STF mantém Bolsonaro preso e filhos articulam reação

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Os argumentos de que o ex-presidente Jair Bolsonaro tentou retirar a tornozeleira eletrônica por conta de um surto causado por medicamentos não convenceram a Primeira Turma do STF. Por unanimidade os ministros confirmaram a decisão de Alexandre de Moraes de prender Bolsonaro preventivamente. Com isso, os bolsonaristas decidiram ir para o tudo ou nada no Congresso. A estratégia foi definida em uma reunião entre Michelle Bolsonaro e os filhos do ex-presidente: os vereadores Carlos (Republicanos-RJ), Jair Renan (PL-SC) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e parlamentares do partido. Flávio afirmou que a prioridade absoluta agora é fazer o projeto avançar na Câmara. Segundo ele, a oposição só trabalha com a aprovação da anistia e não aceitará negociar dosimetria das penas. “Nosso compromisso é com a anistia. O texto final vai a voto”, disse. (Folha)
Meio em vídeo. Em entrevista a Giullia Chechia, Carlos Bolsonaro reafirmou a tese de que seu pai sofreu um surto ao tentar violar a tornozeleira eletrônica. “Vocês mesmo da imprensa disseram que o presidente Bolsonaro não estava numa situação normal. Se ele realmente quisesse fugir, iria na correia [da tornozeleira], não na caixa”, disse. (Instagram)
Já a defesa de Bolsonaro partiu para uma estratégia arriscada, como conta Fausto Macedo. Os advogados não apresentaram novos embargos de declaração, que discutem pontos do acórdão e cujo prazo terminava à meia-noite de ontem. Em vez disso, devem entrar com embargos infringentes, que questionam a própria condenação. O problema é que a jurisprudência do STF é de não aceitar esse tipo de recurso, o que permitiria a declaração de trânsito em julgado ainda hoje e a transformação da prisão preventiva em definitiva. (Estadão)
No terceiro dia preso na Superintendência da PF em Brasília, Jair Bolsonaro parece começar a criar uma rotina. Na manhã desta segunda-feira, ele tomou sol no pátio interno, de bermuda e chinelo, sob supervisão de um policial. Chegou a conversar com o agente até a chuva encerrar o momento. Bolsonaro tem recusado as refeições da PF e adotado um cardápio mais leve, com alimentos trazidos por familiares. (Globo)
A prisão de Bolsonaro não mudou o cenário político. Segundo dados da AP Exata, Lula e Bolsonaro seguem como polos opostos e iguais: ambos têm 66% de menções negativas e concentram cerca de 35% do volume das redes. A confiança nos dois também é idêntica, aparecendo em só 13% dos posts. Esse equilíbrio faz com que crises envolvendo um acabem desgastando o outro, repetindo a lógica de 2022. O episódio da tornozeleira eletrônica confirma isso: apesar do potencial de gerar um grande impacto político, a explicação médica ganhou força, minimizando a leitura de tentativa de fuga e transformando o caso em mais um ruído momentâneo. (Estadão)
Pedro Doria: “As coisas que aconteceram nos últimos três dias abrem uma janela imensa para compreendermos o fenômeno do bolsonarismo. E essa compreensão põe no centro do palco a pergunta mais importante que temos para fazer: o bolsonarismo está acabando de vez?”. Confira no Ponto de Partida. (Meio)
Mesmo com a prisão de Bolsonaro, a semana não começou nada bem para o governo no Congresso. No Senado, a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para ocupar a vaga aberta no STF não foi bem recebida. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), respondeu com frieza à carta publicada por Messias com elogios ao senador. Segundo Alcolumbre, o Senado cumprirá sua missão e votará a indicação “no momento oportuno”. Mais tarde, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), reconheceu que há muita tensão na Casa e que a votação sobre o nome do AGU para o STF pode ficar apenas para o ano que vem. (g1)
Já na Câmara, azedou de vez a relação entre o líder do PT, deputado Lindbergh Farias, e o presidente da Casa, Hugo Motta. Motta afirmou não querer “nenhum tipo de relação” com Lindbergh, que, segundo ele, age como se fosse líder do governo. Farias rebateu chamando Motta de “imaturo”. (CNN Brasil)
Você pode transformar parte do seu Imposto de Renda em investimento na saúde de crianças e adolescentes. No Brasil, o potencial de doação passa de R$14 bilhões, mas apenas 2,43% desse valor chega a instituições filantrópicas, em grande parte por desconhecimento. O Hospital Pequeno Príncipe, maior hospital exclusivamente pediátrico do país, filantrópico e com 74% dos internamentos destinados a pacientes do SUS, depende do apoio da sociedade por meio da doação do Imposto de Renda para seguir salvando vidas. Até 26 de dezembro, quem declara o IR pelo formulário completo pode destinar até 6% do imposto devido aos projetos sociais do Pequeno Príncipe, sem custos. Se você tiver imposto a pagar, o valor será abatido do total a ser pago. Se tiver imposto a restituir, o valor será somado à sua restituição. No site da campanha, é possível calcular quanto doar, solicitar o boleto, conferir o passo a passo e tirar dúvidas diretamente com a equipe pelo WhatsApp. Sua doação ajuda a transformar a vida de milhares de crianças e adolescentes.
