Senadores de oposição são aconselhados a evitar aeroportos na semana da Independência

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Randolfe Rodrigues (Rede-AP) chegou a receber ligações da Polícia Legislativa; segundo assessores, planejamento não muda.

As celebrações do bicentenário da independência brasileira estão movimentando a Polícia Legislativa. Na última segunda-feira (29), parlamentares do campo progressista receberam ligações nas quais foram orientados a evitarem aeroportos durante a véspera do feriado, em 6 de setembro. A razão, segundo fontes ouvidas pelo Meio, é justamente a mobilização bolsonarista em torno da comemoração.

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Desde a CPI da Covid, em 2021, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) é um dos alvos preferenciais da militância bolsonarista. Agora, o parlamentar é um dos coordenadores da campanha do ex-presidente Lula (PT) ao Palácio do Planalto, e é exatamente por este fator que a os olhos da corporação estão atentos aos movimentos de Rodrigues.

Para o entorno do senador, porém, não há mudanças no cronograma. “Só aumentou a cautela”, pondera um assessor. A Polícia Legislativa é responsável pela segurança de todo e qualquer parlamentar.

De acordo com outras fontes do Congresso Nacional, a ausência de sessões no Senado durante a semana do dia 7 se dá “especialmente para evitar que senadores se desloquem por aeroportos”. Ainda conforme o relato colhido pelo Meio sob condição de anonimato, os legisladores alvos de ataques de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) foram os únicos a receber tal aconselhamento.

A movimentação bolsonarista em torno do bicentenário da Independência inclui diversas caravanas, que partem de muitas regiões do país, além de manifestações principais no Rio de Janeiro e em Brasília.

Uma pessoa, ligada a petistas na Casa, nega qualquer contato especial por parte da Polícia Legislativa, mas ressalta um aumento das precauções no entorno do parlamentar a quem assessora. “Há um entendimento tácito de que não dá para circular em aeroportos e voos porque haverá muitos bolsonaristas em deslocamento para o evento”, diz, também sob condição de não ser identificado. “Em grupo, o clima de hostilização aumenta”, completa.

O Meio buscou explicações junto à assessoria do Senado Federal, mas, até a publicação deste texto, não obteve resposta. O espaço segue aberto.

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