Ex-ministra comunista e ‘Bolsonaro chileno’ vão disputar 2º turno no Chile

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O Chile vai para o segundo turno das eleições presidenciais, em 14 de dezembro, dividido entre dois extremos. A comunista Jeannette Jara, ex-ministra do Trabalho, e o ultraconservador José Antonio Kast, apelidado de “Bolsonaro chileno”, foram os líderes na primeira rodada de votação, acontecida neste domingo, com 26,45% e 24,46%, respectivamente. O presidente Gabriel Boric, que apoia Jara, felicitou os dois candidatos, conclamando um “debate de alto nível” para o segundo turno. Embora tenha chegado na frente, a ex-ministra enfrenta um cenário difícil. Kast já recebeu o apoio do libertário Johannes Kaiser, quarto colocado com 13,92%, e da centro-direitista Evelyn Matthei, que chegou em quinto com 13,47%. Já o social-liberal Franco Parisi, que repetiu as performances de 2013 e 2021, chegando em terceiro com 18,62%, declarou que as eleições foram “injustas” e descartou apoio a qualquer um dos postulantes no segundo turno. (La Nación)
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), quer votar amanhã o PL Antifacção, embora a quarta e atual versão do relatório do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) ainda desagrade governo e oposição. Sem maioria no plenário, o Planalto aposta na mesma estratégia que barrou a PEC da Blindagem, a mobilização nas redes e nas ruas. Grupos ligados ao PT reforçaram a campanha online afirmando que a proposta de Derrite, que é secretário licenciado de Segurança de São Paulo, dificulta o trabalho da Polícia Federal e beneficia o crime organizado. (Folha)
Enquanto isso, as facções dominam mais territórios pelo Brasil. Relatórios policiais de inteligência obtidos pelo Globo mostram que uma situação cotidiana em áreas conflagradas do Rio de janeiro tem se repetido em outras partes do país: o impedimento da atuação do poder público para encerrar atividades clandestinas e cumprir funções de rotina. Os documentos mostram a expansão do crime organizado em estados como Pernambuco, São Paulo e Mato Grosso, onde investigações sobre condições precárias de trabalho deixaram de ser feitas, assim como operações que buscavam interromper serviços ilegais de telefonia e internet. (Globo)
Míriam Leitão: “No Brasil, há um mito de que a direita sabe como fazer política de segurança. A extrema direita governou o país por quatro anos, de 2019 a 2022, e não apresentou qualquer proposta boa. Ao receber das mãos de Hugo Motta a relatoria do projeto do governo contra as facções criminosas, teve nova chance. Foi um fiasco”. (Globo)
Mesmo encerrado o julgamento dos recursos do ex-presidente Jair Bolsonaro e dos outros seis réus do “núcleo crucial” da trama golpista, eles ainda não devem iniciar o cumprimento das penas. Novos questionamentos contra a condenação ainda podem ser apresentados pelas defesas dos acusados nos próximos dias. Entre os caminhos possíveis, estão dois recursos: novos embargos de declaração, com pedidos de mais esclarecimentos de pontos da decisão conjunta, ou embargos infringentes, com pedidos para tentar mudar a condenação. A pena só será cumprida quando não houver mais possibilidade de recurso. (Globo)
Já Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do ex-presidente, se tornou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por coação em processo penal. A expectativa é que o julgamento aconteça apenas no ano que vem. A avaliação no STF, segundo Andréia Sadi, é que o julgamento dos outros quatro núcleos da trama golpista torna impossível a análise do caso de Eduardo ainda em 2025. (g1)
Energia da Evolução
Uma transição energética equilibrada não pode ser um rompimento brusco, mas uma travessia longa. O Brasil é um dos maiores produtores de petróleo do mundo, mas tem uma das matrizes energéticas mais renováveis entre os países em desenvolvimento. Roberto Ardenghy, presidente do IBP, defende que o setor não é obstáculo, mas parte da solução. “Se nós tivermos ainda uma certa persistência no consumo de petróleo e gás, por que não fazer com que parte desse petróleo seja fornecido pelo Brasil?”, diz ele. Desde 1998, mais de R$ 36 bilhões foram destinados à pesquisa e desenvolvimento e o setor gerou mais de R$ 3 trilhões em tributos, royalties e participações especiais. Para o IBP, o conceito de “evolução energética” traduz melhor a realidade brasileira. A proposta é uma transição gradual, ancorada na diversidade de fontes e no fortalecimento da infraestrutura. Isso exige planejamento, regulação e, principalmente, previsibilidade para atrair investimentos (Além da Superfície)
