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Com a crise Moraes x Musk, Pacheco cobra regulação das redes

Projeto está parado na Câmara. Executivo e Legislativo reagiram à ameaça do dono do X de não cumprir ordens judiciais brasileiras. Fazenda e Casa Civil brigam pela distribuição extraordinária de dividendos da Petrobras. Brasil registra recorde de mortes por dengue. Entidades do setor cultural fazem recomendações sobre uso de inteligência artificial. E o CEO da Binance abre a Paris Blockchain Week.

Após ataques, Moraes inclui Musk em inquérito das milícias digitais

Ao longo do fim de semana, o bilionário sul-africano fez publicações no X contra o ministro e as ordens do TSE e do STF para retirada de contas que disseminavam desinformação. Lula convoca e cancela reunião para tratar da substituição de Jean Paul Prates na presidência da Petrobras. O Brasil chora a perda de Ziraldo. Alertas de desmatamento na Amazônia caem 41,7% no primeiro trimestre. E o governo abre frentes para taxar big techs.

Edição de Sábado: Eu, tu, eles

Nada mais brasileiro que a suruba. Afinal, o termo vem do tupi e, dependendo do etimologista, significava originariamente “forte, bom” ou “tronco desgastado pelo uso”. Entrou no português como gíria equivalente ao “porreta” ou “ponta-firme”. Jânio Quadros, por exemplo, foi um candidato suruba. Quando e por que suruba virou sinônimo de sexo grupal é um mistério.

Em crise com Prates, Planalto avalia Mercadante na Petrobras

Desgastado, atual presidente da estatal pede reunião com Lula, que já teria conversado com ex-ministro sobre substituição. Biden cobra de Netanyahu respeito a civis, mas segue fornecendo armas a Israel. Polícia recaptura fugitivos de Mossoró. Aposentado, Kiss vende músicas, imagem e até o nome por US$ 300 milhões. E, nos EUA, pais processam redes sociais por danos a crianças e adolescentes.

Delação liga Rui Costa a fraude na Bahia

Empresária e ex-secretário do governo baiano dizem que hoje ministro da Casa Civil, então governador, determinou a compra de respiradores que nunca foram entregues. Costa diz que a investigação é “injusta” e reclama da PF. Brasil passa de mil mortos por dengue em 2024 e se aproxima do recorde histórico. Usuários sofrem com instabilidade nas redes sociais da Meta. E confira as estreias nos cinemas.

O fantasma do poder moderador

A construção do Estado nos países europeus se deu em torno da figura o rei, que concentrava em sua pessoa a soberania monárquica. Nas repúblicas americanas, aquela tarefa foi mais difícil porque a lógica autoritária, que impunha concentrar o poder em torno do presidente na capital do país, era desmentida por constituições liberais que preconizavam sua dispersão em benefício do legislativo, do judiciário e das províncias. Agravava a tarefa sua insuficiente legitimidade em um mundo como o da América ibérica do século 19, no qual já não podia haver a legitimação tradicional do monarca absoluto, mas ainda não se desenvolvera a legitimidade puramente racional-legal do presidente. Dessa tensão decorreu a constante instabilidade política e constitucional do século 19 nas repúblicas vizinhas. O Brasil discrepou nesse contexto por ter construído seu Estado sob o regime de uma monarquia constitucional que, reconhecendo a soberania da nação, manteve como seu primeiro representante o herdeiro tradicional da Coroa. A conciliação tornou comparativamente menos traumática a transição para o Estado independente.

Governo quer ir ao Supremo contra desoneração

Movimento, defendido por Alexandre Padilha, é uma reação à decisão de Rodrigo Pacheco, que deixou caducar MP reonerando a folha de pagamento de municípios. Ataque israelense mata sete funcionários de ONG humanitária e provoca reação de governos. Comissão da Anistia aprova reparação por crimes da ditadura contra indígenas. Artistas pedem uso ético da inteligência artificial, enquanto EUA e Reino Unido fecham acordo para controlar melhor essa tecnologia.

Supremo forma maioria contra tese de intervenção militar

Seis ministros já votaram, determinando que o polêmico artigo 142 da Constituição não dá à Forças Armadas “poder moderador” sobre as demais instituições. No TRE-PR, relator rechaça argumentos do PT e do PL e vota contra a cassação de Sérgio Moro. Mortes por PMs crescem quase 70% em São Paulo. SP-Arte celebra 20 anos de difusão da cultura. E o ChatGPT deixa de exigir uma conta para uso.

Contra vontade de Lula, ministros criticam golpe de 64

Oito integrantes do primeiro escalão se manifestaram contra a ditadura. No Supremo, três ministros votam para enterrar a tese de legalidade de uma intervenção militar. Israelenses vão às ruas no maior protesto contra Netanyahu desde os atendados do Hamas. Relatório do TCU mostra descontrole sobre a venda de munições a civis durante o governo Bolsonaro. Cresce a batalha pelo legado de Gal Costa. Nova ferramenta da OpenAI que imita voz humana não será lançada imediatamente devido a eleições em diversos países.

Edição de Sábado: Condenados a repetir

Em 1994, Carlos Fico era um aspirante a doutor em busca de uma tese. Atento ao fortalecimento ou nascimento de movimentos sociais, como o negro, o feminista, e o LGBTQIA+, o historiador começou a montar, com dificuldade, uma proposta para os contrapor a outra força social, o movimento operário. Seu orientador, o decano Carlos Guilherme Mota, não se comoveu com o projeto. Naquele mesmo ano, o historiador britânico Eric Hobsbawm lançava A Era dos Extremos. Fico ouviu uma entrevista — ou foi a uma conferência, não se lembra bem — com o lendário intelectual em que ele falava de otimismo e pessimismo e, mais precisamente, de seu espanto ao ver como os brasileiros estavam pessimistas depois da “década perdida”. Foi o estalo.