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Bolsonaro alega ter violado tornozeleira por causa de remédios

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Surto paranoico e “uma certa confusão mental”. Essas foram as alegações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para explicar tentativa de abrir com um ferro de solda a tornozeleira eletrônica na madrugada de sábado, o que levou o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes a transferi-lo da prisão domiciliar para uma sala na Superintendência da Polícia Federal. Na audiência de custódia realizada por videoconferência neste domingo, Bolsonaro disse que pensou haver uma escuta na tornozeleira e que tentou abri-la, mas “recuperou a razão”. A defesa do ex-presidente apresentou um boletim médico afirmando que ele teve um “quadro de confusão mental e alucinações” associado ao remédio Pregabalina, embora ele não tenha sido prescrito pelos profissionais que atendem Bolsonaro. Ao fim da audiência, a juíza Luciana Yuki Fugishita manteve a prisão preventiva. (CNN Brasil)
Autorizada por Moraes, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro visitou o marido na tarde de domingo na PF, em Brasília, onde ele está preso. Michelle chegou ao local por volta das 15h e permaneceu cerca de duas horas. Pouco depois, Moraes também autorizou as visitas dos filhos do ex-presidente. Segundo decisão expedida na noite deste domingo, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) poderão visitar o pai separadamente amanhã, entre 9h e 11h. Já o vereador Jair Renan Bolsonaro (PL-SC) tem visita agendada para quinta-feira, no mesmo horário. Na mesma decisão, Moraes manteve autorização para entrada da equipe médica sem prévio aval da Justiça, além de disponibilização de tratamento médico em tempo integral. (Metrópoles)
Veja as primeiras imagens do ex-presidente Jair Bolsonaro preso nas dependências da Polícia Federal. (g1)
A Primeira Turma do STF analisa hoje a conversão da prisão domiciliar de Bolsonaro em preventiva. Como a decisão foi de Moraes e o colegiado está com um ministro a menos após a transferência de Luiz Fux para a Segunda Turma, somente Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin votarão. Se o colegiado referendar a prisão, Bolsonaro continuará preso de forma preventiva enquanto o STF considerar a medida necessária. Por lei, esse tipo de prisão deve ser reavaliado a cada 90 dias. Caso os ministros optem pela revogação, o ex-presidente poderá responder em liberdade, sob medidas cautelares. Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses pela tentativa de golpe de Estado, mas a prisão atual não se refere à condenação, já que o prazo para recursos ainda está aberto. A defesa tem até hoje para apresentar os últimos embargos. (g1)
Aliados de Bolsonaro fazem coro à tese de confusão mental adotada pela defesa. Segundo pessoas próximas, o ex-presidente vinha manifestando paranoia crescente com a ideia de que o equipamento estaria sendo usado para grampeá-lo. Interlocutores atribuem o comportamento a um quadro de confusão mental e ansiedade, agravado pelo estresse com a iminente prisão por conta da trama golpista. A expectativa entre aliados era de que o STF decretasse a medida na próxima semana, após o fim da análise dos recursos apresentados pelas defesas dos réus. (Folha)
No domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou pela primeira vez, de forma sucinta, sobre a prisão do antecessor. “Então, a Justiça decidiu, está decidido, ele vai cumprir a pena que a Justiça determinou, e todo mundo sabe o que ele fez”, afirmou em entrevista coletiva em Joanesburgo, na África do Sul, onde participou da 20ª edição da Cúpula de chefes de Estado e governo do G20. (g1)
E contrastando com o tom vago de Donald Trump na véspera, o subsecretário do departamento de Estado dos Estados Unidos, Christopher Landau, número dois da diplomacia do país, classificou a prisão de Bolsonaro como “provocativa e desnecessária” e chamou Alexandre de Moraes de “violador dos direitos humanos”. (BBC)