Meio em vídeo. O grande desafio da transição energética está no equilíbrio: acelerar o novo sem negar a realidade do que já existe. Mas onde encontramos esse equilíbrio? Saiba mais no novo episódio de Energia em Movimento. (YouTube)
Segundo o britânico Chris Fitzgerald, diretor da Octopus Energy, uma das maiores empresas de energia renovável da Europa, o Brasil está no caminho certo ao priorizar a implementação da transição energética na COP30. Para ele, o país já é líder mundial no setor, com 90% da eletricidade vinda de fontes renováveis, e tem a chance de comandar o processo global não só pela matriz limpa, mas por como ela chega às pessoas. Em entrevista, Fitzgerald destacou que a mudança para energias renováveis é irreversível e motivada por razões econômicas, não ideológicas. (g1)
Viver
Após impasse nas negociações climáticas na semana passada, ministros de Estado de dezenas de países chegarão a Belém nesta semana para destravar acordos na COP30. Os maiores obstáculos são relacionados a financiamento climático, proteção comercial com argumento ambiental, diferenças de metas climáticas apontadas pelos países e dúvidas sobre a transparência e critérios dos dados. As nações desenvolvidas cobram compromissos mais contundentes e maior regularidade na apresentação de dados sobre emissões, enquanto o Sul Global exige garantias de pagamentos dos recursos prometidos para elevar suas ambições. (CNN Brasil)
Um grupo de cientistas divulgou um alerta sobre o estado das negociações da COP30. O texto apresentado no Pavilhão de Ciências Planetárias aponta que grandes economias já consumiram quase todo o orçamento de carbono, enquanto comunidades vulneráveis seguem expostas aos impactos mais severos. Eles afirmam que as emissões globais de CO2 devem subir 1,1% em 2025, em vez de estarem em queda, e que o planeta tem apenas quatro anos antes de esgotar o orçamento de carbono compatível com o limite de aquecimento em 1,5°C firmado no Acordo de Paris. O documento é assinado por nomes como Carlos Nobre, Thelma Krug, Paulo Artaxo e Marina Hirota. (g1)
Aliás, um estudo produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vinculado ao Ministério do Planejamento e Orçamento, sugere que os países desenvolvidos devem US$ 97,5 trilhões (R$ 516 trilhões) ao mundo por lançarem mais carbono do que teriam direito na atmosfera. O cálculo considerou 2,7 trilhões de toneladas de CO2, apontada pela ONU, que a humanidade poderia emitir sem ultrapassar a meta de conter o aquecimento global a 1,5°C em relação à era pré-industrial. Segundo o Ipea, os Estados Unidos foi o país que mais ultrapassou o limite, poluindo mais do que o triplo do permitido no período. (Folha)
Pela primeira vez na história, a China se comprometeu a reduzir as emissões absolutas de gases do efeito estufa. Até agora, o país estabeleceu suas metas com base na intensidade das emissões, determinando reduções por unidade de seu PIB. Com as novas metas apresentadas à ONU pelo líder Xi Jinping, o governo passa a estipular uma redução líquida de 7% a 10% em relação ao pico, devendo ocorrer antes de 2030. (Folha)
O Tribunal Superior de Londres considerou, na última sexta-feira, a mineradora anglo-australiana BHP legalmente responsável pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG). Junto com a Vale, a companhia era uma das acionistas da Samarco, empresa responsável pela tragédia que deixou 19 mortos e contaminou o Rio Doce e seus afluentes em novembro de 2015. A Justiça inglesa concluiu que a BHP deve responder pelos danos ambientais e sociais causados pelo rompimento, independentemente de culpa, por estar ligada à atividade poluidora. O valor das indenizações ainda será definido em outro julgamento, previsto para outubro de 2026. A BHP disse que vai recorrer da decisão. No Brasil, ninguém foi condenado pela tragédia, com o processo criminal ainda sem decisão definitiva. (g1)
