Meio

O processo secular de mundialização parece ter entrado num daqueles momentos de retração. O ciclo liberal e globalista que marcou o início do século 21 chegou ao fim. A promessa de uma economia sem fronteiras, de valores universais e identidades móveis entrou em crise. Há mais de dez anos observa-se um processo de desglobalização: retração das cadeias produtivas, revalorização das fronteiras e reemergência das soberanias nacionais.

Maioria da Primeira Turma do Supremo considerou que os sete réus, incluindo cinco militares, espalharam desinformação sobre o processo eleitoral, preparando o caminho para uma tentativa de golpe de Estado. Luiz Fux voltou a divergir e, em seguida, pediu transferência para a Segunda Turma. Um dia após receber autorização do Ibama, Petrobras começa a perfurar na Foz do Amazonas. Caramelo, sobre um cão vira-latas, é o filme brasileiro de maior sucesso global da Netflix. E a OpenAI lança seu próprio navegador para competir com o Google Chrome.

Criticada por ambientalistas e defendida com ardor por políticos da Região Norte, a autorização acontece a menos de um mês da conferência do clima sediada pelo Brasil. Fux pede de volta para correções voto no caso de Bolsonaro e pode atrasar conclusão do julgamento. Lula nomeia Boulos para ministério antes de viajar para a Ásia, onde deve se encontrar com Trump. Falha em data center nos EUA provocou pane no serviço de nuvem da Amazon, afetando empresas em todo o mundo. E um tribunal da França aponta falhas que contribuíram para o roubo de joias no Museu do Louvre.

No domingo, mísseis antitanques mataram dois militares de Israel, que respondeu bombardeando a região de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Candidato de centro-direita vence o segundo turno na Bolívia e encerra quase duas décadas de domínio da esquerda no país. Lula deve indicar amanhã o substituto de Luiz Roberto Barroso, que votou pela descriminalização do aborto antes de se aposentar do STF. Falta de chuvas provoca situação de emergência em 756 municípios brasileiros. Em ação cinematográfica, ladrões roubam joias do Museu do Louvre, em Paris. E a Meta anuncia o reforço do controle dos pais sobre o que sua ferramenta de IA mostra a menores.

No fim do século 18, um mestre-tecelão encara um tear mecânico que promete produzir em horas o que ele leva dias para fazer. Dois séculos depois, um diretor de operações avalia se adota um sistema de IA generativa que automatiza a coleta e parte da análise de dados. A promessa é a mesma, produtividade maior e custos menores. O incômodo também: perda de controle, risco de obsolescência, deslocamento de trabalhadores. O Nobel de 2025 premia uma resposta dupla a esse drama. Joel Mokyr explica por que, a partir da Revolução Industrial, invenção deixou de acontecer em espasmos e virou processo cumulativo. Já Philippe Aghion e Peter Howitt mostram como, numa economia moderna, esse processo segue vivo por meio da destruição criativa, em que novos produtos representam mercados e empurram as firmas a se reinventarem.

Conversa entre o chanceler brasileiro e secretário de Estado dos EUA foi classificada pelo Itamaraty como “cordial”, mas pouco avançou nas discussões sobre o tarifaço imposto ao Brasil. Governo consegue barrar convocação do irmão de Lula na CPMI do INSS. Estudo diz que, se metas climáticas forem cumpridas, o mundo terá menos 57 dias de calor escaldante por ano. Microsoft aposta em IA para tornar o Windows 11 mais eficiente e prático. E confira a agenda cultural para o fim de semana no Rio e em São Paulo.

Operações podem incluir até mesmo o assassinato do presidente venezuelano. A Casa Branca não descarta ainda uma ação militar direta no país latino-americano. Chanceler do Brasil se reúne hoje com o secretário de Estado dos EUA para discutir tarifaço, mas Eduardo Bolsonaro tenta interferir. Senado do Uruguai aprova legalização da eutanásia, combatida pela Igreja, mas apoiada pela maioria da população. Pesquisa mostra que o Brasil é um dos países com maior temor em relação à inteligência artificial. E confira as estreias de hoje nos cinemas.

A direita brasileira é bem maior do que o bolsonarismo, mas o bolsonarismo continua se comportando como se fosse a única e verdadeira direita — e, acima de tudo, como se fosse a voz autêntica do nosso povo. De fato, uma pesquisa recente do Instituto Ideia, feita a pedido do Meio, ajuda a distinguir com precisão as coisas quando se trata do perfil da direita no país: apenas 12% dos brasileiros são efetivamente de direita e bolsonaristas, enquanto 26% se encaixam na direita, mas não são bolsonaristas — uma proporção de um terço para dois terços.

Israel condiciona entrada de ajuda humanitária no território palestino à devolução de todos os corpos de reféns, enquanto o Hamas usa execuções de supostos colaboracionistas para reafirmar controle sobre o enclave. Governo costura empréstimo bilionário de bancos públicos para salvar os Correios. MEC quer usar uma nova fórmula para medir a qualidade da aprendizagem nas escolas. Streaming faz disparar o interesse do público jovem pela MPB dos anos 1960 e 70. E o Instagram aumenta as restrições a conteúdo disponível para menores.

Pacto foi firmado no Egito na presença dos principais líderes europeus e árabes, mas sem as partes envolvidas diretamente no conflito. Israelenses comemoraram nas ruas a volta dos reféns, enquanto palestinos receberam com festa seus presos libertados. Governo começa a demitir indicados de parlamentares que votaram contra MP alternativa ao IOF. OMS alerta que resistência de bactérias a antibióticos cresceu 40% em menos de uma década. Todas as canções do novo álbum de Taylor Swift ocupam o topo da parada da Billboard. Ministério da Justiça vai criar classificação indicativa para plataformas digitais e ferramentas de IA.