Viver
O presidente do Inep, Manuel Palácios, afirmou que não há “qualquer risco técnico” de fraude no Enem 2025, mesmo após a PF abrir investigação sobre o vazamento de itens de pré-testes. Segundo ele, o caso envolvendo o estudante Edcley Teixeira “não prejudicou os candidatos” e não ofereceu vantagem a ninguém. Apesar disso, o Inep pediu a apuração à PF por suspeitar de um “esforço concertado” para prejudicar o exame. A polícia fez busca na casa de Edcley, no Ceará, e apreendeu computadores, celulares e documentos. Especialistas apontam fragilidades no Banco Nacional de Itens, que tem volume insuficiente de questões. Para a ex-presidente do Inep, Maria Helena Castro, um banco maior reduziria a necessidade de pré-testes anuais. Palácios disse que mudanças no Enem serão feitas com cautela. O ministro Camilo Santana reforçou que o exame está mantido, com gabaritos divulgados e resultado previsto para janeiro de 2026. (g1)
Uma nova pesquisa sugere que o primeiro desembarque da frota de Cabral em 1500 pode ter ocorrido no atual Rio Grande do Norte, e não em Porto Seguro (BA). O estudo, publicado no Journal of Navigation (Cambridge), foi feito pelos físicos Carlos Chesman (UFRN) e Cláudio Furtado (UFPB), que analisaram dados da carta de Pero Vaz de Caminha e os compararam com ventos e correntes marítimas da época. A hipótese de chegada pelo RN não é nova e já circulava entre intelectuais locais, como Câmara Cascudo. Especialistas ouvidos afirmam que o estudo precisa dialogar com pesquisas anteriores e reunir mais evidências antes de sustentar mudanças no ensino. Os físicos basearam sua conclusão em cálculos da rota entre Cabo Verde e o litoral brasileiro, associados a expedições de campo. (Folha)
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Em 2026, todo mundo vai ter opinião. Mas poucos terão repertório. A Black Friday do Meio é a chance perfeita para você receber análises de grandes vozes da esquerda, do centro e da direita até o 'confirma' nas urnas. Assine hoje o plano anual do Meio Premium por R$ 120 — menos de 40 centavos por dia.
