. No entanto, os pesquisadores alertam que houve um aumento expressivo da degradação florestal, no qual a área perde cobertura vegetal de forma progressiva, sem chegar a ser totalmente derrubada. (g1)

Cultura


O CCBB do Rio acaba de abrir a exposição Manguezal, que explora o bioma a partir de diferentes pontos de vistas artísticos com 50 trabalhos de 25 artistas retratando o Brasil de diferentes gerações, como Lasar Segall, Hélio Oiticica, Uýra Sodoma e Celeida Tostes. Também no Rio, Marisa Monte estreia o show Phonica acompanhada de sua banda e uma orquestra de 55 músicos. Em São Paulo, Lia Rodrigues Companhia de Danças lança seu novo espetáculo Borda no Sesc Pinheiros, enquanto o Theatro Municipal apresenta a ópera Macbeth, de Giuseppe Verdi, dirigida por Elisa Ohtake. Leia todas as sugestões no site do Meio.

A Netflix lançou o segundo trailer da 5ª temporada de Stranger Things, com mais detalhes sobre a saga final. No vídeo, Vecna está de volta e determinado a invadir o mundo real, enquanto Demogorgons massacram os soldados que colocaram Hawkins em quarentena, mas os heróis Max, Lucas, Eleven, Will, Hopper e companhia trabalham para acabar com o vilão de uma vez por todas. A temporada final terá oito episódios, sendo que o Volume 1 com os quatro primeiros ficam disponíveis em 26 de novembro, os três seguintes (Volume 2) em 25 de dezembro e o episódio final de duas horas na véspera de Ano Novo. (Variety)

Meio em vídeo. No novo episódio de Pedro+Cora, a jornalista Cora Rónai recebe Ana Lima Cecilio, editora executiva da editora Record e autora da newsletter A Lábia no Substack. No papo, elas falam sobre o novo cargo de Ana na editora e alguns de seus trabalhos autorais, as experiências, desafios e histórias dentro do mercado editorial, como fazer livros chegarem aos leitores e conexões pessoais através dos livros. Confira. (YouTube)

Cotidiano Digital

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, disse que a China aprovou a venda do TikTok, após o encontro entre Donald Trump e Xi Jinping. A ByteDance, dona do aplicativo, manterá menos de 20% da operação nos EUA, e o algoritmo será controlado por uma nova empresa com maioria americana no conselho. A lei americana exige a venda até janeiro de 2025, mas o prazo foi estendido até 20 de janeiro. O Ministério do Comércio chinês confirmou que o tema será tratado “adequadamente”. Apesar dos avanços no acordo, ainda há resistência no Congresso americano a um eventual licenciamento do algoritmo chinês. (Reuters)

Em uma medida para tornar a restauração de conversas mais simples e segura, o WhatsApp permitirá que usuários recuperem seus backups criptografados sem precisar memorizar senhas ou armazenar chaves de 64 caracteres. A nova forma de acesso usará biometria de impressão digital e reconhecimento facial, ou o próprio código de bloqueio do celular anterior e será liberada nas próximas semanas, segundo a Meta. A criptografia ponta a ponta em backups foi lançada em 2021, mas exigia métodos considerados pouco práticos por parte dos usuários. (TechCrunch)

A Anatel ordenou a exclusão do cadastro de milhares de provedores de internet fixa que não regularizaram sua outorga a partir desta quinta-feira. As empresas que não obtiveram autorização formal se tornarão clandestinas, o que configura crime conforme a Lei Geral de Telecomunicações, e poderão ter seus links cortados, embora a agência diga que suspensões levarão em conta serviços públicos em andamento, como hospitais ou delegacias. Segundo estimativas, cerca de 23% dos 22 mil provedores brasileiros possam ser afetados. A medida resulta da recente mudança regulatória que encerrava a dispensa de outorga para pequenas prestadoras com até 5 mil clientes. (UOL)

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