Ainda que com discrição, o Planalto contou com telefonemas de Fernando Henrique Cardoso e Aécio Neves na ofensiva perante o Supremo pela manutenção de Renan Calheiros na presidência do Senado. E, na quinta, como num repente, se anunciou o nome do deputado tucano Antônio Imbassahy (BA) para o lugar de Geddel Vieira Lima, no Palácio. Nos dias anteriores, não parecia haver qualquer pressa para anunciar substituto.
As conversas com o PSDB já aconteciam. Há percepção de que o partido tem uma credibilidade em política econômica que o PMDB não possui. Além do mais, representa votos. Havia hesitação do PSDB, que pretende ter candidato próprio em 2018. Mas um acordo firmou-se e os tucanos, principalmente Aécio, trabalharam.
A manobra Imbassahy não deu certo. Ao menos, não por enquanto. O Centrão, grupo político que há um tempo recebia as ordens de Eduardo Cunha, vetou. Ameaçou empacar a Reforma da Previdência. Embora sem líder claro, os deputados em geral desconhecidos compreendem que seu poder está na capacidade de agir em bloco. O cargo de Imbassahy, afinal, é o de articulador do governo no Congresso. (Globo)
De Renan Calheiros, após sua vitória no STF: “A decisão fala por si só. Não dá para comentar decisão judicial. Decisão judicial do Supremo é para se cumprir.” (Globo)
E, após intensas semanas, não ocorreu muito mais em Brasília que não a lida com a ressaca.
Para ler com calma: Fernando Rodrigues explica, no Poder 360, como foi o conchavo para safar Renan. Uma das maiores articulações políticas da história brasileira recente. Em resumo, o presidente Michel Temer convenceu os ministros do Supremo que, sem o senador, o país desmontaria.
Para ler com calma: Malu Gaspar, na Piauí, conta a história de duas grandes crises políticas com Calheiros no meio. E conclui: triste o país que precisa salvar alguém como ele para garantir estabilidade.
A Odebrecht informa, na delação premiada, ter pago R$ 2 milhões em dinheiro às campanhas de Geraldo Alckmin para o governo de São Paulo em 2010 e 2014. Entre os que receberam a propina pessoalmente está o empresário Adhemar Ribeiro, irmão da primeira-dama Lu Alckmin. (Folha)
Aliás… a turma da Porta dos Fundos tenta imaginar como é trabalhar na Odebrecht.
Por um erro de endereçamento, a ilustração de Tony de Marco da edição de ontem não apareceu para os sistemas baseados no browser Safari. Isto inclui iPhones, iPads e o Mail do Mac. Dá para vê-la na versão web.
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