Generais e Bolsonaro começam a cumprir pena por tentarem golpe

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Pela primeira vez na história brasileira, oficiais generais foram condenados, presos e começaram a cumprir suas penas em regime fechado por tentarem um golpe de estado. Os generais do Exército Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministros do governo Jair Bolsonaro (PL), foram presos pela Polícia Federal e pelo Exército após o STF declarar o trânsito em julgado das condenações na trama golpista. Ambos foram levados para o Comando Militar do Planalto (CMP), em Brasília. Heleno, ex-chefe do GSI, foi condenado a 21 anos de prisão. Paulo Sérgio, ex-ministro da Defesa, recebeu pena de 19 anos. O CMP foi indicado para receber os dois porque, segundo o Estatuto dos Militares, condenados da ativa ou da reserva podem cumprir pena em instalações militares. Pelo mesmo motivo, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier vai cumprir pena na Estação de Rádio da Marinha (ERMB), em Santa Maria, a 26 km de Brasília. Já o general Walter Braga Netto, também ex-ministro e companheiro de chapa de Bolsonaro em 2022, continuará na Primeira Divisão do Exército, na Vila Militar do Rio de Janeiro, onde já estava preso preventivamente. (g1)
Quem também segue onde está é o próprio Jair Bolsonaro, detido na Superintendência da Polícia Federal. Ele começou na terça-feira o cumprimento da pena de 27 anos e 3 meses na própria PF. Seu ex-ministro da Justiça Anderson Torres foi levado para o 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, conhecido como Papudinha, onde vai cumprir pena. O outro condenado, o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), fugiu para os Estados Unidos. O ministro Alexandre de Moraes notificou a Câmara para que ele perca o mandato. (Metrópoles)
Meio em vídeo. Giullia Chechia detalha o destino de cada condenado e os próximos passos no caso da trama golpista. (Instagram)
Os advogados de Bolsonaro ficaram indignados com a decisão da Primeira Turma do Supremo de decretar o trânsito em julgado do processo por tentativa de golpe, conta Mônica Bergamo. Segundo Celso Vilardi, ainda havia prazo para a apresentação de embargos infringentes, embora a jurisprudência do STF encare esse recurso como meramente protelatório. Ele pretende recorrer. (Folha)
Para os militares condenados, a terça-feira não foi o ponto final. Bolsonaro (que é capitão do Exército), Braga Netto, Heleno, Nogueira e Garnier vão responder a um processo no Superior Tribunal Militar (STM) que pode lhes cassar as patentes e benefícios. Segundo Malu Gaspar, o julgamento só deve acontecer no ano que vem, mas a tendência na corte é contrária aos réus. (Globo)
Flávia Tavares: “A classe política já começou a se mover para substituir Bolsonaro como protagonista. Estava desejosa por esse momento. A direita tradicional tenta reorganizar seu projeto, agora que pode reassumir seu discurso; o Centrão busca um nome mais previsível; e a centro-direita democrática discute seu papel num pós-bolsonarismo ainda turbulento, mas inevitável”. Confira no Cá Entre Nós. (Meio)
Vera Magalhães: “A culpa do destino de Bolsonaro é única e exclusivamente dele, de suas escolhas, de sua índole manifestada desde os tempos do Exército — antiestablishment, golpista e persecutória” (Globo)
Ana Luiza Albuquerque: “Aliados do ex-presidente lamentam a condenação a 27 anos de prisão. Para os apoiadores mais comprometidos, a prisão às próprias crenças pode ser perpétua”. (Folha)
A prisão de Jair Bolsonaro no sábado foi, se não o fim, o momento mais melancólico de um movimento político personalista que sacudiu o Brasil. No Meio Político desta quarta-feira, exclusivo para assinantes premium, Christian Lynch disseca os estertores do bolsonarismo e analisa as alternativas para a direita. Faça agora uma assinatura premium e receba o Meio Político hoje, às 11h.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), pegou o governo de surpresa e marcou para 10 de dezembro a sabatina do advogado-geral da União, Jorge Messias, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Supremo Tribunal Federal (STF). A votação em plenário deve ocorrer no mesmo dia. Ao anunciar o calendário, Alcolumbre afirmou ter tomado conhecimento da indicação “pela imprensa”. A escolha de Messias ampliou o mal-estar entre o governo e o Senado. O nome preferido de Alcolumbre — e da maioria dos senadores — era o de Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A ausência de consulta prévia ao presidente do Senado agravou a insatisfação no Congresso. (Globo)
