Projeto sequenciará genoma de brasileiros
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Um grupo de cientistas anunciou, ontem, o maior projeto de mapeamento genético jamais feito no Brasil. DNA do Brasil, tocado pela professora Lygia da Veiga Pereira da USP, e com patrocínio da Dasa, vai sequenciar o genoma completo dos 15.105 voluntários ligados ao projeto Elsa. Em países como EUA, Coreia do Sul e China, projetos semelhantes buscam sequenciar os genomas de mais de um milhão de pessoas. Um trabalho assim revela as principais características que distinguem uma determinada população de outra, e por isso têm imenso impacto em saúde. Daí a escolha recaiu sobre quem já estava no projeto Elsa — há mais de dez anos, essas pessoas, que vivem em seis cidades brasileiras, mas vêm de todos os estados — passam a toda hora por exames completos. Seus históricos de saúde são conhecidos e, por isso, podem ser batidos com o DNA. (Globo)
DNA do Brasil tem três pilares. O primeiro é incluir a população brasileira nos bancos genéticos do mundo. Os dados serão armazenados de forma que pesquisadores de todo o mundo tenham acesso. Pois a segunda perna é justamente pesquisa. O cruzamento de informações clínicas com dados genômicos pode mostrar que trechos do código podem causar ou evitar certos males. Uma das preocupações dos cientistas é de agilidade — o Brasil burocratiza o registro de patentes. É muito importante que o tipo de tratamento que possa surgir deste material seja registrado aqui e não no exterior. Por fim, uma compreensão mais profunda do brasileiro. Viviam por aqui cinco milhões de indígenas quando chegaram os europeus. Foram trazidos outros cinco milhões da África como escravos, e não sabemos em detalhes de que regiões. Some-se aos europeus e alguns asiáticos. A composição final do povo não é bem conhecida. Passará a ser, e possivelmente revelará uma história desconhecida.
Vídeo: o projeto em detalhes. (YouTube)

