Enquanto isso... Flávio Bolsonaro manteve na noite de sábado a “vigília de oração” convocada para a frente do condomínio do pai e apontada por Alexandre de Moraes como um dos motivos para a prisão preventiva. A concentração de apoiadores teve um incidente violento, quando o pastor evangélico Ismael Lopes, com uma Bíblia na mão, pediu para discursar. Em vez de apoiar o ex-presidente, ele lembrou os 700 mil brasileiros mortos na pandemia, teve o microfone arrancado e foi agredido por bolsonaristas, tendo de ser protegido pela polícia. (UOL)
Mariliz Pereira Jorge: “Lula indicou Jorge Messias para o STF no Dia da Consciência Negra — uma afronta. Em vez de uma mulher negra, veio mais um homem branco, evangélico, mostrando o quanto o governo se afastou das pautas identitárias para agradar um Brasil conservador. Porque essa escolha diz muito sobre o limite do ‘progressismo’ de Lula”. Confira em De Tédio a Gente Não Morre. (Meio)
O presidente americano Donald Trump quer promover “algumas mudanças” em seu controverso plano de paz para a Ucrânia após as reuniões consideradas “produtivas” realizadas neste domingo em Genebra. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, saiu dos encontros dizendo que foram “as discussões mais produtivas e significativas” do processo até agora. Segundo ele, Washington fará ajustes no plano de 28 pontos para buscar uma convergência que seja aceitável tanto para os Estados Unidos quanto para a Ucrânia. (Independent)
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Viver
Após duas semanas de negociações, a COP30 terminou em Belém com a aprovação da “Decisão do Mutirão”, o texto político final da conferência (veja a íntegra), além de dezenas de documentos da agenda oficial. O Mutirão reúne quatro temas sensíveis deixados fora das tratativas formais: financiamento climático, ambição das metas nacionais, transparência nas emissões e medidas de comércio ambiental. O documento, porém, evita compromissos mandatórios. Foram escanteados o “mapa do caminho” defendido pelo governo brasileiro para iniciar o fim gradual dos combustíveis fósseis, e qualquer plano global para zerar o desmatamento; o texto apenas reafirma decisões anteriores, como o Consenso dos Emirados Árabes, que prevê transição energética até 2050, e menciona a conservação de forma genérica. A Decisão cria ainda o Acelerador Global de Implementação, mecanismo voluntário para impulsionar ações alinhadas ao limite de 1,5°C, e adia discussões substantivas sobre comércio para 2026.(Poder360 e Veja)
Embora aprovada por unanimidade, a sessão plenária foi suspensa por cerca de uma hora após países como Colômbia, Panamá, Uruguai e Argentina contestarem trechos dos textos. Após consultas, o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, confirmou todas as aprovações. Ele foi aplaudido ao reafirmar que, apesar de o tema ter ficado fora do documento final, trabalhará nos próximos meses para construir dois “mapas do caminho”: um para a transição dos combustíveis fósseis e outro para zerar o desmatamento. (G1)
Diante do texto esvaziado, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que a COP30 traz avanços, ainda insuficientes diante da urgência climática. Citou a Rio-92 para ilustrar o descompasso entre ambição e resultados, dizendo que os negociadores de três décadas atrás “sonhavam com metas mais ambiciosas”. Ainda assim, afirmou, “mesmo com atrasos e contradições”, há continuidade entre aquela ambição inicial e o esforço atual. (G1)
Cultura
Oasis, enfim, encontra no Brasil seu verdadeiro Morning Glory. A turnê de reunião dos irmãos Gallagher levou o grupo ao MorumBIS, em São Paulo, para duas noites diante de cerca de 66 mil pessoas cada, um reconhecimento que a banda nunca teve por aqui nos anos 1990 e 2000. Rejuvenescido pelo streaming, o público celebrou clássicos de Morning Glory, Definitely Maybe e da compilação de lados B The Masterplan como se fossem descobertas próprias. O repertório refletiu esse culto renovado: 20 das 23 músicas vieram da fase inicial, de “Hello” e “Some Might Say” a “Live Forever”, “Wonderwall” e “Champagne Supernova”. Sem artifícios, o Oasis entregou a força das melodias e refrães que moldaram seu legado em dois shows catárticos, possivelmente os últimos por um tempo. Sem novas apresentações marcadas, o futuro da reunião é incerto; Liam voltou a sugerir incômodos internos. Mas o fim de semana em São Paulo selou a consagração tardia que faltava ao Oasis no país. (Rolling Stone)