Um indígena da etnia Guarani Kaiowá foi morto com um tiro na cabeça e outros quatro ficaram feridos na terra Iguatemipeguá I, em Iguatemi (MS), neste domingo. Segundo a Funai, cerca de 20 pessoas armadas, vindas de uma fazenda, atacaram a comunidade, disparando contra famílias e estruturas de moradia. Em outubro, o povo Guarani Kaiowá havia retomado uma área delimitada em 2013 em duas fazendas situadas na região. Essa é a quarta ocorrência semelhante desde o último dia 3, em um contexto de conflito fundiário, deixando um total de oito feridos em ataques. A Força Nacional de Segurança Pública foi deslocada para o local, enquanto a Polícia Federal investiga o crime. (g1)
Cultura
Desfilando uma sequência de sucessos, Dua Lipa entregou, no sábado, uma grande apresentação no Morumbis, em São Paulo, com a turnê Radical Optimism. Falando ao público com frases em português, a cantora britânica convidou Carlinhos Brown para cantar Magalenha e Caetano Veloso para uma versão de Margarida Perfumada, do Timbalada. Carismática, a cantora desceu para conversar e abraçar os fãs durante o show cheio de coreografias, danças e efeitos visuais. (g1)
Vencedora do Oscar, Michelle Yeoh vai receber um Urso de Ouro honorário no Festival de Berlim de 2026. Ela será homenageada por suas contribuições ao cinema na cerimônia de abertura, que acontece em 12 de fevereiro. Yeoh fez parte do júri internacional do festival em 1999, além de apresentar diversos filmes, como O Tigre e o Dragão e Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, que lhe rendeu o Oscar de melhor atriz em 2023. A atriz volta às telonas com Wicked: Parte 2, que estreia no Brasil nesta semana, e estrelará a série Blade Runner 2099 no Amazon Prime Video. (Variety)
Responsáveis por revitalizar franquias de sucesso como Homem-Aranha e Dungeons & Dragons, os cineastas Jonathan Goldstein e John Francis Daley vão escrever, produzir e dirigir um novo filme de Star Trek para a Paramount. Fontes disseram ao Deadline que o longa terá uma abordagem completamente nova do universo de Star Trek e não está conectado a nenhuma série de televisão, filme ou projeto cinematográfico anterior ou atual. (Deadline)
Cotidiano Digital
Um tribunal alemão condenou o Google a pagar € 572 milhões em indenizações por abuso de posição dominante no mercado de comparação de preços. A maioria do valor, € 465 milhões, será paga à plataforma Idealo, que acusa o Google de favorecer seu próprio serviço, e € 107 milhões vão para a rival Producto. A decisão segue o julgamento do Tribunal de Justiça da União Europeia, que já havia multado o Google em cerca de US$ 2,7 bilhões. O Google afirma que vai recorrer e que sua solução “Shopping Unit” não favorece ninguém e está aberta a anunciantes concorrentes. (TechCrunch)
O WhatsApp vai passar por uma auditoria externa para apurar como a Meta lida com os dados dos usuários. A decisão é da Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD), que desde 2021 acompanha as mudanças na política de privacidade da plataforma, quando o aplicativo passou a compartilhar informações com o Facebook e o Instagram. Para a ANPD, há risco elevado nesse modelo, principalmente porque os dados circulam entre empresas do mesmo grupo econômico. A agência quer saber se a Meta apenas processa dados ou se também atua como controladora, decidindo o que fazer com as informações. (g1)
Visando cumprir a Lei de Mercados Digitais (DMA), da União Europeia, a Meta está prestes a lançar a integração de terceiros com o WhatsApp na Europa. A implementação deve ocorrer “ao longo dos próximos meses” mantendo o mesmo nível de criptografia de ponta a ponta (E2EE) do WhatsApp. A companhia disse que BirdyChat e Haiket serão os primeiros serviços de terceiros a implementar a interoperabilidade de mensagens com o WhatsApp. Usuários do bloco verão uma notificação na aba de configurações explicando como ativar o recebimento de mensagens de terceiros em seus telefones. (The Verge)

A segurança pública virou o centro da política brasileira e o vaivém do PL Antifacção mostrou que ninguém sabe direito quem está no comando dessa pauta. Na nossa Edição de Sábado, Giullia Chechia destrincha a disputa entre governo, oposição, governadores e Polícia Federal. De Belém, Yan Boechat revela as contradições mais escancaradas da COP30. E Guilherme Werneck conversa com a atriz Carolina Manica, que está em cartaz em São Paulo com o monólogo Na Sala dos Espelhos. As histórias completas, com todos os nós e desdobramentos, está no Meio Premium.