Na Câmara, Hugo Motta, parece disposto a romper relações com qualquer um que lhe desafie. Depois de romper com o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), Motta disse ter cortado relações com o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), em um movimento que expõe o desgaste crescente na relação entre o comando da Casa e as principais forças políticas do plenário. O estopim mais recente veio com a prisão de Jair Bolsonaro (PL). A oposição intensificou a pressão para que a anistia fosse pautada imediatamente, mas Motta avaliou que não há ambiente político para votar o tema agora. (Metrópoles)
Donald Trump decidiu mandar seu enviado especial Steve Witkoff a Moscou para conversar com Vladimir Putin sobre possíveis caminhos para encerrar a guerra na Ucrânia. A iniciativa, anunciada com otimismo pela Casa Branca, esbarrou no que continua sendo o núcleo duro das divergências: território e garantias de segurança. Até agora, nenhum sinal concreto de avanço. Trump afirmou que restam “apenas alguns pontos de discordância”, mas tratou de reduzir expectativas sobre uma cúpula iminente com Putin e Volodymyr Zelenskyy. No Truth Social, disse que só se reunirá com ambos quando o acordo estiver “final ou em seus estágios finais”. Em seu pronunciamento noturno, Zelenskyy afirmou que equipes dos dois países trabalham no texto elaborado em Genebra, mas não há qualquer indicação de que a versão revisada seja aceitável para Moscou. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, insistiu que qualquer plano precisa refletir “o espírito e a letra” do que Trump e Putin discutiram no encontro do Alasca. (Guardian)
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Viver
O estudante de medicina Edcley Teixeira, alvo de investigação da PF por antecipar questões do Enem 2025, também indicou em março — oito meses antes da prova — as respostas corretas de outras duas questões de matemática em um grupo de WhatsApp com alunos de suas mentorias. Ele afirmou no grupo que a probabilidade “125/216” seria a alternativa correta de uma questão sobre lançamento de dados e antecipou também o resultado “5” em um problema sobre diluição de solução. As duas perguntas, que apareceram no exame oficial com dados idênticos, seguem válidas no gabarito do Inep, que anulou apenas os três itens divulgados por Edcley em uma live no YouTube dias antes da prova. O Inep afirmou, em nota, que não prevê novas anulações. (g1)
A busca por produtos e procedimentos de k-beauty tem levado cada vez mais brasileiros a Seul. O fluxo inclui dermatologistas brasileiros que querem entender a rotina de cuidados coreana, fãs de k-pop e doramas e grupos atraídos pela popularização da cultura do país. O governo sul-coreano incentiva o movimento: feiras, eventos e lojas especializadas promovem o setor para estrangeiros como parte da estratégia diplomática que envolve k-beauty, k-pop e dramas coreanos. A Coreia do Sul registrou 1,7 milhão de pacientes estrangeiros em 2024, segundo o Ministério da Saúde local, com dermatologia liderando a procura. (Folha)
O Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) decidiu que os 27 países do bloco devem reconhecer uniões homoafetivas celebradas no exterior, assegurando a todos os cidadãos o direito a uma “vida familiar normal”. A sentença atende a um pedido de um casal polonês cuja união civil, registrada em Berlim em 2018, não foi reconhecida ao retornar à Polônia. Atualmente, 23 países europeus — 17 da UE — permitem casamento entre pessoas do mesmo sexo. Polônia, Romênia e Eslováquia seguem proibindo. A decisão ocorre em meio a tensões entre Bruxelas e governos nacionalistas da região, como Polônia e Hungria. (BBC)