Morreu neste domingo, aos 81 anos, o ator alemão Udo Kier, um dos mais prolíficos de sua geração, com participação em mais de 200 filmes, com destaque para os provocadores Carne para Frankenstein e Sangue para Drácula, produzidos por Andy Warhol. Kier atuou em O Agente Secreto e Bacurau, de Kléber Mendonça Filho, e interpretou um possível Hitler foragido em Meu Vizinho Adolf. A morte do ator foi confirmada por seu companheiro, o artista plástico Delbert McBride, mas a causa não foi divulgada. (Variety)
E na sexta-feira morreu, aos 84 anos, o poeta e tradutor Leonardo Fróes, um dos nomes centrais da poesia brasileira contemporânea. Autor de livros como Argumentos invisíveis e vencedor do Jabuti, Fróes seguia escrevendo à mão e teve sua poesia redescoberta por leitores jovens nos últimos anos. (Globo)
A Amazon Prime confirmou a segunda temporada de Tremembé, série que se tornou o maior sucesso do streaming no Brasil desde a chegada da plataforma em 2016. Protagonizada por Marina Ruy Barbosa como Suzane von Richthofen, a produção agora deve incluir também a passagem do ex-jogador Robinho pelo presídio. Na semana passada, a Amazon registrou ainda seu maior salto de novos assinantes no ano, com crescimento superior a 50% na base. A produção, que retrata histórias de detentos de alta repercussão, contou com forte revisão jurídica para evitar processos dos criminosos citados. (Folha)
Cotidiano Digital
O TikTok vai permitir que usuários controlem quanto conteúdo gerado por IA aparece no feed “Para você”, em uma atualização que amplia a ferramenta “Gerenciar tópicos” e chega nas próximas semanas. A plataforma também começa a testar marcas d’água invisíveis para identificar vídeos criados por IA mesmo quando editados fora do aplicativo, reforçando o uso das Credenciais de Conteúdo da C2PA. Além dos novos controles, a empresa lançou um fundo de US$ 2 milhões para apoiar iniciativas de alfabetização em inteligência artificial. (TechCrunch)
O Google fez seu último apelo para evitar que a Justiça dos EUA determine a cisão de sua operação de tecnologia de publicidade, no caso antitruste mais avançado contra a empresa até hoje. Em abril, a juíza Leonie Brinkema concluiu que a Alphabet mantém dois monopólios ilegais no mercado de anúncios digitais e agora avalia qual solução impor, enquanto o Departamento de Justiça e uma coalizão de estados pedem a venda forçada da AdX, plataforma em que o Google cobra cerca de 20% para intermediar leilões de anúncios. A empresa argumenta que a separação seria tecnicamente complexa e prejudicial ao mercado. Os argumentos finais encerram a fase probatória, antes de a disputa seguir para os tribunais de apelação, um processo que pode levar anos. (Reuters)
Um grupo amplo de entidades de segurança infantil, defesa do consumidor e políticas familiares divulgou recomendações para restringir o acesso de menores a “companheiros de IA”, chatbots que simulam traços humanos, até mesmo com emoções e vínculos afetivos. As organizações afirmam que essas ferramentas podem prejudicar o desenvolvimento social de crianças ao substituir relações reais por interações artificiais. O documento, assinado por grupos de diferentes correntes políticas, defende que esse tipo de IA seja liberado apenas para adultos, com verificação de idade obrigatória. Exceções seriam permitidas apenas em contextos terapêuticos regulados. (Axios)

Um comprimido para “garantir” a noite perfeita vem com um pacote de riscos que quase ninguém está conversando. O uso recreativo da tadalafila explodiu entre jovens sem disfunção erétil, na mesma velocidade em que cresce a ansiedade de desempenho. Na Edição de Sábado do Meio Premium, Yasmim Restum investiga o fenômeno com médicos, psiquiatras e usuários. Ficou curioso? Leia A Tara Por Tadala .