Cultura
Morreu aos 81 anos Jimmy Cliff, artista jamaicano que foi um dos mais importantes da história do reggae. A família informou que ele sofreu uma convulsão seguida de pneumonia. Cliff começou a cantar ainda criança, saiu de uma infância pobre em St. James e, adolescente, migrou para Kingston atrás de espaço na música. O cantor construiu sua história escrevendo canções que atravessaram gerações e que o acompanharam até mesmo quando virou ator em Balada Sangrenta, filme que ajudou a espalhar o reggae para o mundo. Também entrou para o Hall da Fama do Rock and Roll em 2010. (BBC)
E o jamaicano tinha uma relação direta com o Brasil por meio da filha Nabiyah Be, atriz e cantora nascida e criada em Salvador, que passou a infância entre turnês do pai e a cena baiana. Nabiyah subiu ao palco pela primeira vez aos 5 anos e, dois anos depois, acompanhava Cliff pelo mundo, dividindo músicas em inglês e português no colo do pai. Ela chegou a cantar com Margareth Menezes, hoje ministra da Cultura e sua carreira como atriz é mais lembrada por suas atuações em Pantera Negra e Simone Jackson na série Daisy Jones & The Six. (Globo)
Além da filha, a conexão também foi musical, já que em 1968, Cliff lançou Jimmy Cliff in Brazil, com versões em inglês de clássicos como Andança e Serenou. Anos depois, ampliou os laços ao dividir palcos e turnês com Gilberto Gil, aproximando ainda mais a música jamaicana da cultura brasileira. Gil publicou uma homenagem ao artista em suas redes sociais, em que diz “Jimmy Cliff influenciou e seguirá influenciando minha música. Obrigado por tanto.” (YouTube, Metrópoles e g1)
Para ouvir com calma. Com sucessos como I Can See Clearly Now, Many Rivers to Cross, Wonderful World, Beautiful People e You Can Get It If You Really Want, deixa um repertório que atravessou gerações. Veja os principais sucessos reunidos em uma playlist. Além disso, confira um de seus principais álbuns como Wonderful World, Beautiful People, que se chamava Jimmy Cliff inicialmente. (Spotify)
O Spotify lançou uma “Máquina do Tempo Musical” da série Stranger Things, que consiste em uma experiência interativa que revisita os maiores momentos musicais das quatro temporadas. A ação chega dias antes da estreia da primeira parte da 5ª temporada na Netflix e traz uma apresentação de slides no estilo Wrapped, acessível pela home ou pela busca do aplicativo. Segundo o Spotify, mais de 205 mil playlists já foram criadas por fãs da série. (Deadline)
Com oito novas datas, o Guns N’ Roses ampliou a turnê de 2026 e fará nove apresentações no Brasil em abril, incluindo a já anunciada participação no Monsters of Rock, em São Paulo. A pré-venda será anunciada no site oficial da banda. Veja as datas e locais dos shows. (Estadão)
Cotidiano Digital
Dias após a Casa Branca suspender a minuta de um decreto que buscaria impedir a aplicação de leis estaduais de inteligência artificial, o think tank conservador America First Policy Institute, que tem forte influência no governo Trump, anunciou que lançará uma iniciativa de US$ 10 milhões para formular políticas de IA voltadas à proteção de empregos e à segurança de trabalhadores americanos. A proposta nasce em meio ao racha do movimento MAGA sobre o grau de regulação da tecnologia e tenta alinhar o discurso republicano em torno de uma agenda que combine expansão da indústria de IA, proteção infantil e contenção do uso da tecnologia por adversários estrangeiros. O plano será detalhado em dezembro. (Reuters e Washington Post)
Os senadores americanos Josh Hawley, republicano, e Richard Blumenthal, democrata, pediram que a Comissão Federal de Comércio (FTC) e a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) abram investigações contra a Meta após a Reuters revelar que a empresa teria obtido cerca de US$ 16 bilhões em 2024 com anúncios ilícitos no Facebook e Instagram, incluindo golpes, produtos proibidos e deepfakes. Documentos internos indicavam que a Meta arrecadava US$ 3,5 bilhões por semestre com anúncios considerados de “alto risco”. A Meta disse que as denúncias de golpes caíram 58% em dezoito meses e chamou a carta dos senadores de “exagerada e incorreta”. (Reuters)
A Anthropic lançou o Claude Opus 4.5, seu novo modelo de IA e o terceiro grande avanço da empresa em apenas dois meses. A startup afirma que o Opus 4.5 melhora tarefas do dia a dia, de planilhas e apresentações a pesquisas complexas, e se destaca especialmente em codificação, superando rivais como o Gemini 3 Pro e o GPT-5.1 em testes como o SWE-bench Verified. Voltado para desenvolvedores e profissionais do conhecimento, o modelo passa a ser padrão nos planos Pro, Max e Enterprise. A empresa também ampliou ferramentas como Claude para Chrome e Excel e levou o Claude Code ao aplicativo de desktop, reforçando seu próprio ecossistema em um momento em que a Anthropic é avaliada em cerca de US$ 350 bilhões. (CNBC)
Jair Bolsonaro continua preso de forma preventiva após tentar abrir sua tornozeleira eletrônica com um ferro de solda na madrugada de sábado. Esta prisão não se refere à condenação de 27 anos e três meses pela tentativa de golpe de Estado, mas reacendeu o debate sobre como o caso foi conduzido desde o 8 de Janeiro até a sentença. É justamente esse percurso que O Julgamento do Século, documentário original do Meio, reconstrói: dos bastidores da investigação às sessões no Supremo que levaram à condenação do ex-presidente e de aliados. Já assistiu em nosso streaming?