Cultura
O Rock in Rio confirmou as primeiras atrações de 2026 ao anunciar Elton John e Gilberto Gil, ambos no dia 7 de setembro. Será o único show do britânico no Brasil no ano. O festival acontecerá nos dias 4, 5, 6, 7 e 11, 12 e 13 de setembro e terá Palco Mundo ampliado, com 2.400 m² de LED, além do retorno do espetáculo aéreo The Flight. O Rock in Rio Card, que garante entrada antecipada para um dia do evento, começa a ser vendido em 9 de dezembro, às 19h, com pré-venda para membros do Rock in Rio Club no dia 4. (g1)
Falando em música, a Rolling Stone espanhola escolheu Latinoamérica, do trio Calle 13 (ouça), como a melhor canção em espanhol do século. Nessa faixa, a brasileira Maria Rita divide o refrão com Susana Baca e Totó la Momposina. Lançada em 2011, a música costura aspectos de poesia e denúncia para retratar o continente, com todas as suas resistências, perdas e orgulho. A lista reúne 100 músicas que marcaram a produção latina no século e ainda conta com Despacito em 6º lugar, e Suerte, de Shakira, em 8º. (Rolling Stone e UOL)
A Reliance Animation, um estúdio da Índia, vai transformar a vida de Diego Maradona em uma série animada, após assumir os direitos de propriedade intelectual do ex-jogador. A produção, ainda em desenvolvimento, promete recontar desde a infância difícil até o auge no futebol, incluindo dramas pessoais e a dimensão cultural que fez de Maradona um ícone além do esporte. O projeto é feito em parceria com a SATTVICA SA, que administra o legado do argentino, e será lançado para TV e plataformas de streaming. A família celebrou a iniciativa, dizendo esperar que crianças do mundo inteiro conheçam Maradona por meio desta animação. (Variety)
Cotidiano Digital
A OpenAI apresentou uma nova ferramenta de pesquisa de compras no ChatGPT, criada para orientar usuários na escolha de produtos, a tempo da temporada de fim de ano e também para a Black Friday. O recurso funciona por conversa e basta descrever o que se procura e ir refinando as sugestões com comandos como “não tenho interesse” ou “mais parecidos com isso”. O sistema ajusta resultados em tempo real e entrega guias estruturados com comparações, prós e contras e informações coletadas de varejistas. A empresa diz que o modelo funciona especialmente bem para itens com especificações complexas, como eletrônicos, cosméticos, eletrodomésticos e artigos esportivos. A ferramenta pesquisa apenas sites considerados confiáveis, cita as fontes e não compartilha dados com varejistas. (EuroNews)
A polícia de Cingapura ordenou que Apple e Google impeçam que contas no iMessage e no Google Messages usem nomes que imitam o “gov.sg” ou outras agências públicas, após identificar golpes que se passavam por órgãos como o serviço postal SingPost. Como essas mensagens aparecem misturadas aos SMS, usuários tendem a acreditar que são oficiais, diferente do sistema de cadastro local que protege o uso de remetentes governamentais via SMS. As empresas agora terão de bloquear ou filtrar nomes falsificados e segundo o Ministério do Interior, as duas já se comprometeram a cumprir a ordem. (Reuters)
Para ler com calma. As promessas de superinteligência feitas por Sam Altman, Mark Zuckerberg e Dario Amodei, como máquinas “mais inteligentes que Nobel” em 2026, não encontram respaldo na ciência, argumenta um artigo que faz uma revisão de pesquisas recentes em neurociência e cognição. A crítica central é que modelos como ChatGPT, Claude e Gemini são apenas grandes modelos de linguagem, treinados para prever palavras, e não mecanismos que reproduzem pensamento. Pesquisadores do MIT e UC Berkeley mostram que raciocínio humano não depende de linguagem, pois bebês pensam antes de falar e pessoas com danos linguísticos seguem capazes de resolver problemas complexos. Mesmo que a IA progrida em múltiplos domínios cognitivos, isso não significa replicar a capacidade humana de romper paradigmas. (The Verge)
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